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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

FRAUDE MILIONÁRIA - Prefeito do Crato é acusado de desvio de 20 milhões de reais em mais um escândalo.


A edição desta semana do Jornal do Cariri trouxe como manchete principal, a denúncia de mais um escândalo envolvendo a administração de Ronaldo Gomes de Mattos, prefeito atual do Crato em uma suposta fraude milionária.



Nos próximos dias, a Delegacia de Defraudações e Falsificações da Polícia Civil (DDF), em Fortaleza, deve concluir o inquérito sobre denúncia de desvio de recursos e recebimento de propina em obras de calçamentos da gestão do prefeito do Crato, Ronaldo Mattos (PSC). O prefeito teria desviado os recursos usando laranjas e cobrando propinas de empresas licitadas. A investigação abrange, ainda, fraudes em licitação. A investigação sob a responsabilidade do delegado titular da DDF, Jaime de Paula Pessoa Linhares, descobriu que o recebimento do dinheiro era feito por duas pessoas de extrema confiança do prefeito, o ex­secretário de Finanças, Édio Oliveira Nunes, e a irmã do prefeito, a empresária Idalina Sampaio Muniz Gomes de Mattos. Os dois eram responsáveis pelo recebimento e destinação dos valores sob as ordens do prefeito Ronaldo Mattos. Segundo a investigação, o dinheiro arrecadado com a fraude seguia dois caminhos. Uma parte, feita por empresas laranjas, era entregue a irmã do prefeito, em Fortaleza, geralmente em espécie. O valor era destinado ao prefeito ou ao secretário Edio Oliveira, pessoa de confiança de Ronaldo Mattos. Em apenas uma das remeças, a DDF identificou o repasse de R$ 600 mil. A outra parte do dinheiro vinha de propina paga por empresas licitadas e eram entregues diretamente ao secretário Édio Oliveira. Os valores, na maioria das vezes, eram pagos em cheques trocados em postos de gasolina de cidades administradas por aliados do prefeito Ronaldo. Nas investigações, a PF identificou cheques nominados ao secretário depositados em contas de pessoas na cidade de Casa Nova, na Bahia, terra natal de Édio Oliveira. Os cheques variavam de R$ 30 a R$ 50 mil. As fraudes aconteceram nos dois primeiros anos da gestão (2012 e 2013) e os valores desviados podem chegar a R$ 20 milhões. O esquema só teria parado após operação do Ministério Público do Estado (MPCE) e Polícia Civil, que investigou fraude na licitação de medicamentos. A operação “Hora da Verdade” foi feita em duas etapas e determinou o afastamento do secretário das funções. Ainda segundo informações, a DDF investigou o patrimônio dos envolvidos. No caso da empresária Idalina Muniz, não foram encontrados oscilações. Idalina é proprietária de empresa fornecedora do Governo do Estado. Ela fornece alimentos para os presídios do Estado. Com o prefeito Ronaldo Mattos, também não foram identificadas alterações na vida financeira, por se tratar de grande empresário. Já o ex­secretário de Finanças terá dificuldades para justificar o alto padrão de vida, que inclui viagens internacionais e a compra de carros de luxo. No momento, o ex­secretário é assessor da Prefeitura, tem renda que não ultrapassa os R$ 2 mil e anda de veículo Range Rover Evoque. No mês novembro, quatro pessoas envolvidas no inquérito foram ouvidas, através de carta precatória, pelo delegado Regional de Polícia Civil, Marcos Antônio dos Santos. Entre os ouvidos estavam servidores públicos e empresários. Tentamos contato com os envolvidos, mas, até o fechamento desta edição, nenhum respondeu às ligações nem retornou mensagens.

Hora da Verdade

A operação “Hora da Verdade” investigou a compra de medicamentos superfaturados em até 400%, além de fraudes na aquisição de material gráfico que totalizam um montante de R$ 5,2 milhões. Foram alvos da investigação do Ministério público do Estado (MPCE), empresários, secretários, membros da Comissão de Licitação e um vereador. A primeira etapa da “Hora da Verdade” ocorreu em março desse ano. A operação, que contou com uma força­tarefa composta por agentes da Polícia Civil e 10 promotores do MPCE, cumpriu 51 mandados de busca e apreensão na segunda etapa. A ação foi determinada pelo juiz da 1ª Vara Criminal do Crato, Renato Bello. Na época, ninguém foi preso e o prefeito ficou fora da investigação por falta de provas que o envolvesse no esquema. A segunda etapa da operação foi desencadeada em agosto de 2015. O inquérito ainda espera o desfecho das investigações.

Jornal do Cariri

Um comentário:

  1. Eu não tenho predileção por nenhum politico, também não tenho desapreço. Gostaria que a noticia do Jornal do Cariri fosse mentira. Quando eu vejo a euforia de políticos ao lado de familiares mostrando um diploma outorgado pelo povo eu fico desconfiado com o seu futuro. Todos estão ingressando numa atividade muito perigosa. Nem sempre são bem sucedidos, a atividade não tem oferecido resultados nobres, muitas vezes termina no fórum ou no xadrez.

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