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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 28 de abril de 2016

Los três presidentes “bolivarianos” que sofreram impeachment

    A frase de Karl Marx: “A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa” é uma realidade no Brasil dos dias atuais. Dilma está cada vez mais parecida com Manoel Zelaya, o “maluco do chapéu” de Honduras. Zelaya sofreu processo de impeachment que seguiu rigorosamente a Constituição de seu país e resolveu refugiar-se na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa por 125 dias, num dos episódios mais ridículos e hilariantes já vistos. Vivíamos os tempos de Lula, quando este ainda tinha o respeito da população. Zelaya caiu e a pequena e pobre Honduras soube resistir à pressão da Venezuela, Brasil, Argentina e demais bolivarianos...

   Fernando Lugo, do Paraguai, também foi afastado do poder por um impeachment absolutamente legal. Assim como Zelaya, ele também denunciou o “golpe”, quase convencendo os incautos que de golpe se tratava. Daquela vez quem fez muito barulho foi Dilma, à época uma “gerentona”.  Dilma faz muito zuada, aqui e lá fora, recusando-se a aceitar as regras do País. Organizações com viés nitidamente esquerdista, como a OEA, por sua vez, comportaram-se exatamente da mesma maneira! 

   Agora é a vez do Brasil! Talvez por se tratar do terceiro caso, em curto período de tempo, em que presidentes bolivarianos são afastados do poder por feitos graves em sua administração, reagindo com muita gritaria e nenhuma razão, Dilma não convenceu ninguém. O grande crime do lulopetismo e, portanto, de dona Dilma foi acabar com a Nação, reduzindo o Brasil a frangalhos, para satisfação de seus interesses. Assaltaram a Petrobrás, a Eletrobrás, outras “brás” e ainda quebraram os quatro maiores fundos de pensão, compelindo o povo a saldar os prejuízos.

   Mas o impeachment tem base no desrespeito às normas constitucionais e é insofismável. No caso dos créditos abertos por decretos não numerados (sem autorização legislativa) foi contrariada a determinação de instituir o crédito dentro dos parâmetros fixados na legislação (inclusive metas) vigente no momento de sua criação (Lei de Responsabilidade Fiscal e demais leis pertinentes). Tanto houve desrespeito à meta que vigia à época que no fim do exercício foi necessário modificá-la, com a pretensão – não eficaz nem válida – de restituir legalidade a esses decretos. No caso dos atrasos nos repasses aos bancos federais, por vários meses e em cerca de R$ 50 bilhões, fica evidente que tal atraso não se refere a pagamento de “serviço” – havia contrato, foi pago ou só se pagou o repasse atrasado? –, e sim a empréstimo ilegal tomado à instituição financeira. 

   Simples assim. O resto é conversa para enganar quem não entende da matéria. Ou, pior, não quer entender para não admitir. Um ou outro jornalista estrangeiro comprou sua história de “golpe”, porém a grande maioria viu a “denúncia” de Dilma como mais um daqueles casos bizarros que de vez em quando acontecem por estas bandas. Dilma perde, assim, toda a dignidade. Quanto mais ela faz, mais perto fica de seu afastamento, que se vai tornando mais e mais urgente.
(Texto: Opinião dos Leitores, do Estadão)

Um comentário:

  1. Prezado Armando Rafael - Digo sempre que os iguais se atraem. Zelaia, Hugo Chaves, Evo Morales e tudo que é de mais ordinário na governança das republiquetas das americas atraíram Lula e Dilma. Deu no que deu.

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