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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O que de fato importa - Por Ricardo Noblat


De volta à Lava-Jato, que há dois anos e meio não sai de cena, mas que nos últimos quatro meses dividiu o protagonismo com as Olimpíadas, as Paraolimpíadas e, por último, as eleições municipais encerradas, ontem, com a mais avassaladora derrota já colhida pelo PT em todos os seus anos de vida, a vitória do PSDB nas maiores cidades do país e o fortalecimento, por ora, do governo de Michel Temer.

Tudo o mais de previsível que possa acontecer nos próximos seis meses dificilmente será capaz de superar o que a Lava-Jato nos reserva em termos de fortes emoções.

O destino de Lula, por exemplo, será definido até o fim do ano ou início de 2017. O juiz Sérgio Moro, na segunda quinzena de novembro, tomará o depoimento de quem delatou Lula por corrupção.

Em seguida, a confirmar-se o que o próprio PT espera, Moro condenará Lula. Poderá mandar prendê-lo ou não. Se não prender, Lula aguardará em liberdade a decisão posterior do Tribunal Regional Federal da 4ª Região com sede em Porto Alegre.

Até aqui, o tribunal avalizou ou agravou as sentenças de Moro. Caso isso se repita, Lula deverá ser preso e, como ficha-suja, não disputará a eleição de 2018.

A delação de Marcelo Odebrecht e de cerca de 70 executivos da maior empreiteira do país ainda não foi fechada, mas falta pouco para que seja.

Apontada desde já como “a delação do fim do mundo” e, certamente, a maior de todos os tempos aqui ou em qualquer lugar, ela perece destinada a varrer como um tsunami o que ainda resta de pé do atual e carcomido sistema político.

Vida ingrata! Lula – sempre ele – será alvo da delação daqueles a quem tanto ajudou como presidente da República e, depois, como lobista internacional. Nada de pessoal, é claro. Foi bem recompensado pelo que fez.

Mas além de Lula, a delação atingirá cabeças coroadas de quase todos os partidos, algumas delas aspirantes à sucessão de Temer.

O governo não escapará incólume. Temer talvez se veja obrigado a promover uma pequena reforma ministerial. Talvez promova uma reforma de médio porte, aproveitando para livrar-se de alguns ministros que não correspondem às exigências dos seus cargos.

Estilhaços da delação poderão alcançar o próprio Temer. Embora protegido pelo exercício do mandato, ele não ficará bem.

O Supremo Tribunal Federal (STF) não ficará bem se ali continuarem seguindo devagar, quase parando, as denúncias e os processos que envolvem políticos e autoridades com direito a fórum especial.

Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, é um desses políticos. Responde no STF a onze processos. O primeiro, depois de sete anos emperrado, está pronto para ser julgado.

Quando chegar ao seu final, a Lava-Jato de pouco terá servido na ausência de uma reforma política que de fato desmonte o que a provocou.

Políticos que se imaginam a salvo da Lava-Jato, ou que rezam para se salvar, falam em reforma política a ser aprovada para produzir efeitos em 2018. Mas serão eles (cruzes!) que votarão tal reforma. É de se acreditar que produzirão algo decente?

Outro dia, em meio a uma sessão da Câmara dos Deputados, tentou-se aprovar uma anistia para quem se elegeu com dinheiro não declarado à Justiça. E também para os doadores do dinheiro.

A proposta de anistia está sendo revista. Deverá ser reapresentada em breve. Estamos nos estertores de um sistema político moribundo que teima em respirar. Todo cuidado com ele é pouco.

domingo, 30 de outubro de 2016

2º turno consolidou o fracasso do PT nas eleições municipais deste ano

Fonte: Site Terra
Os resultados do segundo turno confirmaram o fracasso do PT nas eleições municipais, com direito a derrotas significativas como em Santo André - um de seus berços políticos - e no Recife, única capital onde disputava a prefeitura neste domingo ( e perdeu feio)
 A projeção “Fora PT” no Congresso, em Brasília (DF), teve mais destaque dos que as faixas mixurucas do "Fora Temer" que estão sendo colocadas nas escolas invadidas -- Foto: Mateus Bonomi / Futura Press

Partido dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o PT já tinha registrado no dia 2 de outubro, no primeiro turno, seu pior resultado eleitoral nos últimos 20 anos. Com a derrota em Santo André, o PT completou a perda de espaço no ABC paulista, que em outras épocas chegou a ser considerado um "cinturão vermelho" devido ao peso que exercia na região industrial.
O maior baque da legenda aconteceu no início do mês em São Paulo, onde João Dória, do PSDB, garantiu sua eleição já em primeiro turno, com mais de 50% dos votos. O empresário derrotou, entre outros, o atual prefeito Fernando Haddad, pupilo de Lula e que tentava renovar o mandato. O PT também deixou as rédeas do poder em São Bernardo do Campo, cidade em que foi fundado e onde mora Lula, que não votou no segundo turno - tem 71 anos, e o voto é facultativo para quem tem mais de 70 - por não apoiar nenhum dos candidatos.
Dilma também não votou em Porto Alegre, onde o PT ficou fora do segundo turno, preferindo fazer uma visita a sua mãe em Belo Horizonte. Das quatro capitais onde o PT venceu em 2012, o partido só se manteve na prefeitura em Rio Branco, no Acre. Além disso, das 18 capitais que tiveram segundo turno, o PT só chegou à disputa no Recife, onde seu candidato, João Paulo Lima, foi derrotado por Geraldo Julio, do PSB.
Os maus resultados transformaram as eleições municipais em uma espécie de epitáfio político do partido, dois meses depois que o impeachment de Dilma tirou o PT da presidência após mais de 13 anos. A cassação, os escândalos de corrupção como o da Petrobras e a profunda recessão econômica que afeta o Brasil levaram o partido ao abismo político e o afundaram em sua pior crise em 36 anos de história. Enquanto o PT desce a ladeira, o PSDB consolidou hoje sua ascensão - ganhou em 5 de 18 capitais com segundo turno - em eleições marcadas por uma grande abstenção e que perfilaram o panorama político do Brasil a dois anos das eleições presidenciais.

“Coisas da República” – Verdades que são escondidas ao povo brasileiro

Faltando 15 dias para o feriado da “proclamação” da República, no próximo dia 15 de novembro, continuamos divulgando matérias que comprovam o fracasso da forma de governo republicana no Brasil.Bom lembrar que desde 1890, nunca a “proclamação” da República foi comemorada pela população brasileira...

Como era o Brasil sob a forma de governo monárquica
Nos tempos do Império do Brasil, sob Dom Pedro II, o Brasil tinha uma moeda estável e forte, possuía a Segunda Marinha de Guerra do Mundo, teve os primeiros Correios e Telégrafos da América, foi uma das primeiras Nações a instalar linhas telefônicas e o segundo país do globo a ter selo postal. À época do Reinado de Dom Pedro II havia  liberdade de imprensa e política, coisa que não havia no restante das Américas, salvo nos Estados Unidos. (EUA).

- O Parlamento do Império do Brasil ombreava com o da Inglaterra, a diplomacia brasileira era uma das primeiras do mundo, tendo o Imperador sido árbitro em questões da França, Alemanha e Itália;

- Em 67 anos de Império tivemos uma inflação média anual de apenas 1,58%, contra 10% nos primeiros 45 dias da República, 41% em 1890 e 50% em 1891;

- A unidade monetária do Império, o mil réis, correspondia a 0.9 (nove décimos) de grama de ouro, equivalente ao dólar e à libra esterlina;

- Embora o Orçamento Geral do Império tivesse crescido dez vezes entre 1841 e 1889, a dotação da Casa Imperial se manteve a mesma, isto é 800 contos de réis anuais. Bom lembrar que o Imperador Dom Pedro II destinou ¼ (um quarto) do seu salário  pessoal para ajudar as despesas com a Guerra do Paraguai;

- A Família recebia uma dotação de  800 contos de réis, ou seja,  67 contos de réis mensais. Os republicanos alardeavam que era muito dinheiro. Pois bem assim que assumiram o governo Brasil, através de um golpe militar, as novas autoridades republicanas aumentaram o salário do primeiro “presidente provisório”, Marechal Deodoro da Fonseca, para 120 contos de réis por mês, Noutras palavras, Dom Pedro II recebia a metade do ordenado do 1º presidente republicano;

- Dom Pedro II se recusou a aceitar a quantia de 5 mil contos de réis, oferecida pelos golpistas republicanos, para que a Família Imperial tivesse um exilio sem dificuldades financeiras. Dom Pedro afirmou: – Com que autoridade eles tiram esse dinheiro do Tesouro Nacional? Recusando o auxílio, Dom Pedro II mostrou que o dinheiro não  pertencia ao presidente da República, e sim ao povo brasileiro. Para se ter uma ideia dessa importância recusada por Dom Pedro II: 5 mil contos de réis era o equivalente a 4 toneladas e meia de ouro. No exílio, na França, Dom Pedro II passou por sérias dificuldades financeiras.

- No Império o salário de um trabalhador sem nenhuma qualificação era de 25 mil réis. O que hoje equivale a 5 salários mínimos;

- o Brasil era um exemplo de democracia (para os padrões da época). Votava no Brasil cerca de 13% da população. Na Inglaterra, umka potência mundial naquela época,  este percentual era de 7%; na Itália, 2%; em Portugal não ultrapassava os 9%. O percentual mais alto, 18%, foi alcançado pelos Estados Unidos. Na primeira eleição após o golpe militar que implantou a república em nossa terra, apenas 2,2% da população votou. Esta situação pouco mudou até 1930, quando o percentual não ultrapassava a insignificante casa dos 5,6%.

- Apesar do boicote que fizeram para dificultar informações sobre as vantagens da  Monarquia, no plebiscito de 1993,  a monarquia recebeu, aproximadamente, sete milhões de votos (13% dos votos válidos). Naquela época uma pesquisa do DataFolha mostrou que 21% da população brasileira tinha simpatia pela forma de governo monárquica.


Deltan Dallagnol desmascara Renan Calheiros na Folha de S. Paulo.


Em artigo publicado na Folha de S. Paulo e assinado por Deltan Dallagnol e Orlando Martello, fica claro que a Lava jato está a frente de Renan Calheiros. Segue o trecho no qual a tática de Renan Calheiros é desmascarada.

"O ataque mendaz à credibilidade da Lava Jato e dos investigadores tem um propósito. Prepara-se o terreno para, em evidente desvio de finalidade, aprovar projetos de abuso de autoridade, de obstáculos à colaboração premiada, de alterações na leniência e de anistia ao caixa dois. O Brasil, quarta nação mais corrupta do mundo segundo ranking do Fórum Econômico Mundial, está numa encruzilhada."

No trecho seguinte, fica o alerta para que a população não durma outra vez.

"Se forem aprovados projetos como os mencionados, seguiremos o caminho da Itália, que, nas palavras de um procurador da Mãos Limpas - operação da década de 90 semelhante à Lava Jato-, lutou contra a corrupção, mas perdeu."

Afinal, para que serve a imprensa?– por Armando Lopes Rafael

A imprensa não tem finalidade meramente informativa. Ela possui, também, uma função cultural e até educacional. Alguns órgãos da mídia, felizmente, vêm cumprindo, entre nós, esse papel. Seja restabelecendo a verdade dos fatos; seja divulgando noções da história. A imprensa – chamada de quarto poder – é um serviço de utilidade pública. O jornalista é um formador de opinião. Assim, sua responsabilidade não se limita a descrever o que se passa na sociedade. Ele tem o dever de contribuir para melhorá-la.

Dito isto, utilizo este artigo para fazer uma homenagem à revista Veja, a qual, ao longo de quase 50 anos, vem cumprindo o papel da verdadeira imprensa. Veja se opôs ao regime autoritário militar (entre o final da década 60 a meados da década 80); foi responsável pela divulgação da entrevista com Pedro Collor (que resultou na queda do governo corrupto do presidente Fernando Collor); Veja foi quem primeiro teve a coragem de mostrar aos brasileiros os descalabros das administrações lulopetistas, que resultaram na quebra financeira das contas pública no Brasil, hoje uma republiqueta desmoralizada ante o concerto das nações mercê dos desastres perpetrados por Lula e Dilma.

Veja divulgou longa matéria, que obteve imensa repercussão, sobre o legado deixado pelo Imperador Dom Pedro II para a tradição democrática no Brasil. Dom Pedro II, mesmo depois de 125 anos da sua morte, ainda é apontado como uma personalidade exemplar na arte de bem governar, na defesa da liberdade de expressão, na tolerância e no amor pelo saber. Graças a sua visão de Estadista, o Brasil mereceu – em pleno século XIX - o respeito das demais nações do mundo que o admiravam por sua cultura privilegiada e o preparo que possuía para o exercício do poder. Que falta faz Dom Pedro II ao Brasil dos medíocres dias de hoje...
Veja também publicou impactante matéria sobre a farsa existente na imagem que é divulgada de Che Guevara: a de um guerrilheiro altruísta. Veja  mostrou a face real do “Che”: um sanguinário que se comprazia em presenciar mortes por fuzilamentos; um homem imundo, que não gostava de tomar banho e carregava um cheiro de suor nauseabundo. Um assassino frio, calculista e traiçoeiro. Che Guevara foi, assim, jogado no lixo da história para onde já foram descartadas figuras como Lênin, Fidel Castro, Stalin e Mao Tse Tung.

Outras matérias corajosas – divulgadas por Veja – foi sobre o destino que aguardava a Venezuela sob o governo incompetente e irresponsável de Hugo Chávez, sucedido por  Nicolás Maduro. Hoje o mundo inteiro sabe que a Venezuela foi destruída de forma pior do que fizeram com o Brasil. Na Venezuela de hoje impera a fome, escancara-se a  derrocada econômica, além de ter sido lá  implantada uma ditadura arcaica, inspirada no modelo cubano.
   É por isso que a esquerda troglodita brasileira alimenta um ódio mortal a Veja. A verdade, a crítica e a vigilância constante sempre desagradam os governantes de plantão. A revista Veja é um exemplo desta realidade, com o acréscimo de que tem uma linha editorial que pensa na modernidade, detonando as ideias que queriam engessar o Brasil porque tentaram impor uma visão-de-mundo unilateral, monoliticamente construídas sob o prisma meramente ideológico, suprimindo a liberdade de expressão, mantendo a mídia sob o controle daqueles que institucionalizaram a propina; destruíram as empresas estatais e  oficializaram o mensalão e o petrolão...

Coisas da República: Floriano Peixoto, o Marechal de Ferro – por Armando Lopes Rafael

Daqui a duas semanas o calendário das efemérides históricas de nossa pátria relembrará a data do “15 de Novembro”, para comemorar o golpe militar que implantou a República no Brasil. Assim, oportuno relembrar o início do regime republicano ente nós, que passou para a história como “A República da Espada”. Este foi o período no qual o Brasil foi governado – entre os anos de 1889 a 1894 – pelos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Trata-se de uma época caracterizada como uma ditadura militar. Durante esse período foram comuns os levantes populares e a repressão a focos de resistência simpáticos ao Imperador Dom Pedro II e à restauração da monarquia.

Neste artigo, por questão de brevidade, falaremos apenas sobre o Marechal Floriano Vieira Peixoto, nascido em Maceió em 30 de abril de 1839 e falecido em Divisa, hoje chamada de Floriano, localizada no Estado do Rio de Janeiro, em 29 de junho de 1895. Depois do golpe militar que derrubou a monarquia, Floriano foi eleito, numa eleição indireta pelo Congresso, como vice-presidente da chapa única capitaneada pelo Marechal Deodoro da Fonseca.
Com a renúncia de Deodoro, Floriano Peixoto presidiu o Brasil de 23 de novembro de 1891 a 15 de novembro de 1894. Segundo a constituição republicana imposta pelos militares, o vice só poderia ser presidente se o próprio tivesse governado por mais de dois anos. Ora, Deodoro só governou 6 meses e renunciou por pressão dos seus colegas do Exército. Pressionado também para renunciar, Floriano não titubeou. Talvez naquela ocasião ele tenha dito (com outras palavras, é claro)  o que diria – em 1968 – outro famoso militar, Jarbas Passarinho, durante reunião ministerial que decretou o AI 5, começando nova ditadura entre nós. A frase de Passarinho foi esta: "Às favas, senhor presidente, neste momento, todos os escrúpulos de consciência.”.  

Por consequência, o Marechal Floriano Peixoto foi o segundo presidente do Brasil, e o segundo a chegar ao poder sem o voto popular.  Ao longo da República isso passaria a ser corriqueiro. Mas voltemos a Floriano Peixoto. Ele passou à história como o mais sanguinário dos presidentes da República. O “Marechal de Ferro”, como era chamado Floriano Peixoto,  enfrentou protestos da oposição que não o aceitava como presidente. A oposição queria a convocação de novas eleições. Floriano, no entanto, reprimiu todos os protestos contra ele e contra a nascente República.  Logo no início, adotou medidas para enfraquecer e combater os monarquistas. Muito sangue correu para abafar esses protestos.

Outra rebelião que ele derrotou foi a chamada “Revolta da Armada” um movimento ocorrido em 1893 e liderado por algumas unidades da Marinha Brasileira contra o governo republicano. Naquele episódio muitos cadetes foram mortos a fio de espada. Depois, Floriano derrotou também outra rebelião surgida no sul do País: a Revolução Federalista um conflito de caráter político, iniciado no Rio Grande do Sul entre os anos de 1893 e 1895, que desencadeou numa revolta armada. Esta revolta atingiu também o Paraná e Santa Catarina. Muito sangue também foi derramado nesta rebelião.

Depois que deixou a presidência Floriano se refugiou no interior do Estado do Rio de Janeiro e não quis mais saber de política. Após sua morte Floriano recebeu muitas homenagens, Brasil afora. No Piauí, a cidade de Floriano foi chamada assim para homenageá-lo. Já a capital do Estado de Santa Catarina, a cidade de Desterro, teve seu nome mudado para Florianópolis.
A história, sempre implacável em seus julgamentos, destaca hoje principalmente a ferocidade de que era dotado este caudilho alagoano... 

             

sábado, 29 de outubro de 2016

Professores de História homenagearam Padre Gomes – por Armando Lopes Rafael


Soube, por um conhecido, que no encerramento do XII Encontro Estadual de História do Ceará, realizado neste final de semana no Cariri, e cuja solenidade final ocorreu ontem à noite no Campus Pimenta, da Universidade Regional do Cariri, foi prestada singela homenagem ao historiador Padre Antônio Gomes de Araujo.

Aleluia!
Numa sociedade ingrata como esta dos dias atuais, qualquer homenagem póstuma merece ser divulgada, pois serve de incentivo ao reconhecimento, por parte das novas gerações.
Padre Antônio Gomes de Araujo nasceu em Brejo Santo (CE) em 6 de janeiro de 1900 e faleceu na sua cidade natal em 26 de janeiro de 1989. Era filho de José Nicodemos da Silva e Maria Gomes de Araújo. No período de 1909 a 1918 fez o curso primário e, para usar palavras suas, textuais, “estudou o primeiro ano do ciclo secundário de seminário com seu tio Joaquim Gomes da Silva Basílio”
Em 1919 entrou para o Seminário São José de Crato, aonde foi ordenado sacerdote em 1927. Residiu a maior parte da sua vida na cidade de Crato. De 1917 a 1932 exerceu seu magistério no Seminário São José. Depois foi residir no Colégio Diocesano, mas foi professor de quase todos os estabelecimentos de ensino da cidade de Crato, e se destacou – tanto no magistério como nos meios intelectuais cearenses – como pesquisador da história e genealogia do Cariri.
Foi também professor de História na Faculdade de Filosofia do Crato, cujo curso foi encampado, posteriormente, pela Universidade Regional do Cariri–URCA. Deve-se ao Padre Gomes o esclarecimento de ocorrências da nossa história onde pairavam dúvidas e interpretações divergentes. Além de História ensinou também outras disciplinas, como o Latim e nunca deu uma aula sem que a tivesse preparado antecipadamente.
Era conhecido por sua franqueza e honestidade a toda prova. Foi um dos fundadores do Instituto Cultural do Cariri e valoroso colaborador da revista “Itaytera”, publicada por aquela instituição.
Padre Antônio Gomes de Araújo foi também colaborador de todos os jornais e revistas editadas em Crato, onde publicou importantes trabalhos sobre fatos da história regional. Na revista “A Província” publicou o trabalho “Do curral ao ciclo agrícola” dissertando sobre a vida econômica do Cariri na época do seu povoamento. Obteve o primeiro lugar num Concurso de História, promovido pela Universidade da Bahia, com o trabalho “Formação das Gens Caririenses”, em 1950.

Publicou ainda outras obras, dentre as quais citamos:

01 - Naturalidade de Bárbara de Alencar (em 1953);
02 - Um civilizador do Cariri e outros estudos”;
03 - Padre Pedro Ribeiro da Silva, fundador e primeiro capelão de Juazeiro do Norte” (em 1955);
04 - Apostolado do Embuste” (em 1956);
05 - Martins Filho, o Magnífico Reitor da Universidade do Ceará-ascendentes e colaterais” (em 1961);
06 - 1817 no Cariri” (em 1962);
07 - Aldeamento da Missão do Miranda e Revelações de sua Arqueologia”;
08 - Alvorada Glória (estes dois últimos em 1967);
09 - A Cidade de Frei Carlos” (em 1971);
10 - Povoamento do Cariri” (em 1973);

Além desses citados, deixou mais 21 trabalhos de muita relevância para a história do Cariri os quais deixamos de citar por questão de espaço. Foi – ao lado de Irineu Pinheiro – o responsável pela preservação para as gerações futuras de importantes pesquisas históricas sobre a nossa região.

Em VEJA desta semana: Lava Jato --a delação do fim do mundo

As revelações de setenta executivos da Odebrecht prometem implodir o mundo político — e até o juiz Sergio Moro faz votos de que “o Brasil sobreviva”
 O PRÍNCIPE - Marcelo Odebrecht: os segredos da relação entre o poder e o dinheiro (Heuler Andrey/AFP)

VEJA desta semana mostra as dimensões superlativas e o potencial explosivo da delação premiada de 75 executivos da empreiteira Odebrecht, incluindo seu ex-presidente Marcelo Odebrecht. Distribuído em mais de 300 anexos – 300 novas histórias sobre a corrupção no Brasil –, o acordo a ser assinado com o Ministério Público envolve os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, o atual, Michel Temer, tucanos de alta plumagem, como José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin, peemedebistas fortemente ligados a Temer, como o senador Romero Jucá e o ministro Geddel Vieira Lima, e os dois principais nomes do PMDB no Rio de Janeiro: o prefeito Eduardo Paes e o ex-governador Sérgio Cabral.
As revelações na delação da empreiteira, que faturou 125 bilhões de reais em 2015 e reuniu 400 advogados para costurar o acordo, levam procuradores da força-tarefa da Lava Jato a constatar que “se os executivos comprovarem tudo o que dizem, a política será definida como a.O. e d.O. — antes e depois da Odebrecht”. O sempre comedido juiz federal Sergio Moro também dá dimensão da turbulência que se aproxima ao comentar: “Espero que o Brasil sobreviva”.

             

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO.


Um crime que precisa ser mostrado. Isto é o Brasil do PT. Mentiras, roubalheiras, destruição do meio ambiente, e muita, muita corrupção.


PT vai ajudar filiados condenados no processo do mensalão a pagar multas. O presidente do PT, Rui Falcão, disse que integrantes do partido devem se organizar para auxiliar os filiados condenados no processo do mensalão a pagar as multas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Falcão afirmou que ele contribuirá com recursos próprios por considerar os valores "desproporcionais". O partido concluiu, na sexta-feira, a reunião de seu diretório nacional com a aprovação de uma resolução afirmando que as denúncias de corrupção são uma tentativa de desestabilizar a legenda.


O custo? Impossível dizer ao certo, metade do valor está nos cofres e contas bancárias dos corruptos. O meio ambiente ao redor foi destruído, tudo está parado e abandonado. Será que a construtora Delta do Cavendisch também levou a sua parte? Não duvido nada!

Em todos os casos, vamos adiante, vamos mostrar ao mundo como é a verdade neste país da hipócrita e mentirosa Dilma Rousseff e sua corja.





A maledicência -- por Dom Fernando Arêas Rifan (*)

  Uma reflexão sobre os vídeos montados que circulam pela Internet
            Nesse tempo de internet, em que se pode anonimamente falar mal à vontade de todo o mundo, em que se compartilham notícias sem preocupação com a verdade delas, em que se pode postar boatos que denigrem o bom nome das pessoas, em que se pode dizer meias verdades que impressionam e destroem a fama alheia, vale a pena recordar o que dizem os santos a respeito desse vício, que leva o nome de maledicência. O exagero, a caricatura, a meia-verdade, a reticência, a suspeita lançada ao ar, são tipos de maledicência que se assemelham à mentira, e até piores do que ela, por serem mais sedutoras.O Catecismo da Igreja Católica ensina: “Toda pessoa goza de um direito natural à honra do próprio nome, à sua reputação e ao seu respeito. Dessa forma, a maledicência e a calúnia ferem as virtudes da justiça e da caridade” (C.I.C. 2479).

            “Não procures fazer figura pondo-te a criticar os outros e aprende a tornar mais perfeita a tua vida antes que denegrir a dos outros. São verdadeiramente poucos os que sabem afastar-se deste defeito, e é bem raro encontrar alguém que queira mostrar-se tão irrepreensível, na sua vida, que não critique com satisfação a vida alheia. Não há outra coisa, de fato, que ponha a alma em tanto barulho e que torne o espírito tão volúvel e leviano quanto o prestar fé com facilidade a tudo, e dar ouvido temerariamente às palavras dos críticos. E daí que surgem discórdias sobre discórdias e sentimentos de ódio que não têm motivo de ser. É justamente este defeito que frequentemente torna inimigas pessoas que, antes, eram amigas do peito. Se este mal está universalmente difuso, se este vício está vivo e forte em muitos, é justamente porque encontra, quase em todos, ouvidos complacentes” (São Jerônimo, Carta IV, 148, 16).

          “Quem tira injustamente a boa fama ao seu próximo, além do pecado que comete, está obrigado à restituição inteira e proporcionada à natureza, qualidade e circunstância da maledicência, porque ninguém pode entrar no céu com os bens alheios, e entre os bens exteriores a fama e a honra são os mais preciosos e os mais caros... A maledicência, afinal, proferida a modo de gracejo, é a mais cruel de todas... Nunca digas: fulano é um bêbado ou ladrão, mesmo que o vejas uma vez embriagar-se ou roubar; seria uma inverdade, porque uma só ação não dá nome às coisas... Noé e Ló embriagaram-se uma vez e nem por isso foi bêbado nenhum dos dois. Nem tão pouco foi São Pedro um blasfemador e sanguinário, porque blasfemou um dia e feriu um homem uma vez. O nome de vicioso ou virtuoso supõe um hábito contraído por muitos atos repetidos do vício ou duma virtude... Todas as coisas aparecem amarelas aos olhos dos achacados de icterícia... A malícia do juízo temerário, dum modo semelhante a esta doença, faz aparecer tudo mau aos olhos dos que a apanharam... Eis aí como devemos julgar do próximo: o melhor possível; e, se uma ação tivesse cem aspectos diferentes, deveríamos encara-la unicamente pelo lado mais belo” (São Francisco de Sales, Filoteia).
        “Se alguém não peca pela língua, esse é perfeito” (Tg 3, 2).
(*) Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

Festa do Cariri: Fundação Padre Ibiapina completa 60 anos -- por Patrícia Mirelly


A Fundação Padre Ibiapina, da qual pertencem importantes instituições como a Rádio Educadora do Cariri e o Hospital São Francisco de Assis, ambos localizados na cidade de Crato, chega neste momento ao patamar de sessenta anos, exemplarmente fiel à lição suprema da Sagrada Escritura de trabalhar pela manifestação do Reino de Deus.
O bispo diocesano Dom Fernando Panico, na condição de presidente da referida fundação, foi um dos homenageados na solene cerimônia comemorativa, realizada na noite desta terça-feira, dia 25, no auditório do Colégio Pequeno Príncipe. Uma missa em ação de graças também celebrou a passagem do aniversário da entidade.
O pastor, mostrando grande humildade, rendeu graças pelos seus quinze anos à frente da Diocese de Crato que corresponderam, também, à presidência da fundação. Premiado com diploma de honra ao mérito pelos relevantes serviços prestados, sobretudo, à humanidade sofrida do Cariri, e um quadro do padre Ibiapina, pintado por um artista local, ofereceu a homenagem aos seus colaboradores. “Eu vou recebê-la, mas os destinatários verdadeiros são todas as pessoas que, durante esses sessenta anos, trabalharam e continuam trabalhando pela manifestação do Reino de Deus. Daqui eu levo, antes de tudo, uma sensibilidade humana. Tudo isso é motivo para agradecer. Aqui é uma escola de humanidade”, considerou o bispo.
Dom Fernando presidiu a solene missa em ação de graça pela passagem dos 60 anos da Fundação Padre Ibiapina. Foto: Patrícia Silva)

A noite de homenagens também fez menção ao bispo coadjutor, Dom Gilberto Pastana, a quem Dom Fernando transmitiu confiança e comunhão fraterna, que ele tem sabido aprimorar com sua competência de bom pastor. Dom Newton Holanda Gurgel, bispo emérito, foi, de igual modo, homenageado. Personalidades como a Madre Carmelita Feitosa [responsável pela criação do Colégio Pequeno Príncipe] e o radialista Humberto Cabral [grande voz da Rádio Educadora] também foram lembradas, assim como a Irmã Carmélia [professora do Seminário São José e ilustre colaboradora da Cáritas Diocesana], falecida há pouco mais de um mês. Representando-a, recebeu o diploma a superiora-geral da congregação da qual fazia parte, Irmã Vera Lúcia Alves de Andrade, das Filhas de Santa Teresa de Jesus. Ex-funcionários, bem feitores e colaboradores compartilharam das mesmas honras.
Outro momento comovente deu-se na apresentação musical protagonizada pelas crianças do projeto “Tocando em Frente”, atendido pela Fundação Padre Ibiapina. Os pequenos interpretaram, de forma muito harmoniosa, com a puerilidade que lhes é peculiar, canções como o “Último Pau de Arara”, do saudoso rei do baião, Luiz Gonzaga.
Participaram da cerimônia, na mesa de honra, o gerente executivo da fundação, padre Edimilson Neves, o diretor Armando Lopes Rafael, padre Wesley Barros e o vice-prefeito eleito da cidade de Crato, André Barreto. Após as homenagens, os convidados foram recepcionados nas dependências do Colégio Pequeno Príncipe, onde aconteceu o corte do bolo.
(Dom Gilberto Pastana, bispo coadjutor, também recebeu homenagens. Foto: Patrícia Silva)

Trabalho social
Inspirados no Padre Ibiapina, que, à sua época, soube responder aos apelos da sociedade sofrida, o padre Edimilson Neves, gerente executivo da Fundação, considerou ser difícil pensar a Diocese de Crato sem este ramo social. A Igreja, disse o sacerdote, não pode esquecer que o anúncio do Evangelho consiste no desejo de ajudar as pessoas a ter um futuro melhor, quer no campo da saúde, educação ou social. E eu creio que o grande desafio que a fundação traz é, exatamente, perpetuar os ideias do padre Ibiapina e Dom Vicente [Araújo Matos, instituidor da obra].
Um dos pilares da entidade consiste em promover o intercâmbio social, entre as diversas comunidades, despertando o espírito de ajuda mútua, desenvolver e manter programas de educação ambiental com ênfase na auto-sustentabilidade e desenvolvimento local, além de programas de conscientização e assistenciais aos necessitados das áreas urbanas e rural, principalmente, crianças, adolescentes e idosos.

História
Criada na intenção de contribuir para a região do Cariri e a Diocese de Crato como exemplo e modelo de ação e promoção social, inicialmente com o nome de Casa de Caridade do Crato, a Fundação Padre Ibiapina [sacerdote, cujo trabalho missionário transformou costumes e conceitos, marcando definitivamente a vida dos povos nordestinos na segunda metade do século XIX] é uma entidade de caráter filantrópico registrada no Conselho Nacional de Assistência Social, no Conselho Estadual de Obras Sociais e nos Conselhos Municipais de Assistência Social e da Criança e do Adolescente. Dentre as instituições que a integram, estão a Cáritas Diocesana, a Rádio Educadora do Cariri, os colégios Pequeno Príncipe e Diocesano do Crato, o Hospital São Francisco de Assis e o Centro de Expansão Dom Vicente Araújo Matos.
(Crianças seguram quadros e bandeiras das instituições pertencentes à Fundação. Foto: Patrícia Silva)

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Uma palavra amiga - Por Padre Juca


Não adianta deixar-se dominar pelo orgulho. Só porque se tem alguma função, diploma ou dinheiro, querer colocar os outros debaixo dos pés?

Alguém pode ser mais importante que o outro perante os homens, mas diante de Deus todos somos iguais.

Pra que orgulho se todos vamos acabar do mesmo jeito e sem levar nada disto?

Não queira tudo pra você. Dê chance para os outros. Não fique tramando os pauzinhos para derrubar os outros. Amanha poderá ser a sua vez de cair na rede que você mesmo armou.

Ao construir o nosso paraíso, não há necessidade de tornar a vida dos outros um inferno.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Zé Helder avalia eleições com vereadores e suplentes de sua base.


O prefeito e o vice-prefeito recém eleitos em Várzea Alegre nas eleições do último 02 de outubro, empresário Zé Helder (PMDB) Fabrício Rolim (PV), respectivamente, reuniram-se na semana passada com os seus vereadores eleitos, bem como os suplentes e os vereadores que não obtiveram mandato para a próxima legislatura a partir de 2017.

Segundo Zé Helder, o evento serviu para ouvir dos aliados as avaliações da campanha e novas ideias para o seu futuro governo.

Zé Helder chegará novamente à chefia do poder executivo contando com 7 dos 13 vereadores que compõem o legislativo municipal. Ele quer coesão desses parlamentares para o projeto que pretende implantar a partir de 2017.

Um fato que chamou a atenção em Várzea Alegre é que a Câmara sofreu uma renovação de mais de 90% dos seus quadros, tendo sido reeleita apenas a vereadora do PCdoB, Professora Dedê, da base da atual situação e de oposição a Zé Helder.

O atual vereador do PV e futuro vice-prefeito,  Fabrício Rolim, disse que o evento teve uma avaliação positiva por demonstrar a unidade do grupo. Disse ainda que o encontro mostra que o grupo saiu unido e vitorioso da eleição e a reunião denota que não há racha e que estará marchando unido durante os quatro anos da futura administração.

Quanto à eleição para a presidência da Câmara Municipal, Fabrício Rolim enfatizou que o grupo está unido e que a decisão será de consenso. “O grupo se uniu não apenas para ganhar a eleição, e sim, está unido para enfrentar os desafios da gestão a partir de janeiro de 2017” – disse.

Zé Helder pediu aos vereadores que foram eleitos que ajudem ao futuro governo a construir a Várzea Alegre “que tanto queremos”. “Estamos enfrentando, neste momento, uma crise financeira, social, política e ideológica a nível mundial, e também nacional, estadual e acima de tudo, municipal, porque tudo acontece no município. E a gente vai precisar muito, primeiro de Deus para nos dar sabedoria e discernimento para que a gente entenda a melhor forma de guiar os destinos de nossa gente, trazendo dias melhores para o meu povo. É esse o objetivo” – destacou.

Marcos Peixoto.

Cármen Lúcia rebate Renan: ‘Também fui agredida. Exijo respeito’.

Sem citar nomes, a presidente do STF disse que é "inadmissível" um juiz seja diminuído fora dos autos

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, saiu nesta terça-feira em defesa do juiz Vallisney de Souza Oliveira, que autorizou a prisão de quatro policiais legislativos na Operação Métis. 

A ação foi duramente criticada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que chamou o magistrado de “juizeco” e o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, de “chefete de polícia”. Renan ainda classificou como “fascistas” os métodos da ação deflagrada na última sexta-feira.

Sem citar nomes, Cármen Lúcia exigiu respeito à categoria e disse ter se sentido agredida com as ofensas a Vallisney. “Não é admissível que, fora dos autos, qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado. Como eu disse, quando um juiz é destratado eu também sou. Exigimos o igual respeito para que tenhamos uma democracia fundada nos princípios constitucionais”, disse a ministra, em sessão no Conselho Nacional da Justiça, nesta terça-feira.

Como presidente do Senado, Renan Calheiros é responsável pela Polícia da Casa. Foi ele quem nomeou o chefe da corporação, Pedro Ricardo Araújo de Carvalho, que foi preso e afastado do cargo na sexta-feira. 

Nos autos, o juiz Oliveira disse que ele era o “líder da associação criminosa” e que os “fatos eram gravíssimos”. Os policiais legislativos são investigados por prestarem serviços de contrainteligência a senadores e ex-senadores com o intuito de obstruir operações da Polícia Federal, entre elas a Lava Jato.

A presidente do STF ainda afirmou que a legislação brasileira é “pródiga” em garantir aos cidadãos que questionem as decisões do judiciário.”Numa democracia, o juiz é essencial como são essenciais os membros de todos os outros poderes. Toda vez que um juiz é agredido, eu e cada um de nós é agredido. E não há a menor necessidade de numa convivência democrática, livre e harmônica, haver qualquer tipo de questionamento que não seja nos estreitos limites da constitucionalidade e da legalidade. O poder judiciário forte é uma garantia forte para o cidadão”, disse Cármen Lúcia.

Lula em 2005: ‘A desgraça da mentira é que você passa a vida inteira contando mentira para justificar a primeira que contou’ - Por Augusto Nunes

Augusto Nunes.

Em julho de 2005, com o Brasil ainda imerso na perplexidade decorrente da descoberta da roubalheira do Mensalão, o presidente Lula revelou numa entrevista a constatação que teria contribuído para transformá-lo num fervoroso devoto da verdade: “A desgraça da mentira é que você, ao contar a primeira, você passa a vida inteira contando mentira para justificar a primeira que você contou”.

Certíssimo. Ocorre que nosso Lincoln de galinheiro sempre se lixou para os fatos e não tem compromisso com o que diz. Nunca teve. Caso levasse a sério a frase recitada no vídeo de 9 segundos, não teria passado a vida inteira tentando justificar com a mentira de hoje a mentira de ontem - uma e outra inventadas para safar-se de alguma bandalheira. O estoque de fantasias parece perto do fim.

Nesta sexta-feira, depois de 24 horas de silêncio, o Instituto Lula manifestou-se por meio de uma nota sobre a história muito mal contada que rima sítio em Atibaia com cenário da maracutaia. Um trecho do palavrório confirma a aflitiva escassez de álibis: “Desde que encerrou o segundo mandato no governo federal, em 2011, o ex-presidente Lula frequenta, em dias de descanso, um sítio de propriedade de amigos da família na cidade de Atibaia”.

O que deveria ser um desmentido ficou com cara de confissão. Como tantos políticos que enxergam no espelho um imbatível campeão em tudo, o camelô de empreiteira ignorou a advertência popularizada por Tancredo Neves: esperteza, quando é muita, vira bicho e come o dono.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

PANCHO LÁ E PANCHO CÁ - Por Mundim do Vale

No México, Pancho Villa o Caudilho, no ano de 1912, juntou-se com outro revolucionário de nome Emiliano Zapata e derrubaram o ditador Porfírio Diaz.
Aqui em Várzea Alegre alguns anos depois, Pancho do Baixio, morador do Sr. Antônio Primo, não era um caudilho, não tinha o cavalo sete léguas e nem a parceria com Zapata. Mas era disposto, tinha o jegue Rouxinho e resolveu acabar com as fiotesas das almas do sítio Arapuá. Um certo dia ele tomou umas cachaças e disse que ia encarar a maldição do Arapuá. arrumou o jegue e preparou-se para a missão.
Chico de Zé Chico do Taquari escutou a conversa e partiu na frente e ficou escondido numa moita de mofumbo, para fazer um medo a Pancho. Quando Pancho chegou próximo ao açude gritou:
- Cadê tu alma vagabunda?
Chico disfarçando a voz falou:
- Tou aqui! E quem é você?
- Eu sou Pancho! E você quem é?
- Eu sou a alma de Zé de Freitas.
- Apois ontonse é mintirosa. Pruque o Véi Zé de Freitas, foi o cabra mais mintiroso que deu aqui nessa rebêra.
No meio daquela teima rouxinho assustou-se e desembestou.
Quando passava perto de Chico ele gritou:
- Segura Pancho fí duma égua!
Pancho naquele cai não cai respondeu:
- Respeita as cara, alma mintirosa sem vergonha.
Depois desse acontecido, nunca mais ninguém viu falar em almas no Arapuá.

O Sr. José de Freitas era o avô do Dr. Raimundo Irapuan Costa. Era um cidadão brincalhão, que gostava de contar causos extravagantes.

Dedico a todos os netos de Zé de Freitas.

Pedro Tenente - Por Antônio Morais


Postagem dedicada ao historiador, poeta e memorialista Mundim do Vale - Foto.

AO LEITOR DE VÁRZEA-ALEGRE:

"Trecho do livro de Pedro Tenente editado em 1933".

Antes de tudo o autor desse pequeno opúsculo, sente a necessidade irresistível de confessar seja: ”Chamam-no de Pedro Tenente, porém o seu verdadeiro nome com todos os ff e rr é Pedro Gonçalves de Morais contando atualmente 64 anos de idade, pois nascera aos 14 dias do mês de março de 1869, é casado, agricultor, e analfabeto, porém provém de uma linguagem boa e os seu pais foram ricaços, mas a seca de 1877 a 1879, levou de águas abaixo tudo de bens e haveres que possuíam”.

”Voltando ao passado com o livro (Passado e Presente do autor Pedro Tenente) editado em 1933 Editora Ramos e Pouchain - Fortaleza – Ceará”.

Comentário do Antônio Morais.

Dizem que certa vez, o Coronel José Correia pediu ao Pedro Tenente para escrever a história da família dele, e Pedro respondeu : Coronel, esse negócio de família pode dá na cozinha ou no mato!...

Pedro Gonçalves de Morais, o Pedro Tenente, assim conhecido por ser filho do Tenente Antônio Gonçalves de Oliveira e Maria da Gloria de Morais, proprietários da fazenda onde hoje fica um dos bairros mais populosos de Várzea-Alegre – Alto do Tenente. 

Poucos conterrâneos sabem e conhecem a razão do nome Alto do Tenente. Pedro Tenente deve ter sido o primeiro autor varzealegrense a editar um livro sobre nossa cultura, nossa história e nossa genealogia - datado de 1933. Portanto há 83 anos. O comentário acima foi deixado na primeira postagem do Blog do Antônio Morais por um colaborador que se identificou apenas por Francisco.

A família de Chiquinho de Louzo tem o único exemplar que tenho conhecimento do Livro do Pedro Tenente. A Secretaria de Cultura do Município tinha a devida obrigação de promover e patrocinar uma nova edição e distribuir entre as escolas e bibliotecas do município. 

Fica a ideia.

As preocupações do Lula - Por Antônio Morais.


O Pajé Luiz Inácio anda meio preocupado com a sua imagem  no exterior. Internamente ele não tem razões para temer impopularidade. 

Fez um governo probo, honrado, ético e acima de tudo cumpridor de suas promessas e propostas, tirou o Brasil da miséria, não há mais  pobreza.  O povo crê nisso.

Acaba de inaugurar seu principal  projeto politico - a Transposição do Rio São Francisco. Os nordestinos estão livres do flagelo da falta D'Água. A foto acima  mostra o valor da fatura de sua grande realização.



Externamente a questão é bem mais preocupante, das 127 mil peças do inventário patrimonial da Presidência da República  4.564 estão desaparecidas. 

Preste bem atenção a está historinha : No governo  do presidente Ernesto Geisel, a Rainha da Inglaterra, em visita ao  Brasil,  deu de  presente a Dona Luci Geisel um faqueiro de ouro. 

Este faqueiro foi incorporado  ao patrimônio  da Republica Federativa do Brasil e, agora foi encontrado num cofre em São Paulo alugado em nome da mulher do Lula cujo aluguel é pago pela empreiteira OAS. Varias peças dadas como extraviadas estão neste cofre.

O Pajé tem razão de está preocupado com a sua imagem no exterior. Imagine o que a Rainha Elizabeth II pode está pensando do Cara?


Receita em tábua lascada - Por Mundim do Vale.

Em 1960 Dr. Lemos foi chamado para atender um doente que estava muito mal no sítio Lagoa Seca. Chegando lá examinou o doente e quando foi passar a receita viu que andava sem a caneta. Pediu que alguém providenciasse uma caneta ou um lápis, mas nem na casa nem na vizinhança foi encontrado. Dr. Lemos falou: Não tem problema tragam um carvão e uma tabua que eu escrevo e depois vocês copiam quando arranjarem lápis ou caneta. Trouxeram um carvão e uma janela e ele escreveu enquanto dizia: Olhem quando for amanhã vocês vão muito cedo a Várzea Alegre e procurem a farmácia de Nelinho e comprem esse remédio. Mas não deixem de ir porque o caso dele é muito sério. No outro dia arranjaram a caneta, mas como ninguém conseguiu entender a letra do médico o jeito foi ficar mesmo na tabua da janela.

A candidata a viúva chamou dois candidatos a órfãos e disse: Vocês vão lá à farmácia de Seu Nelim para comprar esse remédio, vão por cima da serra que é mais perto. Mas vão num pé e voltem noutro. Os dois saíram se revezando já quase correndo com a tabua na cabeça. Quando chegaram nas pedreiras do Riacho do Meio o que conduzia a receita intrupicou e ela partiu-se no meio. Ficou uma banda pra cada um. Chegaram à farmácia montaram a receita por cima do balcão. Seu Nelinho olhou com uma expressão de espanto e um dos irmãos perguntou: O qui foi Seu Nelim? Num vá me dizer qui o Senhor tombém num sabe ler a letra do doutor. Claro que a letra do médico eu entendo. Mas depois de vinte anos de farmácia é a primeira vez que eu vou aviar receita em tabua lascada.

domingo, 23 de outubro de 2016

Lições de sabedoria: Isso também passa...

1º DE JANEIRO DE 2011

Certo dia um sacerdote percebeu a seguinte frase em um pergaminho pendurada aos pés da cama de seu mestre: “ISSO TAMBÉM PASSA”, e com a curiosidade inerente de cada ser humano resolveu perguntar:
– Mestre, o que significa essa frase em cima de sua cama dizendo “ISSO TAMBÉM PASSA”?
E o mestre sem titubear lhe responde: A vida nos prega muitas peças, que podem ser boas ou não tão boas assim, mas tudo significa aprendizado.

Recebi esta mensagem de um anjo protetor num desses momentos de dor onde quase perdi a fé.
Ela é para que todos os dias antes de me levantar e de me deitar possa ler e refletir, para que quando tiver um problema, antes de me lamentar eu possa me lembrar que “ISSO TAMBÉM PASSA”, e para quando estiver exaltado de alegria, que tenha moderação e possa encontrar o equilíbrio, pois.
“ISSO TAMBÉM PASSA”.

Tudo na vida é passageiro assim como a própria vida, tanto as tristezas como também as alegrias, praticar a paciência e perseverar no bem e nas boas ações, ter simplicidade, fé e pensamentos positivos mesmo perante as mais difíceis situações é saber viver e fazer da nossa vida um constante aprendizado.
É ter a consciência de que todas as pessoas erram, de que o ser humano ainda é um ser imperfeito em busca da perfeição e por isso ainda sofre, é saber que se muitas vezes nos decepcionamos com pessoas é porque esperamos mais do que elas estão preparadas para dar, dentro de seu contexto e grau de compreensão. Deste modo meu amigo, toda vez que olho para essa frase, meu coração se aquieta e a paz me invade, pois sei que “ISSO TAMBÉM PASSA”.
(AUTORIA DESCONHECIDA)
             

sábado, 22 de outubro de 2016

Uma dura reflexão – por Armando Lopes Rafael



A “Presidência da República”, de qualquer nação que adota esta forma de governo é o símbolo máximo do poder executivo e do líder político que a conduz. É o caso do Brasil, certo? Errado. Com tudo o que a nação brasileira vem assistindo ultimamente, com os fatos partidos dos Palácios da Alvorada e do Planalto, largamente divulgados pelas mídias, não nos resta alternativa que não seja uma campanha para moralizar e resgatar o prestígio da “presidência da república”. Esta deveria  ser respeitada sim, mas não o foi. Tudo pela maneira como foi conduzida por duas pessoas despreparadas e incapazes.

Apesar do impeachment da “presidenta”, aquela que conduziu nossa querida e infeliz Pátria – o outrora chamado “País do Futuro” – atingiu o nivelamento mais baixo, aquele nivelamento que os tolos teimam denominar de “governar de forma republicana”. Aliás, o “passado republicano” do Brasil, mormente nos últimos 13 anos, persegue-nos dia e noite.  E nos persegue qual um pesadelo tenebroso, daqueles em que acordamos apavorados e perdemos o sono pelo resto da noite.

Na verdade, tanto Lula da Silva como Dona Dilma levaram a imagem da Presidência da República ao “fundo da cisterna”. Propositalmente, não escrevo “fundo do poço”, pois o fundo de um poço sempre guarda um pouco de água. Já o fundo de uma cisterna seca é feito de cimento batido. Não acumula água nenhuma. Ambos, Lula & Dilma, não atingem hoje o mínimo respeito por parte dos atônitos brasileiros. Pior, deixaram como herança uma postura incorreta no exercício do cargo. Melhor dizer, deixaram uma falta de compostura. Legaram um triste exemplo de como os responsáveis maiores pela nação não estavam à altura do cargo da Presidência, posição a que foram elevados pela massa ignara dos grotões da miséria e do atraso do Brasil. Ambos, Lula & Dilma, não tinham capacidade para exercer a função de Presidente.

Deixaram uma lacuna no quesito moral, ético e, é claro, na competência, na condução do país. Em todos os aspectos. A cada dia chego à conclusão de que esta República não tem sentido de ser mantida. “Ah! Que saudades dos tempos imperiais”, dizia anos atrás a letra do samba-enredo de uma Escola de Samba do Rio de Janeiro...


Em “Istoé” desta semana: Os segredos de Cunha

Eduardo Cunha abala as estruturas do poder e tira o sono de políticos de todas as colorações partidárias não só pelo potencial explosivo de suas possíveis revelações. O poderoso ex-presidente da Câmara, preso em Curitiba, possui um amplo acervo, com áudios, vídeos e documentos de negociatas que envolvem integrantes das cúpulas de PT e PMDB. E está disposto a entregá-lo à Justiça
 ELE METE MEDO: O ex-todo poderoso da Câmara foi finalmente preso na quarta-feira 19. Agora todos temem o que ele possa vir a falar
Familiarizado com os segredos mais recônditos de políticos dos mais diversos matizes, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) estremece o poder. Desde que foi preso na última quarta-feira 19, ele tornou-se o novo homem-bomba da República, capaz de acelerar os batimentos cardíacos de pelo menos sete em cada 10 parlamentares do Congresso. Não por acaso, sua prisão foi comparada a uma espécie de “toque de recolher” no Legislativo. Minutos depois de sua detenção, não havia viva alma na Câmara e Senado para contar história. Pudera. Uma delação daquele que pode ser considerado o presidente da Câmara mais poderoso desde a redemocratização tem potencial explosivo só comparável ao atribuído ao depoimento de Marcelo Odebrecht, dono da maior empreiteira do País – que mantém negociações avançadas para homologar a colaboração premiada com a força-tarefa da Lava Jato. As revelações de Cunha podem atingir não apenas o PMDB, seu partido, do qual por muitos anos foi uma espécie de caixa responsável por arrecadar recursos com empresas e repassá-los a candidatos do partido País a fora. Mas incriminar também aliados de um amplo leque de legendas. Sobretudo políticos com os quais conviveu intimamente, do atual e de governos anteriores. Ou seja, ele sabe demais e é por saber demais que ele impõe medo e dissemina o pânico em Brasília.

O peemedebista é uma espécie de caixa-preta do submundo da capital federal. Conforme apurou ISTOÉ, suas contribuições devem ir além de simples relatos. Cunha guarda consigo um extenso acervo, com áudios, vídeos e documentos, de negociatas que envolvem integrantes da cúpula de PT e PMDB e cerca de 200 deputados de sua base de apoio. O material – considerado nitroglicerina pura por quem já o manuseou – contém detalhes da distribuição de recursos do Petrolão e poderá, entre outros fatos, elucidar casos de corrupção no Porto de Santos, que atinge o coração do PMDB, e no projeto do Porto Maravilha. Parte robusta desse dossiê foi armazenada graças a tecnologias instaladas nos escritórios do ex-presidente da Câmara. Segundo ISTOÉ apurou, Cunha contava com um arsenal antiespionagem. Além de câmeras e escutas ambientais para gravar reuniões, ele dispunha de um dispositivo que, quando acionado, emitia ondas eletromagnéticas capazes de cortar sinais de celulares no ambiente e impediam que o interlocutor gravasse as conversas.

Embora sempre tenha negado publicamente a possibilidade de fechar um acordo com a Justiça, há tempos Cunha discute o assunto com seus advogados. Recentemente, adicionou o defensor Marlus Arns, responsável por uma série de acordos na Operação Lava Jato, ao seu grupo de defensores. Metódico, Cunha, nos últimos meses, passou a fazer um inventário de tudo o que ouviu e acumulou. Fonte: “Istoé” desta semana

             

Coisas da República: Devolvam o que não é seu

Lula e Dilma têm 120 dias para restituir ao governo centenas de presentes oficiais que estão em seu poder, mas que deveriam integrar o patrimônio da União. Enfim, os bens públicos voltarão para onde nunca deveriam ter saído
Fonte: revista Istoé, desta semana

A costumados a confundir o patrimônio público com suas posses privadas, agora os ex-presidentes petistas Lula e Dilma Rousseff receberão um ultimato para devolver ao Estado, em menos de três meses, as centenas de presentes oficiais recebidos durante o exercício de seus mandatos e desaparecidos desde então. O gabinete do presidente Michel Temer (PMDB) foi notificado na última sexta-feira 18 para cumprir a determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) para reaver esses bens. O prazo é de 120 dias.
O processo aguardava a resposta do TCU a um pedido de esclarecimentos do Palácio do Planalto. Agora, o gabinete pessoal de Temer ficará responsável por cobrar de Lula e Dilma a devolução dos mimos perdidos. Segundo o Planalto, até novembro serão tomadas providências para reaver os bens. Ao todo, 568 itens deixaram de ser registrados por Lula e 144, por Dilma. A relação completa das benesses ainda é sigilosa, mas sabe-se que, entre os presentes recebidos pelos mandatários do País nestas ocasiões, estão obras de arte dignas de museus, valiosas joias e peças decorativas exclusivas. Em 2016, por exemplo, Dilma recebeu uma escultura em bronze do artista plástico italiano Guido Veroi, chamada “Solidariedade e Paz”, com a figura de um anjo. Já Lula, em 2007, chegou a ganhar duas taças de prata folheadas a ouro 18 quilates.
Irregularidades

Pelo decreto 4.344/2002, tudo que for recebido pelos presidentes da República nas chamadas de “cerimônias de troca de presentes” passa automaticamente a pertencer ao Estado. Além disso, deve ser incorporado ao patrimônio da União qualquer item ofertado em audiências com outros chefes de Estado, seja em viagens ao exterior ou em visitas recebidas. A única exceção é para itens de natureza “personalíssima”, como medalhas personalizadas e objetos de consumo direto, como bonés, camisetas, gravatas e perfumes. Entretanto estima-se que, dos bens recebidos por Lula, apenas 1,58% foram corretamente incorporados ao patrimônio público. No caso de Dilma, 4,17%.
Para obter estes dados, o TCU vasculhou arquivos do Cerimonial do Ministério das Relações Exteriores, além de resgatar declarações formais dos presidentes e até mesmo fotos do Departamento de Documentação Histórica (DDH) do Planalto. O órgão concluiu, que “não há como garantir que os acervos presumidamente privados de 568 bens, pertencente ao ex-presidente Lula, e o acervo de 144 bens, registrados como de propriedade da presidente Dilma, tenham sido corretamente classificados”.
A falta de rigor com o registro dos itens pode levar a um cenário ainda mais escabroso. O documento do TCU classifica como “frágil” e “não confiável” a classificação feita pela Diretoria de Documentação Histórica da Presidência (DDH/PR). O órgão responsável pela gestão dos presentes informou ao Tribunal de Contas que, na triagem de cada peça, quando constatado tratar-se de artigos recebidos em cerimônia de troca de presentes, ele recebe um registro, uma placa numerada e, depois disso, é disponibilizado para exposição em ambiente público do Palácio do Planalto.

Segundo o órgão de controle, “graves irregularidades ocorreram em toda a gestão do patrimônio público”. O levantamento é resultado de uma auditoria realizada pelo TCU entre 15 de abril e 15 de julho deste ano, motivada por um requerimento do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). A apuração verificou que não apenas os presentes deixaram de ser declarados como foram extraviados. Ao todo, dos 125.742 itens relacionados como patrimônio da Presidência da República em junho de 2016, 4.564 estão extraviados. Para estes, deverão ser instalados processos administrativos, que normalmente costumam se arrastar por anos. As consequências podem levar ao pagamento de multas ou até mesmo a inabilitação para o exercício de funções comissionadas por até cinco anos. Mas dificilmente Lula e Dilma serão responsabilizados. A culpa, como sempre, deverá recair sobre seus subordinados.
Fonte: revista Istoé, desta semana