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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Temer vê agosto como o mês da consolidação - Josias de Souza.


Um auxiliar de Michel Temer recorre a uma analogia inusitada para explicar a importância do mês de agosto para o presidente interino. “Mal comparando, o poder é como a gravidez”, diz ele. “Assim como nenhuma mulher pode estar um pouquinho grávida, um chefe de Estado não pode ser um pouco poderoso. Agosto é importante porque será o mês em que o Michel vai se livrar da alcunha de interino.”

O mesmo auxiliar afirma que, no momento, nada provoca em Temer mais desconforto do que sua condição de presidente temporário. Para ele, interinidade é um outro nome para impotência. “Em pouco tempo, o Michel já demonstrou que tem credenciais para permanecer ao volante. Concluído o julgamento do impeachment, poderá mostrar ao país que dispõe de um itinerário.”

Nesta segunda-feira, 1º de agosto, Temer receberá no Palácio do Jaburu os líderes dos partidos que o apoiam na Câmara. Os parlamentares voltam das férias. E serão instados a apressar a votação das propostas econômicas do governo —a começar pela emenda constitucional que fixa a inflação do ano anterior como teto para as despesas públicas. A tramitação está apenas começando. O projeto deve chegar ao plenário entre o final de outubro e o início de novembro. Aprovado, irá ao Senado.

Entre os senadores, a prioridade zero de Temer é a confirmação do impeachment de Dilma. O STF marcou o início do julgamento para o dia 29 de agosto. Até lá, Temer espera colocar em pé o seu “itinerário”. Inclui o detalhamento das reformas da CLT e da Previdência, o “aperfeiçoamento” de programas socias e de concessão de serviços públicos à iniciativa privada.

Parte da equipe de Temer torce também para que os deputados levem à bandeja o escalpo de Eduardo Cunha. A cassação do mandato do ex-todo-poderoso da Câmara está pronta para ser votada. Encontra-se sobre a mesa do novo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A infantaria de Cunha, hoje minoritária, tenta postergar a cassação. Mas Maia deixara pré-acertado com os líderes antes do início das férias que a lâmina reservada para Cunha desceria até 10 de agosto. Vai cumprir? Em relação a essa matéria, Temer se finge de morto.

Um comentário:

  1. O Congresso Nacional retoma os trabalhos depois do recesso.

    Na quinta-feira, a comissão do impeachment deve aprovar o parecer de Antonio Anastasia.

    A anomalia Dilma Rousseff está terminando.

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