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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Reza atrapalhada - Por Antonio Morais

Moravam no sitio Formiga, localizado entre a sede do municipio e o Roçado Dentro, lugarejo onde a cada 13 de Dezembro reuniam-se centenas de fiéis e devotos de Santa Luzia para venerá-la. Gente de todas as localidades compareciam para pagar promessas e ex-votos. 

Os 14 filhos do casal José Alves de Menezes, Zezinho da Formiga e Maria Anacleta de Menezes, tanto as moças quanto os rapazes eram de finíssima educação social e religiosa, porém, de tanto exigirem pretendentes a altura, casaram-se apenas dois, os demais ficaram na prateleira.

Naquela casa, um cuidava do outro como quem cuidava de um filho que não tivera.

Quando atingiram a idade de 60 a 70 anos, firmaram maior fervor na sua religiosidade. Todo dia, à noitinha, se reuniam, na sala da casa e, rezavam o terço, coisa em desuso nos dias atuais.

Josefa, a irmã mais velha, ia tirando a reza enquanto os demais respondiam.

Na sala, existia uma pequena mesa onde, em cima, se colocava um santuário com as imagens e embaixo o cachorro Joly costumava fazer o seu descanso.

Um belo dia, de repente, surgiu uma catinga insuportável na hora da reza e se deu essa tragédia:

Josefa disse:

Ave Maria cheia de graças,
O Senhor é convosco.
Bendita sois vós,

"Chico ponha pra fora esse cachorro,
Que está bufando fedorento",

Entre as mulheres,
Bendito fruto do vosso ventre.

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