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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 13 de dezembro de 2016

DEVERIAM TER SIDO FECHADOS - Por CARLOS CHAGAS

Ontem, antes que se reunisse o Supremo Tribunal Federal, primeiro, e o Senado Federal, depois, a única saída logica e democrática para o impasse institucional seria a dissolução das duas instituições. Nem o Supremo nem o Senado mereciam estar funcionando. Melhor teria sido fechá-las. O diabo seria quem executaria essa missão profilática: o povo que domingo saiu às ruas? Os militares? As centrais sindicais? O presidente da República?

A mais alta corte nacional de Justiça vinha de diversas trapalhadas. Uma, de o ministro Dias Tofolli ter pedido vista a um processo na prática já concluído, porque a totalidade dos outros ministros  se haviam pronunciado pela impossibilidade de réus, como Renan Calheiros havia sido transformado, na véspera, exercer a função de substituto do presidente da República. O ínclito jurista deveria ter percebido que de nada adiantaria protelar a questão, sabe-se lá porque motivos, mas é fácil imaginá-los, pois o senador alagoano já estava afastado da presidência do Senado desde que tornado réu. Depois, porque o relator Marco Aurélio Mello decidiu monocraticamente pela degola de Renan, em vez de logo ter submetido sua decisão ao pleno daquela corte. Mas teve mais: foi digna de um carroceiro a definição que o ministro Gilmar Mendes dedicou a Marco Aurélio Mello, chamando-o de “desequilibrado”.

Do outro lado, as mesmas baixarias. Como o senador Renan Calheiros ousou descumprir uma sentença do Supremo Tribunal Federal? De que forma reuniu os membros da mesa do Senado e obteve deles, por escrito, a concordância com a rebelião diante do Supremo? Como Renan permaneceu onde não poderia mais estar, a presidência da casa?

Em suma, diante de tantas agressões à Constituição e, pior ainda, de uma briga entre meninos mal educados, como explicar que Senado e Supremo não tenham sido fechados, pelo menos até a tarde de ontem? Depois do péssimo soneto, veio a emenda, igualmente infeliz, o que deixa o país do mesmo jeito, isto é, com as instituições em frangalhos.

3 comentários:

  1. Eu tenho a devida obrigação de acreditar no Carlos Chagas. Foi um dos únicos jornalistas que o bandido do Lula não conseguiu comprar. Coisa muito dificil pois por onde passou um petista deixou o rastro da desonra e falta de vergonha.

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  2. Concordo com o Jornalista. Muitas instituições no Brasil não funcionam e outras não conseguem atingir os objetivos para os quais foram criadas e por essa razão não fazem falta. Um parlamento em uma democracia se faz necessário, mas no Brasil o nosso está corroído e os parlamentares não sabem o que é ética e não possuem moral suficiente para representar o povo ou exercer o cargo. O STF é sobre afrontado, não consegue fazer cumprir suas decisões, engaveta processos de políticos e tem seus membros comprometidos com os políticos. O Executivo, tem seu chefe e assessores diretos metidos nas falcatruas conforme os depoimentos das relações e nos processos criminais no STF. Eu acredito no Brasil desde que se faça uma reformulação total.

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  3. Jozinaldo - Seu comentário é de uma razoalidade impar. Muito fiel a verdade. Parabéns.

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