Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Senador Randolfe Rodrigues - Por Antônio Morais


O senador Randolfe  Rodrigues  sai  do processo da Dilma bastante  fragilizado. Não conseguiu defender a presidente, enterrou a  presidente  da Rede, a lagarta de meolo de pau Marina Silva, e, feliz dele se  não compor  com  o Lindberg Farias, Vanessa Grasiotin e Gleyse o time dos que não  se elegerão mais.

Randolfe  terminou dando uma  bela oportunidade para família Borges  do Amapá voltar ao senado. Quem viver verá.

31 de agosto -- Dia histórico no Brasil: um impeachment e duas posses na Presidência

Fonte: O Globo

BRASÍLIA — Foram cerca de 70 horas de acaloradas discussões, lágrimas, discursos pela madrugada e ameaça de uso do “poder de polícia” para conter os ânimos até que chegasse, finalmente, o dia do juízo final para a presidente afastada, Dilma Rousseff, acusada de cometer crime de responsabilidade. Nesta quarta-feira, último dia do mês de agosto, o Senado concluirá o segundo processo de impeachment de um presidente na história democrática.

Ao que tudo indica, o resultado da votação que se iniciará na manhã desta quarta-feira trará para Dilma um resultado quase tão trágico quanto aquele vivido no mesmo mês de agosto por alguns dos antecessores que a petista citou em seu discurso na segunda-feira. Foi o mês em que Getúlio Vargas tirou a própria vida e que Juscelino Kubitschek morreu. Foi também o mês da renúncia de Jânio Quadros, ato que, anos depois, desembocaria no regime militar, período citado por Dilma em sua fala para comparar a tortura que então sofreu ao momento que vive hoje.

Uma vez confirmado o impedimento dela, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) deverá assumir interinamente a Presidência da República da noite desta quarta-feira até a próxima terça-feira, já que Michel Temer pretende embarcar para a China logo após ser empossado pelo Congresso Nacional.




Depois do Impeachment: uma reflexão – por Péricles Capanema

Dissolve-se o clima festivo das Olimpíadas e a vida quotidiana retoma seus direitos. O que nos espera? O que aguarda o Brasil? João Domingos, jornalista, questionou o senador Lindbergh Farias sobre as manifestações populares pró-Dilma. “Não estamos mais conseguindo mobilizar ninguém”, admitiu o petista. João Domingos foi até Miguel Rossetto, o mais próximo conselheiro de Dilma e indagou por que havia sido relativamente fácil afastar a Presidente: “Por que não temos 10% de apoio. Não temos as ruas”. Alvejou ao constatar o óbvio: “Porque os golpistas têm mais força do que nós”. Dizem os espanhóis, a confesión de parte, relevo de pruebas.

Convém recordar que a enorme impopularidade da administração petista decorreu da queda do padrão de vida, da carestia, do desemprego crescente. Veio ainda da sensação de roubalheira generalizada. Os senadores favoráveis ao impeachment, provavelmente mais de 54, ao votar NÃO terão em vista apenas os crimes de responsabilidade. Seu olhar se fixará também no destruidor conjunto da obra petista.
Tudo o indica, Dilma será esquecida e logo respiraremos outra atmosfera, cada vez menos relacionada com o clima anterior.
*       *       *
Provavelmente o governo novo terá até dezembro de 2018 para executar seu programa. Se o TSE reprovar as contas de campanha da chapa Dilma-Temer antes de 31 de dezembro próximo, o que é difícil acontecer, o presidente terá o mandato cassado, assumiria Rodrigo Maia e em 90 dias haveria nova eleição presidencial. Se a referida condenação do TSE acontecer após 31 de dezembro próximo, mesma situação, mas, em eleição indireta o Congresso elege outro presidente. Nesse caso, o provável é a eleição de alguém com programa de governo parecido ao de Temer. O rumo pouco mudaria.


Pela segunda vez, PMDB conquista a Presidência sem o batismo das urnas - Por Josias de Souza.


O PMDB demonstrou que um raio cai duas vezes no mesmo lugar. Pela segunda vez em três décadas, o partido chega à Presidência da República sem passar pela pia batismal das urnas. Em 1985, prevaleceu com Tancredo Neves na eleição indireta do Colégio Eleitoral. Decorridos 31 anos, vai ao trono com Michel Temer graças à vontade dos senadores que decidiram encurtar o mandato de Dilma Rousseff.

No caso de Tancredo, o vento da rua soprava a favor. Frustradas com a rejeição da emenda das Diretas Já, as multidões avalizavam o representante do PMDB como a melhor alternativa para livrar o país da ditadura. Mal comparando, Temer está mais para José Sarney, o vice que herdou o Planalto depois da morte de Tancredo. Assim como Sarney, Temer não viraria chefe do Executivo se dependesse do voto.

Temer chegou à Câmara em 1987. Mas só se elegeu com suas próprias pernas em 1995. Nas duas eleições anteriores –1986 e 1990— seus votos só lhe renderam a suplência. Foi a Brasília porque os titulares deixaram os cargos. Em 2006, ano de sua última eleição para deputado, Temer amealhou cerca de 99 mil votos. Voltou à Câmara graças ao socorro do chamado quociente eleitoral, índice que contabiliza sobras das urnas da coligação partidária.

Temer expressa-se em português requintado —com mesóclises e sem nomes feios. Tem uma dificuldade quase fonoaudiológica de elevar a voz. É lhano nos modos e cerimonioso no trato. Cavalgando essas características, chega à Presidência como líder partidário, não como líder popular. Presidiu a Câmara três vezes. Tem trânsito fácil em todas as legendas. Possui densidade política, não eleitoral.

Governo conta com 61 votos para aprovar, o impeachment - Por Ricardo Noblat

O presidente interino Michel Temer foi dormir, ontem, sossegado depois de fazer e refazer as contas sobre o número de votos favoráveis e contrários no Senado à aprovação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Se não houver traições, 61 votos cassarão o mandato de Dilma e seus direitos políticos por oito anos.

Bem, poderão ser 62 votos caso Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, decida votar pela primeira vez. Por ora, só Renan e Temer sabem se Renan votará ou não, mas não contam a ninguém. Fernando Collor (PTC-AL) é tido como voto certo a favor do impeachment. Assim como Hélio José (PMDB-DF), que pareceu indeciso ao interrogar Dilma.

Aflição e alívio devem ter embalado o sono de Lula. Aflição porque ele acha que em breve poderá ser denunciado pelo Ministério Público Federal sob a acusação de ter ocultado patrimônio – o tríplex do Guarujá e o sítio de Atibaia, os dois em São Paulo. E sabe que se isso acontecer acabará condenado pelo juiz Sérgio Moro.

O alívio de Lula tem a ver com a certeza compartilhada por ele com senadores do PT e a direção do partido de que o destino de Dilma está selado. Em breve, ela voará para Porto Alegre e, ali, se recolherá. De há muito que Lula está convencido de que o PT só tem a ganhar com isso, e ele também. Dilma virou um estorvo.

É um estorvo desde meados de 2014 quando não abdicou da reeleição para que Lula pudesse ser candidato com Eduardo Campos, então governador de Pernambuco, de vice. Virou um estorvo gigantesco quando não soube enfrentar a crise da economia a partir do ano seguinte. Dela derivou a crise política responsável por seu afastamento do cargo.

O pior dos mundos para Lula e o PT seria, ao fim e ao cabo, a permanência de Dilma no poder. Eles não poderiam simplesmente abandoná-la. Mas continuariam sujeitos às suas decisões desastrosas. De resto, estão convencidos de que ela não seria capaz de reconquistar apoios para governar. E o partido chegaria em 2018 em piores condições do que está.

Melhor que fique nas costas de Temer a herança maldita legada por Dilma. Melhor que Lula e o PT possam passar imediatamente para a oposição ao governo. Se dependesse de Lula, Dilma não teria se ocupado tanto com questões técnicas como o fez no confronto com os senadores. Ele gostou do discurso lido por ela, mas do resto, não.

Mas a culpa é dele – e Lula o reconhece em conversas com amigos. Ele inventou uma criatura que pensou controlar. Ela escapou ao seu controle.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Várzea Alegre festeja seu padroeiro – São Raimundo Nonato – neste 31 de agosto (por Armando Lopes Rafael)

Quem foi o padroeiro

Por ter encontrado dificuldades para vir à luz, São Raimundo Nonato é invocado como patrono e protetor das parturientes e das parteiras (seu nome significa “não nascido” porque foi extraído vivo das entranhas da mãe já morta).
São Raimundo Nonato nasceu na Espanha, em Portel, na diocese de Solsona (próximo a Barcelona) no ano de 1200. Ainda menino, teve de guardar o gado e, durante seus anos de pastor, visitava constantemente uma ermida de São Nicolau, onde se venerava uma imagem de Nossa Senhora de quem era devotíssimo.
Conta-se que, durante as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho. Desde jovem, Raimundo Nonato percebeu sua inclinação à vida religiosa. Seu pai buscou, sem êxito, impedi-lo de corresponder ao chamado vocacional. Ao entrar para a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, pôde receber do fundador: São Pedro Nolasco, o hábito. Assim, tornou-se exemplo de ardor na missão de resgatar das mãos dos mouros, os cristãos feito escravos.
Certa vez, São Raimundo conseguiu liderar uma missão que libertou 150 cristãos, porém, quando na Argélia acabaram-se os recursos para o salvamento daqueles que corriam o risco de perderem a vida e a fé, o Missionário e Sacerdote Raimundo, entregou-se no lugar de um dos cristãos. Na prisão, Raimundo pregava para os muçulmanos e cristãos, com tanta Unção que começou a convertê-los e desse modo sofreu muito, pois chegaram ao extremo de perfurarem os seus lábios com um ferro quente, fechando-os com um cadeado. Foi mais tarde libertado da prisão e retornou à Espanha.
São Raimundo Nonato, morreu em Cardona no ano de 1240 gravemente doente. Não aguentou atingir Roma onde o Papa Gregório IX queria São Raimundo como Cardeal e conselheiro. O seu corpo foi descansar na mesma ermida de São Nicolau em que orava nos seus anos de pastor.

Protetor das mulheres grávidas


A Espanha é o país que mais venera São Raimundo Nonato, lá chamado San Ramón Nonato. As mulheres grávidas são as que mais recorrem a ele. Abaixo, uma das orações mais populares da Espanha, pedindo a proteção de São Raimundo:

Oração para um parto feliz

Oh! santo padroeiro, San Ramon Nonato, modelo de caridade aos pobres e necessitados, aqui estou eu, deitada a vossos pés para, humildemente, implorar a sua ajuda nesta minha necessidade. Como sua maior alegria foi ajudar aos pobres e necessitados da terra, ajude-me, peço-vos, ó glorioso San Ramon, nesta minha aflição. A vós, oh glorioso protetor, vim para que abençoe a criança que carrego em meu ventre. Proteja-me a mim e ao filho do meu coração agora e na hora do nascimento que se aproxima. Em troca, prometo educar meu filho de acordo com as leis e mandamentos de Deus. Escuta a minha oração, meu protetor amoroso, San Ramon, e me faça a feliz mãe desta criança que, espero, possa dar à luz através da sua poderosa intercessão. Amém.

(Tradução e postagem: Armando Lopes Rafael)

Dilma: o desfecho final (editorial do Estadão em 30 de agosto de 2016)

Num discurso de 50 minutos feito ontem perante o Senado Federal, com o qual pretendeu se defender das acusações pelas quais será julgada nas próximas horas pelos senadores, a presidente afastada Dilma Rousseff produziu uma peça de ficção entremeada por lances de pieguice explícita.

Foi um fecho melancólico do itinerário político de uma chefe de governo que, simplesmente, fez tudo errado e levou o País para o buraco. Tudo consequência do autoritarismo e da soberba de um projeto de poder irresponsavelmente populista, agravado pela incompetência gerencial e pela inapetência para o jogo político reveladas pela criatura imposta por Lula para revezar com ele a cadeira presidencial.

O argumento central da defesa de Dilma, repetido à saciedade ao longo de todo o processo do impeachment que chega agora a seu desfecho, é que, alimentados pelo ódio e pela intolerância, seus adversários, ao verem “contrariados e feridos nas urnas os interesses da elite econômica e política”, assacam contra ela acusações infundadas. E protestou: “As provas produzidas deixam claro e inconteste que as acusações contra mim dirigidas são meros pretextos, embasados por uma frágil retórica jurídica”. Dilma tem todo o direito de pensar o que quiser sobre o julgamento no qual é ré, mas não é a ela, e sim aos juízes, constitucionalmente investidos de autoridade jurídica e política para tanto, que caberá decidir se ela é ou não culpada. Essa é uma responsabilidade atribuída ao Congresso Nacional. E até agora, seja no âmbito da competência dos deputados, seja na dos senadores, Dilma perdeu sempre.

A presidente afastada sabe que perderá até o amargo fim e, portanto, nada mais lhe resta senão apelar para o ilusionismo retórico e as lágrimas de crocodilo em desesperada tentativa de reverter os votos de senadores que imagina que ainda possam ser persuadidos a absolvê-la e de convencer a opinião pública de que merece um lugar de destaque e honra na história que se escreverá. Foi certamente com essa intenção que Dilma reiterou com insistência, ao longo de sua fala, dois pontos: as “marcas da tortura” de que foi vítima quando pegou em armas para combater a ditadura militar e o fato de que “não há crime” nos crimes que lhe são imputados pela acusação.

Dilma classificou sua reeleição como “rude golpe a setores da elite conservadora brasileira”. Na verdade, foi um tremendo golpe para todos os brasileiros. É que, durante a campanha presidencial, ela fez tudo para dissimular a grave situação das contas públicas e a forte retração da atividade econômica, atribuindo aos adversários a intenção de praticar todas as “maldades” que ela própria, tão logo reeleita, tentou em vão implantar para aliviar a crise.

Dos argumentos de que a presidente afastada lançou mão em sua arenga, o mais ridículo é o de que, primeiro “é uma desproporção” mover um processo de impeachment por crimes como os que constam da acusação – ou seja, de pequena monta. Dilma protestou contra a tentativa de “criminalizar” o Plano Safra, quando em momento algum a acusação emitiu juízo de valor sobre aquele plano de subsídio à agricultura, limitando-se a denunciar que a forma de efetivação do financiamento violou a lei, pois o governo – controlador de bancos públicos – fez operações de crédito com essas instituições, numa prática vedada pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Dilma ainda teve de fazer malabarismos para não entrar em choque com o PT, que acaba de rejeitar sua ideia de, caso seja reconduzida à Presidência, convocar um plebiscito para decidir sobre a antecipação das eleições presidenciais: “Chego à última etapa desse processo comprometida com a realização de uma demanda da maioria dos brasileiros: convocá-los a decidir, nas urnas, sobre o futuro de nosso país. Diálogo, participação e voto direto e livre são as melhores armas que temos para a preservação da democracia”.

Como era inevitável, Dilma protestou também contra o fato de estar sendo julgada pelo “conjunto da obra”. De fato, a profunda crise em que ela afundou o País agrava sua situação. Mas o julgamento em curso é, por definição, também político. E dessa perspectiva é impossível ignorar o “conjunto da obra”.


O discurso do golpe – por Celso Ming

Fonte: Estadão, 30 de agosto de 2016

O discurso é repetitivo e irreversível, não há entendimento possível. A presidente Dilma afirma que está sendo vítima de um golpe, até admite ter cometido erros – embora não tenha dito quais –, mas que não cometeu nenhum crime de responsabilidade que justifique sua deposição. É, para ela, um golpe parlamentar incontestável. O presidente do Julgamento, Ricardo Lewandowski, preferiu contemporizar com a observação tímida de que o golpe é apenas uma tese. 
Mas essa tese tem consequências. Inclui entre os golpistas, as duas Casas do Congresso, o Supremo Tribunal Federal e, por força de consequência, a própria Constituição e a Lei, que respaldam todos os procedimentos do processo de impeachment.

Também o ex-presidente Collor poderia alegar o mesmo: que foi vítima de um golpe parlamentar em 1992 e que não cometeu crime nenhum, tanto que foi inocentado depois pelo Supremo. E, no entanto, em 1992, o PT apoiou o impeachment do então presidente Collor, sem ter, na ocasião, admitido ter participado de um golpe. E convém lembrar que o PT pediu o impeachment dos demais presidentes da República que assumiram depois do regime militar, de Sarney a Fernando Henrique. Só parou com Lula e Dilma.

Se são golpistas os juízes do Supremo e os senadores que a julgam, por que então a presidente Dilma recorre a eles para pedir que a inocentem? São golpistas, mas deixarão de ser apenas se a inocentarem?

Em seu discurso de defesa, a presidente Dilma fez uma argumentação esquisita. Disse que a política econômica adotada pelo presidente em exercício Michel Temer contraria frontalmente a que foi apresentada e defendida ao longo da campanha eleitoral de 2014. Ora, quem deu um cavalo de pau na política econômica foi a própria Dilma. Depois de rejeitar um programa ortodoxo de ajuste fiscal, nomeou o ortodoxo Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e dele pediu um programa ortodoxo de ajuste da economia. Até o PT entendeu que essa virada caracterizou estelionato eleitoral.
Em nenhum momento de sua defesa, nem no seu pronunciamento, nem quando respondeu aos senadores, a presidente afastada adiantou qual seria sua política econômica caso viesse a ser reconduzida ao governo. Se está errada a orientação dada pelo presidente Temer, então fica sugerido que a política que seria adotada se ela voltasse ao governo seria a mesma que produziu os desastres já conhecidos?

A fundamentação jurídica evocada para seu afastamento definitivo foi o desrespeito à Constituição e à Lei de Responsabilidade Fiscal caracterizado pelo que se chamou depois de pedaladas e de utilização dos bancos públicos para abertura de créditos ao governo sem autorização do Legislativo. Mas poderia ser outra. Poderia, por exemplo, ter sido a conivência com a roubalheira na Petrobrás. Ou a política irresponsável de represamento dos preços que debilitou o caixa do setor elétrico e da própria Petrobrás.
Como já foi sustentado por esta Coluna, a presidente Dilma está, sim, sendo afastada do governo pelo conjunto da obra. Este é um julgamento político que só pode ser decidido no voto.



Ministério da Cultura Petista - Por Antônio Morais


Chico Buarque de Holanda .

Eu sou um romântico saudosista. Assim tenho guardado muita coisa velha nas minhas traqueiras. Discos de vinil. CDs, deveds, tenho até uma vitrolinha de pilha que ainda toca e, as vezes, ligo para me lembrar das tertúlias com os colegas do colégio. 

Essa defesa toda que o Chico Buarque faz do PT é porque tirou muitos benefícios e proveitos. Entre eles sua irmã Ana Holanda foi Ministra da Cultura, e, como ministra liberou três milhões de reais para a Maria Betânia, irmã do amigo Caetano Veloso administrar um Blog. 

Não se sabe quanto foi liberado para Gilberto Gil e outros artistas ricos que vivem nadando em dinheiro. Pagou casamentos da granfinagem, patrocinou imundices como a da foto acima.

Nada foi feito pela cultura popular e pobre espalhada pelo Brasil a fora. Você sabe informar se  houve algum incentivo para o grupo centenário - "Irmãos Aniceto" em Crato?  Tenho  noticias que um deles passa por dificuldades básicas.


Então, vendo as minhas relíquias musicais encontrei cinco discos de vinil, seis CDs e quatro DEVEDs do Chico Buarque. 

Quebrei-os, não ficou um pedaço que se pudesse fazer um currupil. Sou consciente que o Chico Buarque não perdeu nada, más, eu também nada perdir.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Dilma chega às últimas cenas dirigida pelo caos - Por Josias de Souza.


A autodefesa de Dilma Rousseff no Senado é cenográfica. Sabendo-se cassada, Dilma tem a pretensão de falar para a história, não para os 81 senadores. Ensaiou suas melhores poses para as lentes dos documentaristas que filmam o último capítulo de sua Presidência. Dilma sobe no palco sob a direção do caos —ou de Lula, que muitos acreditam ser a mesma coisa.

Quando começa o caos?, perguntavam-se os brasileiros em crises passadas. O que é o caos? Onde fica o caos? Dilma matou, finalmente, a curiosidade coletiva. Seu governo apresentou a nação ao caos. De gestora impecável, Dilma virou uma espécie sui generis de totem. Um totem revestido com papel de moscas, que traz grudados todos os indicadores de uma administração ruinosa.

Entre 2013 e 2016, a economia brasileira encolheu 6,8%. O desemprego saltou de 6,4% para 11,2%. Foram ao olho da rua algo como 12 milhões de patrícios. A Lava Jato demonstrou que o único empreendimento que prosperava no Brasil era a corrupção. A força-tarefa de Curitiba já produziu 106 sentenças condenatórias. Juntas, somam 1.148 anos, 11 meses e 11 dias de cadeia. Em Brasília, encontram-se sob investigação no Supremo Tribunal Federal 364 pessoas e empresas.

Diante desse cenário, com a ruína a pino, as causas invocadas para cassar Dilma —o uso de recursos de bancos públicos para pedalar despesas que eram de responsabilidade do Tesouro e a abertura de créditos orçamentários sem a autorização do Congresso— são pretextos para condenar uma administradora precária pelo conjunto de sua obra.

Guiando-se por um script que traz as digitais de Lula, Dilma fala às câmeras dos documentaristas sobre uma crise que é sempre culpa dos outros. Em timbre emocional, recorda seus tempos de prisioneira da ditadura. Lembra da luta contra o câncer. E repete o lero-lero segundo o qual jamais imaginou que teria de pegar em lanças contra outro “golpe”. Diz isso em pleno Legislativo, num julgamento comandado pelo chefe do Judiciário.

No papel de ‘inocenta inútil’, Dilma evoca os 54 milhões de votos que recebeu em 2014 para defender seu retorno à poltrona de presidente. Não para governar, mas para convocar um plebiscito capaz de livrar o país dela própria e de Michel Temer simultaneamente. Cética, a plateia se diverte com as palavras de Dilma como quem brinca de roleta russa, na certeza de que a sinceridade que a oradora manipula está completamente descarregada.

Em poucas horas, Dilma irá embora. Levará com ela as lentes dos documentaristas. Mas deixará a crise, que continuará fervilhando como uma telenovela sem fim. Livres dos desafios da interinidade, Temer e seu exército de brancaleone —liderado por renans, jucás e outros xamãs— serão relegados a tarefas menores como, digamos… trabalhar.

Réquiem para um sonho - Por Ricardo Noblat

Candidatos do PT às eleições municipais de outubro descartaram o vermelho e diminuíram o tamanho da estrela do partido no seu material de propaganda na tentativa de evitar uma sangria de votos.

Haverá símbolo maior do fim de um sonho que pareceu tão generoso no seu início?

Sem falar da impossibilidade de Lula circular livremente por aí. Em breve, talvez acabe impedido pela Justiça de circular.

Destino igual pode estar reservado para a presidente Dilma Rousseff.

Enclausurada no Palácio da Alvorada há 111 dias, visitada durante esse período apenas por ex-auxiliares e poucos amigos, desprezada pelo PT que foi obrigado a engoli-la, mas que afinal a regurgitou, ela irá, hoje, ao Senado para defender-se dos crimes que lhe imputam. As chances de sair dali absolvida são quase nenhuma.

“Eu não tenho de renunciar, não tenho de me suicidar, não tenho de fugir para o Uruguai”, bradou ela em seu último ato público na quarta-feira passada em uma referência aos ex-presidentes Getúlio Vargas que se matou com um tiro no coração em 1954, e João Goulart que 10 anos depois se exilou para não ser preso.

Com o que disse, Dilma prestou um tributo à democracia que vige no país. Essa, porém, não foi sua intenção. Contrariaria o discurso do golpe, sua última esperança de justificar o próprio fracasso.

Ela quis foi reforçar a imagem de mulher disposta a enfrentar duros desafios desde que abandonou a vida de aluna de uma escola de classe média alta em Belo Horizonte no final dos anos 60 para se tornar uma guerrilheira na luta contra a ditadura militar.

Sente-se credora do país desde aquela época. É como se o Brasil lhe devesse os anos em que foi caçada pela polícia política, os anos em que permaneceu presa e as bárbaras torturas que sofreu.

Foi quando descobriu a mentira como único meio de sobrevivência. E dele valeu-se, inclusive, para governar entre janeiro de 2011 e abril último. Uma decisão do Senado afastou-a do cargo.

Para que pudesse retomá-lo, Dilma precisaria convencer 28 dos 81 senadores de que não violou a Constituição ao gastar mais do que fora autorizada pelo Congresso. Mas como operar tal milagre?

Em maio, somente 22 senadores votaram contra a admissibilidade do processo de impeachment. No último dia 10, somente 21 votaram contra o relatório que recomendou o julgamento de Dilma.

Ela está às vésperas de ter o mandato cassado e os direitos políticos suspensos por oito anos, menos porque cometeu um crime de responsabilidade previsto na Constituição, e mais porque carece de condições mínimas para governar.

É um caso de falência da autoridade política. Não é matéria de lei, mas da vida real. Dilma perdeu o apoio das ruas, dos partidos e do Congresso. Ponto final.

Por saber disso, ela não desperdiçou os últimos 111 dias com a pretensão vã de reconquistar apoios. Antecipou a volta para Porto Alegre dos seus objetos pessoais e investiu na construção da narrativa que imagina legar à posteridade – a da primeira mulher presidente da República do Brasil deposta por um golpe de direita.

Que diferença fará para Dilma uma mentira a mais ou a menos?

Para o PT, fará diferença, sim, ela sair de cena o mais rápido possível. As eleições estão à porta. A sombra de Dilma só faria mal ao partido. Basta a de Lula, indiciado por corrupção.

Mas dessa sombra, o PT não se livrará tão cedo. Tampouco nós.

Senadores ‘não aceitarão provocações’ durante defesa de Dilma.


Os senadores da base aliada do governo do presidente em exercício, Michel Temer, se reuniram na manhã deste domingo. Eles discutiram como vão abordar a presidente afastada Dilma Rousseff e a ordem de quem vai fazer as perguntas. Eles escalaram nomes de mais representatividade para serem os primeiros.

Nomes de mais representatividade foram escalados para serem os primeiros. O relator do processo de impeachment no Senado, Antônio Anastasia (PSDB-MG), vai ser o quinto. O líder do governo na Casa, Aloysio Nunes (PSDB-SP), o sétimo. O presidente do PSDB nacional, Aécio Neves, será o 11º.

Até agora, 47 dos 81 senadores estão inscritos para fazer perguntas durante o depoimento da petista. A primeira será feita pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), uma das mais ferrenhas defensoras de Dilma. Do lado favorável ao impeachment, falará primeiro a senadora Ana Amélia (PP-RS).

Segundo Aécio Neves, as perguntas se delimitarão aos assuntos técnicos dos motivos do impeachment, como a edição de decretos suplementares e as chamadas pedalada fiscais, que são atrasos no repasse a bancos públicos. Ele disse que quem dará o tom será a presidente.

domingo, 28 de agosto de 2016

A História descarta canastrões - Por Mary Zaidan.


Renan Calheiros acertou: o Senado virou um hospício. Não se trata mais de apreciar o impeachment de Dilma Rousseff, cujo placar foi antecipado pelos julgadores ao longo do processo e, com mais precisão, na sessão de pronúncia. Durante essa fase de julgamento, iniciada na quinta-feira, o que se quer é holofote e, se possível, escrever o nome na História. Nem que seja no rodapé.

Para tal, não se medem esforços e muito menos palavras. A maior parte delas não recomendável para menores. Bate-bocas sem fim, xingamentos, baixarias vexaminosas.

Ensandecidos, acusadores e defensores do mandato da presidente afastada se engalfinharam em troca de acusações que nem de longe se aproximavam do mérito da questão. E muitos deles escancararam o desapreço que têm pelo Parlamento e pela própria democracia, em que a chave é o contraditório.

Agrediram-se ao vivo na televisão, foram fotografados por todos os ângulos, e manchetados nos jornais impressos e noticiosos da internet. Brigaram pela audiência, não pelo país.

Aguerridos, os defensores de Dilma protagonizaram cenas que não são capazes de mudar um único voto em prol da presidente afastada, mas asseguraram o papel de coadjuvantes – e até com algum destaque -- no filme que está sendo preparado para o pós-impeachment. Com direito a cenas ao lado do ícone maior, o ex Lula, algumas delas, dizem, já rodadas.

Estrela da produção, Dilma Rousseff pretende que a História a reconheça como quem defendeu a democracia contra golpistas. Seu script começou há meses, quando iniciou a bateria de entrevistas para a mídia internacional. E terá como ponto alto o pronunciamento de amanhã, no Senado, em que pretende repisar no mesmo soalho.

A tática serve ao público cativo. Difícil será convencer historiadores sérios quanto a um golpe perpetrado contra os ditos da Constituição, com direito amplo de defesa, julgamento no Senado sob a batuta do presidente da Suprema Corte, e até pronunciamento da acusada.

Só um desavisado ou um mal intencionado acharia possível usar tanta lei para golpear a lei.

Pouco importa. A balela serve para animar a torcida – que também está no filme – e tentar um espacinho na História, ainda que com intelectuais de ocasião.

Fazer História, recheando a biografia, deve também ser a inspiração do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que, no afã de dar ares de Corte ao Senado, importou regras descabidas para o mundo da política. Como a de encarcerar testemunhas em hotéis, tornando-as incomunicáveis sobre um tema que há meses o país inteiro comunica e opina. Ou de proibir que, nesta fase, senadores se pronunciem sobre o mérito do crime. Algo só aplicável a advogados e promotores em um tribunal, ainda assim porque sobre eles paira a possibilidade real de punição em caso de desacato às ordens da Corte.

Sem a autoridade imaginada, à Lewandowski sobrou o recurso de cortar o microfone. E o extremo de suspender a sessão quando a temperatura sobe além da fervura, queimando as instituições.

A loucura que impera entre aqueles que se lixam para os males que causam ao país acaba por turvar a importância do processo. O impedimento de um presidente da República é fato que impacta o cotidiano. Tem lugar assegurado na História.

Mas o filtro da História é implacável.

Quem mesmo presidia o Senado quando Fernando Collor foi cassado? Quais foram os três senadores que votaram pela permanência dele? Como foram as sessões? Quantas horas duraram? Quem disse o quê? Informações difíceis de serem encontradas até mesmo nos anais do Senado.

Sábia, ainda quando demora, a História costuma ser cruel para os que acham que conseguem trapacear com ela.

Nesta 2ª feira, a última etapa do impeachment


Nesta segunda-feira (29), às 9h, deve ter início um dos momentos mais importantes do julgamento de Dilma Rousseff: a presidente afastada comparecerá ao Senado para depor e responder pessoalmente às perguntas dos senadores. A presidente terá 30 minutos para falar (prorrogáveis a critério do presidente da sessão). Após o questionamento dos senadores, Dilma Rousseff pode optar por responder ou não às perguntas. Cada senador tem 5 minutos para questionar a presidente afastada.Advogados de acusação e de defesa terão o mesmo tempo.

PT abandonará Dilma caso ela seja derrotada no impeachment, dizem aliados da presidente afastada
Coluna “Painel” – Folha de S.Paulo, 28-08-2016
Dilma Rousseff tende a ser “demonizada” pelo PT caso o impeachment seja aprovado pelo Senado, vaticinam alguns de seus fiéis aliados. A cúpula do partido, que nunca caiu de amores pela presidente afastada, agora se distancia à luz do dia, como no embate sobre a proposta de plebiscito. O abandono crescente faz amigos arriscarem um palpite: ela terá da sigla o mesmo tratamento dado a Luiza Erundina ao deixar a Prefeitura de SP. De tão isolada, teve de se divorciar da legenda.
No encontro com Dilma na semana passada, Renan Calheiros reiterou que não votaria no julgamento do impeachment. Após a briga com petistas, na última 6ª feira,  porém, ninguém mais acredita que Renan cumprirá a promessa. “Já não contamos com a abstenção dele”, diz um auxiliar. A ida da presidente afastada ao Senado não terá pompa, mas manterá alguma circunstância. Renan irá recepcioná-la na entrada do Congresso, a chamada chapelaria, e ofereceu seu gabinete para abrigá-la nos intervalos da sessão.

Mudou de lado: senador Telmário Mota, de antigo defensor de Dilma agora  favorável ao impeachment
Fonte: Estadão
Telmário Mota teria dito que tem se sentido traído depois que o PT municipal não apoiou seu candidato em Boa Vista (RR). Dilma pode perder esse voto praticamente consolidado a seu favor. O senador Telmário Mota (PDT-RR) tem se mostrado muito irritado com o fato de o PT ter lançado candidato à prefeitura de Boa Vista e não apoiar o nome do seu partido. Segundo pessoas próximas ao parlamentar, ele decidiu fazer uma imersão neste final de semana em suas bases eleitorais, incluindo comunidades indígenas, a fim de decidir o voto no julgamento do processo de impeachment da petista, na 2ª feira, 29 de agosto.
             

Adeus, Lula - Por Dora Kramer.

"Dilma desocupa a ribalta e volta ao ostracismo de onde Luiz Inácio da Silva a resgatou, num ato posto pelos fatos na condição de erro crasso que ficará marcado na história como exemplo das consequências do pecado da soberba. 

Nunca antes neste País terá sido visto um equívoco de tal magnitude, cometido por considerado mestre na matéria. 

Ainda que involuntariamente e por mais que acredite na fantasia, na vida real Dilma derrubou o mito do grande articulador, do político sensitivo de instinto infalível. 

Com esse passo em falso, Lula se colocou em posição semelhante à de Paulo Maluf na eleição municipal de 1996, em São Paulo. 

Maluf inventou Celso Pitta convocando os eleitores a nunca mais votar nele caso a criatura desse errado. Deu e ficou mais ou menos por isso mesmo. O inventor nunca mais recuperou condições de competitividade em eleições majoritárias."

Virando uma página da história: O adeus da feroz torturadora da verdade e do idioma – por Augusto Nunes (*)

Neste 29 de agosto, o país verá em ação a Dilma que diz frases sem pé nem cabeça até quando lê e a Dilma que não diz coisa com coisa quando desanda no improviso
 A pior oradora de todos os tempos protagoniza derrapagens espetaculares até quando está lendo discursos encomendados a quem consegue juntar sujeito e predicado. Foi assim em dezembro de 2009, durante a Conferência do Clima promovida em Copenhague, quando a chefe da Casa Civil do governo Lula surpreendeu o mundo com a notícia assombrosa: “O meio ambiente é, sem dúvida, uma ameaça ao desenvolvimento sustentável”, recitou Dilma Rousseff sem tirar os olhos do papel. E foi em frente. Como não se corrigiu, não se explicou e nem pediu desculpas, continua valendo o que disse.

Em agosto de 2013, numa visita a Campinas, Dilma começou a ler à tarde o discurso escrito para ser lido à noite. Ela contava a sofrida saga de “uma mulher que estudou até a quinta série do curso fundamental porque vivia na roça com mais nove irmãos e não teve condições de continuá estudano” quando se deu conta de que aquilo era para mais tarde. “Mas essa mulher eu vou tratá dela no próximo… na próxima cerimônia que eu vou participá aqui em Campinas que é a formação do Bolsa Família”, informou. Dado o aviso, desandou a explicar por que “a casa própia é muito importante”. Isso mesmo: “própia”.

Se a Dilma dos discursos escritos é uma oradora de alta periculosidade, a Dilma dos palavrórios de improviso é uma selvagem serial killer da retórica. Neste 29 de agosto, a transmissão pela TV Senado do depoimento da presidente agonizante permitirá que milhões de brasileiros acompanhem ao vivo a primeira e última apresentação conjunta dessas duas Dilmas. A que diz frases sem pé nem cabeça até quando lê vai caprichar num falatório fantasiado de Auto da Injustiçada. A que não diz coisa com coisa quando improvisa vai responder a perguntas dos senadores.

Dilma garante que foi ela quem resolveu defender-se pessoalmente no Senado. Como nenhum dos áulicos que seguem frequentando o palácio assombrado ousou apresentar-lhe os perigos da ideia de jerico, a performance da segunda-feira vai atestar que o impeachment livrará o Brasil, simultaneamente, de uma recordista mundial de incompetência, de uma mentirosa compulsiva e de uma torturadora da língua portuguesa.

Ela seria poupada desse vexame derradeiro se a missão impossível fosse repassada aos senadores que permanecem a bordo da embarcação condenada cujo piloto é José Eduardo Cardozo. O texto que inunda com lágrimas de esguicho os golpistas cruéis, por exemplo, deveria ser berrado por Lindbergh Farias, uma gritaria a serviço da pouca vergonha. As réplicas aos senadores favoráveis ao impeachment ficariam por conta dos integrantes da tropa, devidamente municiados com vídeos que registram alguns dos melhores piores momentos da chefe.

Gleisi Hoffmann cuidaria de mostrar que a presidente reincidiu em pedaladas criminosas por ter compreendido que a Lei de Responsabilidade Fiscal é mesquinharia de avarento shakespeariano diante da grandiosidade de um Minha Casa, Minha Vida. Vale tudo para impedir que tão esplêndido programa definhe por falta de verbas — até raspar o cofre do Banco do Brasil. Quem discordar de Gleisi será calado pela exibição do vídeo em que Dilma ensina que uma casa é muito mais que uma casa: “Porque casa é primeiro sinônimo de segurança. Casa, depois, é sinônimo de uma outra coisa muito importante. Um lugar para a gente construir laços afetivos. É ali na casa que o pai e a mãe amam as crianças, dão instruções para as crianças, educam as crianças… e os jovens. É ali na casa também que cumeça… né? Os encontros, os namoros, os noivados, os casamentos”.

Em seguida, Vanessa Grazziotin explicaria que a gastança ilegal com obras de infraestrutura só é coisa de meliante juramentado aos olhos de gente que não sabe direito, por exemplo, para que serve uma ponte. É só ouvir o que a presidente diz no vídeo: “Por que o que que é uma ponte? Uma ponte é geralmente, e é algo que nós devemos nos inspirar, porque uma ponte é um símbolo muito forte. Pensem comigo, uma ponte ela une, uma ponte fortalece, uma ponte junta energia, uma ponte permite que você supere obstáculos”.

Kátia Abreu provaria que só uma estadista dotada de um sexto sentido pode enxergar as coisas que só Dilma vê — quem mais seria capaz de ver um cachorro oculto por trás de cada criança? No desfecho da contra-ofensiva, Humberto Costa apresentaria o vídeo em que a Mãe do Brasil Maravilha, numa única frase, saúda a mandioca, exalta o milho e anuncia a descoberta da mulher sapiens.

O show do quinteto de patetas faria mais que abreviar em algumas horas o desfecho da chanchada do impeachment. Também obrigaria a nação a apressar a caça a respostas exigidas por duas perguntas perturbadoras. Como pôde o Brasil eleger e reeleger um poste fabricado pelo farsante que oficializou a celebração da ignorância? E como conseguiu o país sobreviver a figuras assim?

(*) Augusto Nunes é jornalista
              

sábado, 27 de agosto de 2016

Lula perdeu o controle sobre seu futuro eleitoral - Por Josias de Souza.

Lula prevê que viverá dias turbulentos. Indiciado pela Polícia Federal sob a acusação de receber R$ 2,4 milhões em “vantagens ilícitas” da empreiteira OAS, ele dá de barato que será denunciado pela força-tarefa da Lava Jato. De passagem por Brasília, nesta sexta-feira, disse a um amigo não ter dúvidas de que o juiz Sérgio Moro acatará a denúncia, convertendo-o em réu. Em conversa com o blog, o amigo de Lula resumiu assim o drama que o atormenta: “Ele está deixando de ser dono do seu destino político, a situação foge do seu controle.”

Após reunir-se com Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, Lula conversou com um grupo de senadores petistas no hangar em que tomaria o jatinho de volta para São Paulo. Foram encontrá-lo, Jorge Viana (AC), Humberto Costa (PE), Paulo Rocha (PA) e José Pimentel (CE). Na definição de um dos congressistas, a notícia sobre o indiciamento deixou Lula “baqueado”. Ele estranhou que a divulgação tenha ocorrido às vésperas da deposição de Dilma. Exergou na novidade uma motivação política. Irritou-se com a inclusão de sua mulher, Marisa Letícia, no rol de indiciados.

As críticas de Lula à ação da Polícia Federal ecoaram uma nota divulgada por seus advogados. Nela, os doutores Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira repudiaram as acusações do delegado federal Márcio Adriano Anselmo, responsável pelo inquérito sobre o tríplex do Guarujá. Eles repisaram o argumento segundo o qual o imóvel não pertence a Lula, mas à própria OAS. Anotaram que o relatório do delegado tem “caráter e conotação políticos”. Apelidaram-no de “peça de ficção.”

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

NOTA DE RENAN - Brasil

Cofiram a nota que acaba de ser divulgada pela Presidência do Senado, na íntegra

"As referências feitas pelo presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), na sessão desta sexta-feira (26), são alusivas a duas petições (anexadas) protocoladas pela Mesa Diretora da Instituição perante o Supremo Tribunal Federal.

Trata-se de manifestação pública e institucional decorrente da operação de busca e apreensão realizada no imóvel funcional ocupado pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e do indiciamento da senadora pela Polícia Federal.

A reclamação 24.473 versa sobre a preservação da imunidade parlamentar na operação de busca de apreensão em imóvel do Senado Federal da senadora.

Já na reclamação 23.585, que trata do indiciamento da senadora pelo delegado da Polícia Federal, o Senado Federal tentou desfazer ao indiciamento pela Polícia Federal.

A pretensão da Instituição foi julgada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, no dia 11 de maio, quando o relator consignou que a “reclamante acabou denunciada pela suposta prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro” no inquérito 3.979.

Como se constata, as intervenções do Senado Federal são impessoais, transparentes e ditadas pelo dever funcional no intuito de defender a Instituição e as prerrogativas do mandato parlamentar.

O Presidente do Senado Federal reitera a isenção com a qual conduziu todo o processo e lamenta as recorrentes provocações em Plenário."

Fora do microfone, Rena Calheiros foi bem mais explícito com Gleisi Hoffmann:

"Era para você estar presa, agradeça a mim!"

Lider dele próprio - Por Antônio Morais


Não se cria um líder de improviso nem ele nasce feito. A monarquia, o melhor e mais perfeito sistema de governo do mundo, dá provas disto. Os príncipes ou princesas  vivem  dezenas  de anos ao lado do monarca conhecendo, aprendendo e executando o oficio de governar, antes de assumir a titularidade.

Não é um oportunista analfabeto de pai e mãe que de posse da caneta presidencial e do Diário Oficial vai ser um líder respeitado por seu pais. Mais dias, menos dias fracassa diante do populismo aventureiro, da vaidade e orgulho doentios e, sobre tudo da incompetência e irresponsabilidade.


Dom Luiz Cappio, bispo da cidade de Barra na Bahia não fez greve de fome contra a transposição das águas do Rio São Francisco. O seu protesto era para que antes o rio fosse revitalizado. Não haveria, como não há, nenhuma vantagens ter o canal se não existir água. 

Mas, a obra era eleitoreira, um meio de desviar recursos  públicos para políticos sebosos se manterem no puder.

Não deu certo, estão saindo expulsos e desmoralizados porque no balança ativo/passivo fizeram mais mal ao povo do que o bem. E, o pior, se o Brasil fosse um pais sério estavam saindo direto para a cadeia.

Indumentárias - Por Antônio Morais


O presidente Fernando Henrique Cardoso reunido com o seu vice-presidente Marco Maciel deixou escapar  a foto de sua meia com um belo buraco. A foto  correu  as redes sociais, criticas foram atribuídas, uns consideravam como desleixo ou falta de compostura. Porém o Brasil estava inteiro, a economia equilibrada e o povo  com um leme traçado a seguir.

Veio o Lula  e faltando 90 dias para o fim  do segundo mantado  eu li numa licitação do governo uma nota fiscal com a compra de 1.400 ternos. Portanto pelo tempo que faltava para terminar o governo o Pajé teria que usar 15 ternos por dia. 

Aí o resto você já sabe. O Brasil quebrado, seu povo desempregado e endividado e sem rumo. Lula entrou pobre num  Brasil rico e saiu rico de um Brasil pobre. 

Renan planeja a posse de Temer para o dia 30 - Por Josias de Souza.

Na noite desta quarta-feira, enquanto Dilma Rousseff discursava para uma plateia companheira em Brasília, Michel Temer acertava num jantar com a cúpula do Congresso uma estratégia para apressar o julgamento do impeachment. Renan Calheiros, presidente do Senado, disse a Temer que considera factível encerrar na madrugada da próxima terça-feira, dia 30 de agosto, a votação que mandará Dilma mais cedo para casa.

Renan também informou que cogita marcar para a tarde do mesmo dia a sessão do Congresso em que Temer será empossado em caráter definitivo no cargo de presidente da República. Pelo cronograma original, o julgamento de Dilma, que se inicia nesta quinta-feira (25), se arrastaria pelo menos até o dia 31 agosto.

Dilma discursou no Teatro dos Bancários. Falou em timbre de carta fora do baralho: “Estão me condenando por algo fantástico, um não-crime.” Temer jantou na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, às margens do Lago Paranoá. Ali, conforme apurou o blog com dois dos presentes, Dilma foi tratada como uma não-presidente.

A hipótese de Dilma retornar ao trono não foi sequer mencionada. Dando a deposição como favas contadas, Temer e Renan combinaram que a cerimônia de posse será simples e rápida. Deve-se a pressa ao desejo de Temer de voar na noite do próprio dia 30 para a reunião do G-20, na China, sem o contrapeso da interinidade. Renan integrará sua comitiva.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O ALZHEIMER, DESCRITO PELO PACIENTE.


Sou médico aposentado e professor de medicina. E tenho Alzheimer. Antes do meu diagnóstico, estava familiarizado com a doença, tratando pacientes com Alzheimer durante anos. Mas demorei para suspeitar da minha própria aflição.

Hoje, sabendo que tenho a doença, consegui determinar quando ela começou, há 10 anos, quando estava com 76. Eu presidia um programa mensal de palestras sobre ética médica e conhecia a maior parte dos oradores. Mas, de repente, precisei recorrer ao material que já estava preparado para fazer as apresentações. Comecei então a esquecer nomes, mas nunca as fisionomias. Esses lapsos são comuns em pessoas idosas, de modo que não me preocupei.

Nos anos seguintes, submeti-me a uma cirurgia das coronárias e mais tarde tive dois pequenos derrames cerebrais. Meu neurologista atribuiu os meus problemas a esses derrames, mas minha mente continuou a deteriorar. O golpe final foi há um ano, quando estava recebendo uma menção honrosa no hospital onde trabalhava. Levantei-me para agradecer e não consegui dizer uma palavra sequer.

Minha mulher insistiu para eu consultar um médico. Meu clínico-geral realizou uma série de testes de memória em seu consultório e pediu depois uma tomografia PET, que diagnostica a doença com 95% de precisão. Comecei a ser medicado com Aricept, que tem muitos efeitos colaterais. Eu me ressenti de dois deles: diarreia e perda de apetite.

Meu médico insistiu para eu continuar. Os efeitos colaterais desapareceram e comecei a tomar mais um medicamento, Namenda. Esses remédios, em muitos pacientes, não surtem nenhum efeito. Fui um dos raros felizardos. Em dois meses, senti-me muito melhor e hoje quase voltei ao normal.

Demoramos muito tempo para compreender essa doença desde que Alois Alzheimer, médico alemão, estabeleceu os primeiros elos, no início do século 20, entre a demência e a presença de placas e emaranhados de material desconhecido.

Hoje sabemos que esse material é o acumulo de uma proteína chamada beta-amiloide. A hipótese principal para o mecanismo da doença de Alzheimer é que essa proteína se acumula nas células do cérebro, provocando uma degeneração dos neurônios. Hoje, há alguns produtos farmacêuticos para limpar essa proteína das células.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Câmara esmaga pedido de explicação da OEA e demole argumentos de Dilma.

A Câmara dos Deputados respondeu ao bizarro pedido de explicação emitido pela OEA. Na resposta, a Câmara lembrou o óbvio: nenhum tipo de irregularidade foi praticada no curso impedimento e o Pacto de San Jose da Costa Rica foi respeitado.

É um absurdo que a Câmara tenha sido obrigada a perder tempo para escrever 80 páginas em resposta à tanta besteira contida no pedido da Organização dos Estados Americanos. De qualquer forma, o documento de resposta, assinado por Rodrigo Maia, explicou primeiramente o processo legal de impeachment no país e em seguida fez uma narrativa dos fatos sobre a constituição da comissão especial que conduziu o processo.

Citou ainda que o Supremo foi ativo e vigilante e que apreciou todas as questões apresentadas pela defesa de Dilma Rousseff. Não podendo, por tanto, se falar em supressão de instâncias e nem em cerceamento de defesa. Na parte final da peça, Maia diz: “Em síntese, não houve nenhuma violação ao texto constitucional e à Lei que rege a matéria e, em consequência, assegurou-se a mais ampla defesa, com todos os recursos dela decorrentes, incluindo várias ações impetradas perante o Supremo Tribunal Federal (…)”.

A conclusão foi decisiva: “Improcedente, descabida e sem nenhum fundamento constitucional, legal e jurisprudencial, a reclamação levada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos – OEA.”

Ex-prefeitos do Crato - Por Antônio Morais.


Vi esta coletânea de fotos de ex-prefeitos do Crato e, uma pergunta sugestiva : Quem foi o melhor?

Não me atrevo a julgar, abstenho-me de fazê-lo até porque não conheço a história na sua exatidão. Vou comentar o que conheço do trabalho de três deles, mostrar e reconhecer a importância de suas obras para a cidade e região 

Dr. Joaquim Fernandes Teles, médico e prefeito de 1928 a 1930. Terminado a mandato se elegeu Deputado Federal e conseguiu os recursos para criação, fundação e edificação do Hospital São Francisco de Assis. Uma instituição regional que por muito tempo atendeu aos pacientes provenientes de diversos estados nordestinos.

Dr. Antônio de Alencar Araripe, prefeito de 1930 a 1935, elegendo-se deputado federal trouxe para o Crato a Colégio Agrícola, que preparou centenas e centenas de técnicos, hoje em dia, espalhados Brasil a fora contribuindo com o desenvolvimento da agricultura brasileira. Teve papel importante na criação do Banco do Nordeste do Brasil sendo um de seus primeiros presidentes.

Dr. Wilson Gonçalves, este foi além de prefeito de 1943 a 1945, deputado estadual e federal, vice-governador do Estado, senador da republica e ministro do STF. Sua principal obra para o Crato e região foi a criação do Colégio Estadual que recebe o seu nome, obra de grande vulto e que atendeu aos anseios de centenas de milhares de jovens dos estados do nordeste.

Portanto, destaco esses três ilustres ex-prefeitos por obras de alcance na educação e saúde de nossa gente. Convém lembrar que existem ex-prefeitos pra todo gosto : aqueles que  saíram da prefeitura para a assembleia ou câmara federal e, os que  não podem sair as ruas e são motivos de achincalhes, deboches e vaias. 

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Graxa na Câmara Federal - Publicado no dia 12.01.2012.


Reprise :

O VALOR DA GRAXA PARA SAPATOS NA CÂMARA FEDERAL - Dra Maria da Gloria Bessa Haberbeck OAB 3515

Veja para onde vão os impostos que são extorquidos dos bolsos da população brasileira.

Leia e repasse - GRAXA NA CÂMARA:

Os sapatos dos nossos parlamentares devem brilhar mais que as barrigas inchadas e verminadas' das nossas crianças famintas...
Acredite se quiser...
O presidente da Câmara Federal, o 'triste' Deputado Marco Maia ( PT - RS) , quer todos os parlamentares, assessores e  funcionários da casa de sapatos reluzentes.
Acaba de abrir uma licitação para contratar serviços de engraxataria  no prédio, num total de R$ 3.135 milhões por 12 meses, o que dá R$ 261 mil por mês ou ainda, R$ 8,700 mil por dia.
O valor diário equivale à alimentação de 174 famílias num mês, pelas normas do falido FOME ZERO!

A CUSTOS DA INICIATIVA PRIVADA, SÃO MAIS  DE 3.500 PARES DE SAPATOS ENGRAXADOS DIARIAMENTE.PODE???
É pessoal, os palhaços somos nós...
Temos que pagar o projeto FOME ZERO e com os sapatos desengraxados, ou pior, sujos com toda essa lama, na qual se mistura os dirigentes desta pobre nação.                

Candidatos a prefeito e vereador pelo PT são quase metade de 2012.


Segundo TSE, das siglas grandes e médias, PT foi a que mais perdeu. Número de concorrentes a prefeito é 45,76% menor que na última eleição.

De acordo com o TSE, o número de concorrentes petistas a prefeito minguou de 1.829, em 2012, para 992 neste ano (45,76% a menos).

Há quatro anos, a sigla elegeu 635 prefeitos, mas tinha o equivalente a 11,5% dos candidatos. Desta vez, os candidatos do PT às prefeituras são 6% do total. Já na disputa pelas cadeiras das Câmaras Municipais o PT desidratou de 40.960 para 21.629 (-47,19%).

Somente o PCB perdeu mais candidatos a prefeito e a vereador do que o PT percentualmente. Nesta eleição municipal, a sigla – que não tem representação na Câmara dos Deputados – viu reduzir em quase 60% o número de concorrentes a prefeituras e câmaras de vereadores.

Em números absolutos, entretanto, o PT é disparado a legenda que mais desidratou no número de candidatos. São menos 837 concorrentes a prefeituras e menos 19.331, às câmaras de vereadores.

O segundo partido que mais perdeu candidatos a prefeito e a vereador, em números absolutos, foi o PTB, que integra a base de apoio ao governo Michel Temer no Congresso Nacional. O número de concorrentes petebistas aos paços municipais caiu de 864 para 731 (-133) e aos legislativos municipais de 24.790 para 20.661 (-4.129).

O PMDB do presidente em exercício Michel Temer – partido com mais candidatos a prefeito na eleição deste ano – conseguiu manter praticamente inalterado o número de concorrentes em relação a 2012, mesmo também sendo suspeito de ter recebido propina do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.

Na última eleição municipal, havia 2.360 peemedebistas concorrendo a prefeito. Neste ano, o número de candidatos caiu para 2.352 (0,39% a menos). De qualquer forma, o PMDB, sozinho, tem quase 15% do total de postulantes ao comando dos paços municipais.

Em relação ao número de candidatos a vereador, o PMDB teve uma queda mais acentuada. Em 2012, a sigla tinha 43.004 filiados disputando uma cadeira nos legislativos municipais. Agora, são 39.432 (-8,31%).

domingo, 21 de agosto de 2016

O GEMIDO DOS MEDÍOCRES - Por Paulo André Chenso.


O Colégio Militar foi criado por D. Pedro 2º em 1889, e mantido pela República. Durante 126 anos nunca se viu qualquer comentário sobre essas escolas. De repente, descobriram o filão – e como o descobriram? Simples, as escolas militares encabeçam a lista dos melhores desempenhos nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), e isso, parece, incomodou alguns setores da nossa "educação civil". É como se o sucesso dos colégios militares causasse inveja aos colégios civis. São 12 colégios do Exército e 93 da Polícia Militar, com um total de mais de 30 mil alunos atendidos. Bastou aparecer na mídia o brilhante desempenho e já emergiram de suas tocas os pseudopedagogos de beira de estrada para criticar o sistema de ensino dos colégios militares.

Na reportagem da Folha de São Paulo (12/8) afirma-se: o Colégio Militar "padroniza comportamentos", "inibe o questionamento" e "impede criar perspectiva de construção de identidade". Se durante mais de 100 anos foi assim, os colégios militares formaram uma multidão de alienados – que, no entanto, estão dando um show de desempenho. É, realmente, paradoxal.

Sou professor há 42 anos e acompanhei gerações de alunos do nível médio, e assisti, com imensa tristeza, a deterioração do comportamento, o desinteresse, o aumento da violência, a impossibilidade de se aplicar disciplina mais rigorosa, e necessária, pois, hoje, o aluno já sabe, previamente, que não importa o que aconteça, ele será aprovado. Vi professores sendo agredidos, desrespeitados, às vezes humilhados, e por que não, abandonados pelos próprios órgãos que lhes deveriam dar apoio, como é o caso dos núcleos de ensino, com pareceres quase sempre favoráveis ao aluno. Ora, vendo tudo isso ao longo dos anos, a contínua corrupção (e corrosão) do ensino, com facilitações que chegam às raias do absurdo para justificar, alhures, que aqui não há repetências, e encerramos cada ano com alunos cada vez menos preparados. Como concordar? Alunos do nível médio que escrevem Brasil com z! Que nunca leem nada além de ridículos livrecos empurrados pelas grandes editoras - há um enorme contingente de alunos que chegam ao terceiro colegial sem ter lido um único autor clássico brasileiro. É uma vergonha!

E agora vem a mídia e seus "especialistas" em educação tecer críticas ao único sistema, hoje, que atua na educação do jovem de forma global e completa. Ora, é preciso ver o programa pedagógico desses colégios antes de sair por aí falando asneiras como se fossem os arautos da melhor educação. Se fossem, o ensino não estaria essa tragédia. Sem contar o desinteresse absoluto do Estado, o mísero investimento feito pelo poder público. O verdadeiro abandono das nossas escolas. Dispensa comentários.

Não vi entrevistas com os alunos, nem com os pais. Vi declarações, sim, de pessoas que parecem ignorar a real situação de nossas escolas. Ninguém mencionou na imprensa se os milhares de alunos desses colégios militares gostam ou não. É explícito nos regulamentos: caso o aluno não se adapte à disciplina militar, é imediatamente transferido para colégios civis. Ninguém é obrigado a estudar lá. E mais, para estudar nesses colégios, participa-se de um concurso na qual a média de candidatos chega a 22 mil! Será que é mesmo tão ruim, ou são nossos "pedagogos" que estão impregnados com as ideias "supermodernas" introduzidas na educação brasileira nos últimos anos?

Médico e professor em Londrina

sábado, 20 de agosto de 2016

Processo contra Lula enfraquece Dilma e deve impactar eleições municipais

Fonte: Estado de Minas

Justiça Federal acata pedido do MP e abre ação penal contra o ex-presidente sob a acusação de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Defesa diz que petista "jamais" tentou interferir na Lava-Jato
A decisão da Justiça Federal no Distrito Federal de tornar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva réu por obstrução de Justiça torna ainda mais difícil a posição do PT e da presidente afastada, Dilma Rousseff, no processo de impeachment no Senado.

A comissão especial votará, na próxima semana, o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), e o próprio PT admite que a derrota é certa. Com o principal fiador de Dilma acuado novamente — na quinta-feira, a Polícia Federal divulgou laudo mostrando que o ex-presidente discutiu pessoalmente as obras no sítio em Atibaia (SP) —, as chances de vitória da petista na votação marcada para o fim de agosto tendem a zero.

A pressão da Justiça sobre Lula também abala a imagem do ex-presidente como cabo eleitoral. No último domingo, ele compareceu à convenção que homologou a candidatura à reeleição do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Semana que vem ele estará em Fortaleza para apoiar Luizianne Lins — curiosamente, há 12 anos, quando Lula era presidente da República, o PT nacional abandonou Luizianne (que acabou sendo eleita) para ficar ao lado de Inácio Arruda (PCdoB) — e pretende percorrer o Nordeste para apoiar os candidatos do partido e das legendas aliadas.
             

Dilma não acredita em Deus: Desativou a “Capelinha do Alvorada”!


Cláudio Humberto do Diáro do Poder: A polícia deveria ficar de olho: as paredes da capelinha do Alvorada são revestidas de lambril de jacarandá-da-baía folhado em ouro.

A presidente ré Dilma Rousseff mandou desativar a graciosa e histórica capelinha da residência oficial do Palácio Alvorada para nela instalar o seu “asponato”. Nesse grupo de aspones que não têm muito o que fazer, exceto ocupar cargos da Presidência da República, destaca-se o inefável “Bessias”, que ficou conhecido durante o telefonema de Dilma a Lula, gravado na Lava Jato, na trama para tentar obstruir a Justiça.

Funcionários do Alvorada estão indignados com o fim da capelinha: “Além de impichada, ela merecia ser excomungada”, disse um deles.

Refúgio de orações de ex-presidentes, é um dos detalhes mais admirados do Palácio Alvorada, projetado por Oscar Niemeyer.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

O parto da montanha (Editorial do "Estadão" de hoje)

Na fábula de Esopo, depois de muito estrondo a montanha pariu um rato. Dilma Rousseff repetiu a proeza com a divulgação da “carta-mensagem” com a qual pretende convencer de sua inocência o mundo

Na fábula de Esopo, depois de muito estrondo a montanha pariu um rato. Dilma Rousseff repetiu a proeza com a divulgação da “carta-mensagem” com a qual pretende convencer de sua inocência o mundo e especialmente os senadores que vão decidir sobre o impeachment no fim do mês. Mas, depois de tanta hesitação, Dilma acabou escolhendo um mau momento para falar de inocência e se apresentar, mais uma vez, como uma mulher honesta, pois, simultaneamente, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o Ministério Público a abrir inquérito contra ela, o ex-presidente Lula, os ex-ministros Aloizio Mercadante e José Eduardo Cardozo e dois ministros do STJ, destinado a investigar a tentativa de obstrução da Justiça no âmbito da Operação Lava Jato. 

Na mensagem lida no Palácio da Alvorada, a presidente afastada reitera, candidamente, seu “compromisso com a democracia e com a necessidade da “superação do impasse político que tantos prejuízos já causou ao País”. Parecia estar falando de um outro país e de outra pessoa que não ela, cuja biografia revela total falta de compromisso com a democracia e a proeza de ter arruinado o Brasil. Finalmente, fez um apelo patético a seus julgadores: “Não se faça a injustiça de me condenar por um crime que não cometi”. A uma plateia de jornalistas a quem proibiu de fazer perguntas, Dilma repetiu a necessidade de “diálogo”, defendeu um plebiscito e a delirante ideia da antecipação das eleições presidenciais. Distanciou-se assim, ainda mais, da Nação e até da posição oficial do PT. Promete, agora, comparecer ao Senado para defender-se pessoalmente. 

O melancólico evento mostrou ao País exatamente a mesma Dilma cujos defeitos seis anos na Presidência da República só fizeram acentuar: a arrogância, a teimosia, a hipocrisia mal disfarçada na tentativa de parecer humilde, a falta de senso crítico que a impede de se ver como responsável por erros e omissões graves cometidos no catastrófico exercício da Presidência da República. Quando, logo nas primeiras linhas, menciona o “impasse político que tantos prejuízos causou ao País”, fala sobre sujeito indeterminado para não ter que admitir o seu autoritarismo empedernido que envenenou as relações do Executivo com o Legislativo e, depois, com toda a Nação. 

O argumento central da defesa de Dilma no processo de impeachment, por ela insistentemente repetido na tal carta, é o de que, como presidente da República, não cometeu nenhum crime de responsabilidade e não pode ser julgada pelo “conjunto da obra”. O julgamento do impeachment pelo Parlamento, no entanto, é essencialmente político, sustentado pela comprovação jurídica do crime de responsabilidade. No caso de Dilma o crime de responsabilidade foi reconhecido, por ampla maioria de deputados e senadores, nas votações de admissibilidade do processo. 

A defesa tem, é claro, o direito de alegar que não houve crime e tentar provar isso. Cabe aos jurados, no caso os senadores, em sessão presidida pelo chefe do Poder Judiciário, decidir pela culpa ou pela absolvição. Trata-se, portanto, não de um golpe, mas de um procedimento público – na verdade, escancarado – regido pela Constituição e pelas leis e que segue rito determinado pelo Poder Judiciário. 

Mas esse está sendo um julgamento essencialmente político, alega Dilma. É claro que é, pois se refere a um crime de responsabilidade. Os crimes de responsabilidades imputados à presidente são inexpressivos, protestam os dilmistas. As pedaladas fiscais e a liberação de recursos sem autorização prévia do Congresso objetos do processo não são fatos isolados nem corriqueiros. Foram violações flagrantes da lei que constituem, na verdade, o modus operandi de um governo autoritário que desprezava o papel constitucional e as finalidades precípuas do Parlamento como órgão da soberania nacional e de representação do povo. 

A patética manifestação epistolar de Dilma Rousseff é um conjunto de frases feitas, tiradas retóricas, expressões piegas. De platitudes e obviedades que inevitavelmente assomam em discursos políticos que, por falta de conteúdo fático e genuinamente programático, abusam de falsidades demagógicas na tentativa de conquistar o ouvinte pela emoção. Mas a paciência do povo brasileiro com o ilusionismo lulopetista está esgotada.
             

Após ganharem mais duas medalhas, atletas das Forças Armadas superam a meta

Fonte: Folha de S.Paulo


O programa de incentivo aos atletas das Forças Armadas do Brasil tinha uma meta para os Jogos Olímpicos do Rio: que os atletas militares conseguissem ao menos dez medalhas para o país.

A Olimpíada ainda tem mais três dias de competições, mas o número já foi superado após dois ouros conquistados nesta quinta-feira (18). O número de láureas proveniente de Atletas das Forças Armadas é de 80% do total de medalhas —12 das 15.

O objetivo foi superado depois de uma disputa emocionante na vela. Militares da Marinha, as velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze conseguiram ultrapassar as adversárias da Nova Zelândia na reta final da prova e puderam ouvir o hino nacional no lugar mais alto do pódio à beira da Marina da Glória com o gesto da continência.
Na madrugada de quinta para sexta, a dupla do vôlei de praia Bruno e Alison não bateram continência durante o hino, mas ficaram em posição de sentido. Ao fim da execução, porém, fizeram reverência à bandeira do Brasil.

As duas demonstrações de respeito não foram exclusivas das duplas. O atirador Felipe Wu (prata), o judoca Rafael Silva (bronze), os ginasta Arthur Nory (bronze) e Arthur Zanetti (prata), Thiago Braz, do salto com vara (ouro), o boxeador Robson Conceição (ouro) e a dupla do vôlei de praia Ágatha e Bárbara (prata) prestaram continência no pódio. Já as judocas Rafaela Silva, campeã olímpica, e Mayra Aguiar, bronze, e a nadadora Poliana Okimoto (bronze), não.