Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 31 de maio de 2017

Senado aprova PEC “Diretas Já”, mas com eleições somente em 2018 - Por Marcelo Faria.

 A PEC da “Direjas Já” foi aprovada pela CCJ do Senado, mas com derrota para o PT e partidos aliados.

A proposta aprovada, do senador Refuffe (sem partido – DF) estabelece eleições diretas em caso de vacância dos cargos de presidente e vice-presidente até o final do terceiro ano de mandato. Atualmente, o Art. 81 da Constituição estabelece eleições diretas até o final do segundo ano.

Entretanto, como a Constituição também estabelece que mudanças na legislação eleitoral devem ocorrer até um ano antes das eleições – e isso não foi alterado, ao contrário da proposta petista que desejava ignorar esse artigo para obter eleições diretas imediatas – na prática, isso não valerá para a eventual queda de Temer.

Mesmo que a PEC seja aprovada em tempo recorde, em dois turnos, nos plenários do Senado e da Câmara, a eleição teria que ocorrer no mínimo em junho de 2018, sendo que já haverá eleições em outubro de 2018. 

Ainda que a proposta petista de ignorar o Art. 16 da Constituição seja retomada na tramitação posterior do projeto, ela deve ser considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o qual possui ampla jurisprudência reafirmando o estabelecido pelo Art. 16 da Constituição.

Na prática, a ideia das “Diretas Já” foi enterrada, mas a esquerda ganha um ossinho pra ficar roendo por aí.

É o povo ou a massa? -- Por Dom Fernando Arêas Rifan (*)


      
  Estamos no tempo de manifestações populares, a voz das ruas, pedindo tal ou tal coisa: a voz do povo! E cita-se o provérbio: “Vox populi, vox Dei”, “A voz do povo é a voz de Deus”. Será mesmo?

        Nem sempre. Se fosse realmente o povo... Por isso há que se fazer a distinção entre povo e massa.

        Como assim? Qual a diferença? O povo raciocina, a massa não. O povo caminha, a massa é conduzida. O povo segue racionalmente, a massa é manipulada cegamente. O povo percebe os embustes, a massa é alvo fácil de quaisquer demagogos e propagandistas. “O povo vive, a massa é inerte e não se move se não do exterior, fácil joguete nas mãos de quem quer que lhe explore os instintos e as impressões, pronta a seguir, alternadamente, hoje esta bandeira e amanhã aquela” (Pio XII).
        Por isso, nem sempre é exato dizer: o povo quer isso, o povo pede tal coisa, o povo está gritando, quebrando tudo, cheio de indignação. Será mesmo o povo? Ou a massa?

        Na Paixão de Jesus, temos um exemplo gritante e intrigante: a mudança repentina do “povo” que pediu a morte de Jesus, depois de tê-lo aclamado rei no Domingo de Ramos. Como pode ocorrer uma mudança assim em cinco dias? Gritaram “Hosana ao Filho de Davi!” no Domingo e “Crucifica-o!” na sexta-feira seguinte?! Será que foi o mesmo “povo” ou foi outro? Ou o povo se transformou em massa?! Ou houve alguma mudança que transformou sua mentalidade e comportamento? Ou foi a massa, manobrada?

        Na verdade, não foi o verdadeiro povo que preferiu o bandido Barrabás a Jesus e pediu a sua morte. Foi a massa, manobrada pela aristocracia do templo, à qual se juntaram, para pressionar, os partidários de Barrabás, enquanto os seguidores de Jesus, o povo simples e bom,  permaneceram escondidos de medo. Portanto, a vox populi realmente não foi válida, porque não correspondeu à realidade de “voz do povo” (cf. Bento XVI, Jesus de Nazaré II). Assim, o povo aclamou espontaneamente Jesus no domingo de Ramos. A massa, manipulada, pediu sua morte cinco dias depois. E, como sempre acontece, os maus e os manobreiros são muito mais espertos e sagazes do que os bons.

        Na atual democracia, é o povo realmente que elege seus representantes, ou é a massa comprada por propinas e promessas, manipulada pela propaganda e condicionada a pensar o que lhe impingem?! Não sem razão os marqueteiros hoje são os mais importantes em uma eleição. Por isso, nem sempre é o melhor que vence, mas o que soube conduzir bem a massa impressionada. Quantos eleitos, não o foram pelo povo, mas pela propina e manipulação.

        Sejamos nós o povo de Deus, racional e consciente, e não a massa manobrável por pressões, sentimentos e propaganda, fácil presa das emoções, do medo, dos sectários, dos formadores de opinião, da acomodação e do argumento da maioria.


(*) Dom Fernando Arêas Rifan é Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

O primeiro nordestino a ser eleito Presidente do Brasil -- por Armando Lopes Rafael

Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa nasceu em Umbuzeiro, estado da Paraíba, em 23 de maio de 1865 e faleceu em Petrópolis em 13 de fevereiro de 1942. Foi político e jurista e Presidente da República entre 1919 e 1922. Foi ainda deputado federal em duas oportunidades, ministro da Justiça, do Supremo Tribunal Federal, procurador-geral da República, senador três vezes, chefe da delegação brasileira junto à Conferência de Versalhes e juiz da então Corte Internacional da Haia.
Seus pais morreram de varíola quando tinha ele sete anos de idade. Foi educado pelo tio, Henrique de Lucena, então governador de Pernambuco.

Epitácio Pessoa teve uma infância muito pobre e com muito esforço conseguiu se formar advogado. Sua eleição ocorreu quando ele estava na França, caso único na história da república brasileira. Foi indicado candidato a presidente quando representava o Brasil na Conferência de Versalhes. Nas eleições de 13 de abril de 1919, Epitácio teve 286.373 votos contra 116.414 votos dados ao já septuagenário Rui Barbosa, vencendo as eleições sem nem ter saído da França. Retornou ao Brasil em 21 de junho de 1919.
Fatos marcantes da presidência de Epitácio Pessoa

Seus principais atos como presidente foram:
1. Aboliu, em 1920, a lei que bania a Família Imperial do Brasil, o que permitiu o retorno dos descendentes de Dom Pedro II ao Brasil. À época que morou na França, Epitácio Pessoa tornou-se amigo e admirador da Princesa Isabel e do Conde d’Eu. Outro conterrâneo seu – o jornalista Assis Chateaubriand – muito contribuiu para que o governo republicano acabasse com o mais longo e injusto exílio de brasileiros, no caso os membros da Família Imperial, que passaram 31 anos proibidos de retornar a terra natal
2. Construção de mais de 200 açudes no Nordeste (considerada a maior obra de seu governo)
3. Criação da Universidade do Rio de Janeiro - erradamente considerada pelos historiadores oficiais da época como a primeira do Brasil, embora a Universidade do Paraná tenha sido criada quase uma década antes, em 1912
4. Comemoração do primeiro Centenário da Independência
5. Inauguração da primeira estação de rádio do Brasil
6. Substituição da libra pelo dólar, que passou a ser nosso padrão monetário
7. Construção de mais de 1000 km de ferrovias no sul do Brasil
8. Realização de obras contra as secas no Nordeste.

Epitácio Pessoa foi um grande brasileiro. Espírito superior, magnânimo, visionário ao seu tempo é considerado, ao lado de Juscelino Kubitschek, como dos grandes estadistas eleitos pelo voto popular, mercê sua cultura, postura ponderada e com a cordialidade que governou para todos os brasileiros sem distinção de partido ou ideologia.
Na foto acima, o monumento erguido a Epitácio Pessoa, na cidade de Presidente Epitácio, em São Paulo
Fonte: Wikipédia

Barroso peita Gilmar, que segue ainda mais capenga e desmoralizado.


O mais novo embate do ministro Gilmar Mendes é desta feita, com o ministro Luis Roberto Barroso, que resolveu confrontá-lo duramente, por suas posições dúbias, em detrimento da sociedade, buscando sempre interesses inconfessáveis.

As colocações de Barroso questionam o posicionamento de Mendes, de maneira ponderada e extremamente ética.

Luís Roberto Barroso se opõe à última peripécia de Gilmar Mendes, que pretende rever a decisão do STF que, por 6 votos a 5, determinou a prisão de réus condenados em segunda instância.

Naquela oportunidade, Gilmar foi um dos votos favoráveis. Agora, quer nova votação, para mudar o seu voto e inverter o placar.

Barroso foi enfático, declarando o seguinte: ‘A jurisprudência não pode ir mudando de acordo com o réu’.

E prosseguiu com firmeza: ‘O Judiciário não pode servir como um instrumento para perseguir inimigos e proteger amigos’.

E fechou com chave de ouro: ‘Voltar ao modelo anterior é retomar um sistema que pune os pobres e protege os criminosos que participam de negociatas com o dinheiro público’.

Gilmar cada vez mais se desmoraliza, por si só.

Congresso cria CPI para investigar a JBS.

Expectativa é de que a comissão mista comece a funcionar na próxima semana; irmãos Batista devem ser convocados a depor
Empréstimos do BNDES ao grupo serão investigados na comissão (Ueslei Marcelino/Reuters)

Em sessão do Congresso Nacional, o presidente do Senado Eunício Oliveira leu na noite desta terça-feira o ato de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o frigorífico JBS.

A partir de agora, líderes partidários na Câmara e no Senado terão de indicar os membros do colegiado, que deverá ser composto por 16 senadores e 16 deputados efetivos e igual número de suplentes. A expectativa é de que a CPI da JBS comece a funcionar já na próxima semana.

Como é praxe, os dois principais autores do pedido de instalação da CPI, o deputado Alexandre Baldy (Podemos-GO) e o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), devem comandar o colegiado. Segundo Baldy, o acordo é para que ele seja o relator principal da comissão e o senador tucano, o presidente. Oliveira e Baldy afirmam que um dos primeiros atos do colegiado deve ser a convocação de atuais e ex-executivos das empresas do grupo J&F, como os irmãos Joesley e Wesley Batista, além de funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), inclusive o novo presidente da instituição, Paulo Rabello de Castro. Ao serem convocadas para depor na CPI, essas pessoas são obrigadas a comparecer. Quando são apenas convidadas, o comparecimento é facultativo.

Os focos da comissão serão fiscalizar os contratos de empréstimos do BNDES às empresas do grupo J&F, holding que controla a JBS, o acordo de delação premiada dos executivos da JBS, as operações no mercado de dólar e na Bolsa de Valores dos donos da empresa dias antes da delação ser divulgada e possíveis irregularidades fiscais e previdenciárias dessas empresas.
Outras investigações

A JBS já é investigada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regula e fiscaliza o mercado financeiro, por ter supostamente lucrado com a compra de dólar no mercado futuro, em valor equivalente a 1 bilhão de reais, horas antes da divulgação das primeiras notícias sobre a delação da empresa.

A CPI faz parte do pacote de retaliação articulado no Congresso contra a JBS, que envolve também fiscalização da companhia por outras comissões temáticas do Legislativo e uma proposta que obriga delatores a devolverem o dinheiro que lucraram no mercado com ajuda de informações privilegiadas de suas delações.
Fonte: Site VEJA

terça-feira, 30 de maio de 2017

Imoral - Por Antônio Morais.

Segundo o Wagner Moura, um congresso com 200 investigados não tem moral pra eleger um presidente. Muito bem.

Já pra alterar a constituição e promover as eleições diretas que ele quer, tem. 

Pelo visto para Wagner, imoral é discordar dele apenas.

Imoral é o que esses artistas defendem, porque defendem e o que está por trás de seus interesses mesquinhos. Imoral é um governo que privilegia afortunados com dinheiro publico a troco de apoio politico.

Prof. José Newton Alves de Sousa completa 95 anos -- Por Armando Lopes Rafael

Prof. José Newton Alves de Sousa e sua esposa Maria Ruth

   No próximo dia 5 de junho, o Prof. José Newton Alves de Sousa chega aos 95 anos de idade. Na galeria dos cratenses ilustres ele figura com destaque, graças as suas ações de mestre renomado, chefe-de-família exemplar, cidadão digno, pessoa dotada de vasta cultura e, principalmente, sua postura de católico autêntico. No início deste século, ou seja, no ano 2000, o nome do Prof. José Newton chegou a ser lembrado entre os candidatos ao título de “Cearense do Século”, pleito ao final vencido pelo Padre Cícero Romão Batista.  A bem dizer, a longa existência do Prof. José Newton Alves de Sousa se constitui, para quem o conhece, numa bela lição de vida. Lição que deveria ser divulgada especialmente nestes tempos atuais. Escusado é dizer que vivemos tempos medíocres e calamitosos, cujos reflexos trouxeram e continuam a trazer imensos prejuízos para a perplexa população deste nosso querido e infelicitado Brasil.

   Certamente as novas gerações de cratenses desconhecem quem é o professor José Newton Alves de Sousa. Permitam-me, pois, um rápido retrospecto sobre a caminhada dele. Nascido em Crato, em 5 de junho de 1922, José Newton Alves de Sousa veio ao mundo no seio de uma família modesta, mas profundamente imbuída dos princípios da fé Católica. Àquela época, outros eram os tempos. Outras eram as pessoas. 

     Depois dos primeiros estudos feitos na sua cidade natal, o jovem José Newton Alves de Sousa conseguiu – superando, provavelmente, previsíveis dificuldades – a graduação em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia de Salvador, na Bahia. Dr. José Newton foi um fundador de escolas. Como exemplos poderíamos citar o Ginásio Pio XII, em Salvador na Bahia e o Colégio São João Bosco, na cidade de Crato. Partiu dele, também, a ideia da criação do Ginásio Prof. Bezerra de Brito, da Ponta da Serra, na época que ele ocupava o cargo de Secretário de Educação do município de Crato.

     Fundada a Faculdade de Filosofia do Crato, em 1959, o Prof. José Newton foi seu primeiro diretor. Lá, por mais de uma década, deu o melhor de si, levando aquela instituição de ensino superior a destacar-se na história da educação no interior do Ceará. A Faculdade de Filosofia de Crato foi o embrião da atual Universidade Regional do Cariri–URCA. Aliás, a sigla URCA foi criação do Prof. José Newton.

      Lembro-me de um fato da minha adolescência. Eram os primeiros anos da década 60, quando fui, certa tarde, à residência do Prof. José Newton a fim de cumprimentá-lo por ele ter sido agraciado – pelo Papa de então – com o título honorífico de Comendador da Ordem Equestre de São Silvestre Papa. Modesto – humilde mesmo – o professor José Newton Alves de Sousa nunca deu publicidade daquela honraria que lhe fora concedida pelo Vaticano, por indicação do terceiro bispo de Crato, Dom Vicente de Paulo Araújo Matos.  Outras honrarias certamente ele recebeu posteriormente. Talvez foram guardadas na gaveta do esquecimento. É o seu estilo de vida!

      Ao lado de suas profícuas atividades pedagógicas, o professor José Newton manteve extensa agenda intelectual. Desde a juventude foi reconhecido como um dos bons poetas da sua geração. Foi também jornalista e escreveu diversos livros. Talentoso, e com vasta produção cultural, deve-se também a ele a criação da revista “Hihyté”, a qual – por muitos anos – publicou a produção acadêmica e as pesquisas de docentes da Faculdade de Filosofia de Crato. 

     Na sua longa existência, o professor José Newton não foi apenas fundador de escolas, colégios e faculdades. Da sua bagagem de publicações – entre densos livros e breves monografias, contabilizam-se cerca de cem obras. Dr. José Newton é sócio do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, do Instituto do Ceará e do Instituto Cultural do Cariri, mercê o valor de seus escritos, com destaque para a produção de artigos e crônicas, publicadas em revistas e jornais, além de muitos opúsculos e plaquetes de sua autoria. Foi por sua iniciativa que surgiu a Academia de Letras e Artes Mater Salvatoris, em Salvador da Bahia. 

         Para mim, no entanto, o lado mais fascinante da personalidade do Dr. José Newton Alves de Sousa é a sua postura e coerência de um verdadeiro Católico, Apostólico, plenamente Romano. Ele e sua esposa, Maria Ruth, já falecida (Ela foi o único e grande amor da sua vida) formavam um casal exemplar, no que diz respeito às exigências e testemunhos de uma família autenticamente cristã.

           Pelos frutos se conhecem as árvores, disse Nosso Senhor Jesus Cristo! 

           Neste sábado, 3 de junho de 2017 (com dois dias de antecedência), os filhos, genros, noras, netos e bisnetos do professor José Newton Alves de Sousa celebrarão os 95 anos de sua exemplar vida. Será tudo muito simples. Constará apenas da celebração de uma Santa Missa, seguida do lançamento de um livro da lavra do ilustre aniversariante e de sua amada esposa. Título da Obra: “Uma História de Amor e Fé: José Newton e Maria Ruth”.
 
           Antes de aceitar essa comemoração o Prof. José Newton fez apenas uma exigência: que os convidados não trouxessem nenhum presente para o aniversariante. Quem quiser poderá adquirir o livro por 50 reais. E toda a renda da venda do livro será revertida em benefício das Obras Sociais da Beata Irmã Dulce dos Pobres...
           O estilo é o homem!
José Newton & Maria Ruth

Texto de Armando Lopes Rafael

À espera de fatos novos - Por Ricardo Noblat

Por ora, não se espere de nenhum dos grandes partidos políticos a iniciativa de procurar o presidente Michel Temer para dizer que o abandonará, devolvendo em seguida os cargos que ocupa no governo. Nem o PSDB, nem o DEM, muito menos o PMDB o fará. O PDS também não.

O ministro Gilmar Mendes teve razão quando disse que a Justiça Eleitoral não será “joguete” da ninguém, e que os políticos devem resolver a crise criada por eles mesmos. É verdade que a crise foi criada por Temer ao receber a visita clandestina do dono do Grupo JBS e ser gravado por ele.

Mas, sim: desde que o teor nada republicano da conversa foi revelado, quatro pequenos partidos, donos de 63 cadeiras na Câmara dos Deputados, anunciaram sua passagem para a oposição. E dentro dos maiores partidos é rara a alma que acredita na permanência de Temer na presidência.

Temer está empenhado em ficar, e tudo fará para isso. O deputado Osmar Serraglio só soube que não era mais ministro da Justiça quando o país já conhecia o nome do seu substituto – Torquato Jardim. Por elegância, Temer jamais procederia assim. Mas por elegância, não perderá o poder.

Durante duas horas, ontem à noite em São Paulo, Temer reuniu-se com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Tasso Jereissati (CE), presidente em exercício do PSDB. Foi sondar a disposição deles de continuar apoiando o governo. Saiu satisfeito com o que ouviu.

Ouviu que o PSDB aguardará o resultado do julgamento do pedido de impugnação da chapa Dilma-Temer que concorreu às eleições de 2014 e que é acusada de ter abusado do poder econômico. Antes uma manobra concebida só para “encher o saco”, o pedido tornou-se uma coisa séria.

Uma decisão sobre ele deveria ser tomada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a partir do próximo dia 6, mas não será. Um dos sete ministros do TSE pedirá vista do processo. E levará, pelo menos, de duas a três semanas para examiná-lo melhor. É tudo o que Temer quer, embora negue.

Uma vez que ocorra isso como previsto, restará aos partidos torcer para que surja um fato novo capaz de provocar a renúncia de Temer. Ou capaz de apressá-los a sair do governo. Ou ainda capaz de incendiar o país e de engrossar o coro por diretas, já, obrigando-os então a agir

O mercado financeiro não está nem aí para que Temer fique ou vá embora. Desde que as reformas prometidas por ele acabem aprovadas no Congresso, tanto faz quem presidirá o país até o último dia de 2017. Para o mercado, a solução seja qual for só não pode demorar, causando danos à economia.

Como os angolanos gostam de dizer, esse é o ponto da situação.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Temer dá ultimato ao PMDB do Senado para resolver caso Renan - Por Givaldo Barbosa.

BRASÍLIA — O presidente Michel Temer deu um ultimato para o caso do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), líder do partido no Senado, que está fazendo duras críticas ao governo e contra as reformas. 

Temer disse ao ex-presidente José Sarney e ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que não admitia mais o tom de Renan e que resolvessem o assunto até esta terça-feira, quando a bancada do Senado se reunirá. 

Irritado, Temer reclamou das palavras usadas por Renan contra ele e está disposto a demitir os aliados do senador caso ele mantenha esse tom.

A cassação da dúvida - Por O Antagonista.

“Acompanho integralmente o ponto explicitado aqui com alguma dúvida inicial pela realização de eleições diretas”.

Foi o que disse o ministro do TSE Herman Benjamin na sessão de cassação do governador de Amazonas.

O Estadão lembra que a "dúvida inicial" foi levantada por Luís Roberto Barroso.

"Ele é o relator no STF da ação direta de inconstitucionalidade (ADI) proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) questionando o dispositivo da minirreforma eleitoral de 2015 que muda de dois anos para seis meses antes do término do mandato o prazo para realização de eleições diretas em caso de vacância na Presidência."

Para Barroso, a regra estipulada pela minirreforma é a que vale.
“Na medida que a lei não teve medida cautelar pedindo sua suspensão e não foi ainda declarada inconstitucional pelo Supremo em rigor desfruta de presunção de constitucionalidade e pode e deve ser aplicada imediatamente”, disse o ministro.

Os advogados petistas se assanharam e fazem coro pela aplicação da regra para a sucessão de Temer, contrariando a Constituição.

Para Lula tentar fugir ao Palácio do Planalto, o PT quer se valer da confusão jurídica brasileira.

"A rara chance de haver uma limpeza histórica na vida pública".


O Globo, em editorial, repudia os golpes contra a Lava Jato, em particular aqueles tramados pelo STF:
“O novo risco vem da defesa feita pelo ministro do Supremo Gilmar Mendes para que a Corte reexamine decisão reafirmada em outubro do ano passado, segundo a qual sentença confirmada em segunda instância pode começar a ser cumprida, enquanto recorre-se a instâncias superiores. Este voto vencedor — por seis a cinco — teve efeito vinculante, ou seja, precisa ser seguido por todos os tribunais.

Gilmar Mendes se diz agora convertido à proposta de Dias Toffoli. Isso significa que, colocado o assunto novamente em votação, a tese de permitir mais um recurso aos condenados nas duas primeiras instâncias tem grandes chances de ser vencedora. Confirma-se, infelizmente, que as maquinações contra a Lava Jato não estão apenas no Congresso, mas se infiltraram no Supremo. Consta, não se deve esquecer, que a possibilidade de prisão na rejeição de recurso na segunda instância teria convencido a cúpula da Odebrecht a fechar o acordo de delação premiada.

Um aspecto grave é que isso ocorre depois dos testemunhos de Joesley Batista que envolvem Michel Temer, a cúpula do PMDB, o presidente do PSDB, Aécio Neves, além de Lula e Dilma Rousseff. As delações da JBS e da Odebrecht atingem o núcleo do poder político, e, por isso, dão rara chance de haver de fato uma limpeza histórica na vida pública — se forem conjugadas a uma reforma política sensata. O Supremo precisa ser firme, ainda mais nesta hora, e não desarmar as primeiras instâncias do Judiciário e o MP nesta luta contra a corrupção, justo quando se aproximam julgamentos-chave na Lava Jato”.


Temer está cada vez mais parecido com Dilma - Por Josias de Souza.

Michel Temer está confuso com esse negócio de ter que passar a impressão de que ainda preside o Brasil e, ao mesmo tempo, assumir sua nova condição de suspeito da prática dos crimes de corrupção, obstrução da Justiça e formação de organização criminosa. É possível que a própria Marcela Temer tenha dificuldades para saber quando está falando com o suposto presidente ou com o investigado. Neste domingo, ganhou as manchetes a notícia de que o presidente decidiu trocar o ministro da Justiça. Engano. A decisão foi tomada pelo investigado, não pelo presidente.

Foi para atender às suas prioridades processuais que Temer transferiu do Ministério da Transparência para a pasta da Justiça o jurista Torquato Jardim, um PhD em TSE com ótimo trânsito no STF. Foi para aplacar suas aflições de alvo de investigação criminal que Temer convenceu Osmar Serraglio a aceitar ser rebaixado da Justiça para a Transparência, em vez de retomar sua cadeira na Câmara —o assento que está momentaneamente ocupado por Rodrigo Rocha Loures, um ex-assessor de Temer que cogita migrar da condição de homem da mala para a de delator.

Mal comparando, Temer repetiu o movimento de Dilma Rousseff que, ao sentir que migrava da condição de presidente para a de suspeita, retirou o petista light José Eduardo Cardozo do ministério que carrega a Polícia Federal no organograma. Susbstituiu-o pelo procurador Eugênio Aragão, que chegou avisando que o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, estava com os dias contados: ''Quero evidentemente na PF pessoas que tenham alguma liderança interna”, disse à época. Caiu antes de entregar o escalpo de Daiello, agora às voltas com Torquato, que analisará com Temer a conveniência de trocá-lo.

domingo, 28 de maio de 2017

Alckmin diz que PSDB não tem compromisso com Temer.


Nos bastidores, governador de SP articula o nome do presidente interino de seu partido, Tasso Jereissati, para ocupar Presidência até 2018

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), negou neste sábado que haja um acordo entre diferentes partidos em utilizar uma eventual eleição indireta para eleger um nome e colocar o Congresso Nacional contra a Operação Lava Jato. Uma das principais lideranças nacionais tucanas e que pretende concorrer às eleições gerais em outubro do ano que vem, Alckmin afirmou que nenhum acordo desse tipo está na agenda e que é preciso garantir o encaminhamento das reformas antes de conversar sobre eleição indireta. “Hoje a pauta é trabalhar, tentar acelerar as reformas, acredito que possamos rapidamente no Senado aprovar a reforma trabalhista”, disse o tucano quando perguntado sobre o suposto “acordão”.

Nos bastidores, Alckmin articula o nome do presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), para uma eleição indireta, garantindo em troca o apoio a sua candidatura em outubro de 2018. Ontem, o tucano chegou a defender publicamente o nome do senador e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para um eventual colégio eleitoral. O ex-presidente, no entanto, já afastou a possibilidade de concorrer.

Socióloga escancara a verdade sobre a Cracolândia - Por Rita de Cassia Lanchi Bonesi

Como defensora da vida, da cidadania, da moralidade e do civismo, como SOCIÓLOGA especializada, experiente, inteligente e capacitada (deixo a modéstia de lado) SOU TOTALMENTE CONTRA incapazes profissionais formados através de catecismos petistas e da "nova ordem dos direitos humanos" que têm criticado e impedido que sejam exterminados os "pontos turísticos" criados com a entrada do PT no governo, a Cracolândia!

É desumana a omissão de governantes, vereadores, prefeitos e os ditos "direitos desumanos"!

Não é humano assistir e permitir que pessoas viciadas transformem-se em zumbis e esperem a morte chegar através de overdoses ou males fatais.

O crack é uma das dependências mais difíceis de se tratar!

ESTOU COM JOÃO DÓRIA E APOIO O SEU TRABALHO em retirar e levar para tratamento, os dependentes.

Ministério Publico e Defensoria Pública, não emperrem esse trabalho!

Arregacem as mangas e juntem-se ao prefeito para que muitas vidas ainda possam ser salvas.

No estágio avançado desses dependentes não se pode "dar ao luxo" de chegar ao local e perguntar:

Quem quer se tratar, levante a mão!

Sejam realistas e objetivos.

Não mascarem a gravidade da dependência!

Tratamento URGENTE e fim do "ponto turístico petista".

Sem mudanças no BNDES - POR MERVAL PEREIRA

Se a saída de Maria Silvia Bastos da presidência do BNDES abriu espaço para o governo Temer se reconciliar com o empresariado, que tinha muitas reclamações da antiga gestão, a escolha do economista Paulo Rabello de Castro para substituí-la não indica que uma mudança de rumo será feita.

Maria Silvia fez o que tinha que ser feito num primeiro momento para equilibrar as contas do banco, e quem a critica não está lembrando a catástrofe que foi o governo Dilma, avalia o novo presidente do BNDES. 

É preciso lembrar também que Paulo Rabello foi o criador e presidente da primeira empresa brasileira de classificação de risco de crédito, a SR Rating, e nunca deu o investment grade ao Brasil, mais rigoroso, portanto, que suas congêneres internacionais. Ou mais conhecedor de nossas mazelas.

Mesmo antes de tomar pé do banco que presidirá, ele tem opiniões claras sobre alguns pontos relevantes. Embora considere que o crédito é a base de um banco, especialmente de desenvolvimento, Paulo Rabello acha que o BNDES não pode dar crédito a empresas que tenham acesso ao mercado internacional, e não gosta da ideia de criar campeões nacionais do tipo da JBS que está hoje no centro dos debates.

A escolha de Paulo Rabello indica que o presidente Temer não quis, ou não pode, mudar o rumo do BNDES, apesar das reclamações do empresariado. Na conversa fatídica que teve com Joesley Batista, o presidente ouviu sérias reclamações, e não as contestou. Ao contrário.

 Quando o dono da JBS disse que Maria Silvia não tinha interlocução com o empresariado e comentou que "o BNDES tá bem travado" Temer aduziu que o banco tem uma verba de R$ 150 bilhões parada, o que teria irritado a então presidente Maria Silvia.

No pronunciamento em que se defendeu das acusações, o presidente Temer citou-a e ao presidente da Petrobras, Pedro Parente, como exemplos de executivos de seu governo que moralizaram as respectivas estatais. Mas a pressão dos empresários estava forte e Maria Silvia percebeu no comentário crítico do presidente na conversa com Joesley que não teria muito mais espaço para continuar.

A situação política de incerteza serviu de estímulo para a saída, inclusive porque corria o risco de vir a ser chamada para uma CPI sobre a JBS. Já o economista Paulo Rabello de Castro, à frente do IBGE há um ano, teve uma posição de firmeza com a cúpula do Palácio do Planalto e a equipe econômica, e se deu bem.

Em entrevista recente ao jornal Valor Econômico, ele foi categórico: “A situação econômica é muito ruim. E tende a agravar a síndrome de confiança, porque tudo o que essa administração tem tentado fazer desde o dia 01, que foi comemorado há dias o primeiro ano, foi reinstituir a confiança. E no momento em que politicamente essa confiança é desmontada no seu aspecto mais visceral, que é a confiança na atitude do governante, realmente é para ficarmos muito preocupados”.

Sua sinceridade foi entendida como uma despedida do governo, o famoso “sincericídio”, até porque ele fez uma exclamação em meio à entrevista que irritou alguns assessores diretos do presidente Temer: “Dane-se o governo”, disse.

Mas Paulo Rabello estava defendendo a autonomia do IBGE, e se referia a qualquer governo que quisesse interferir no instituto. Ele falava especificamente sobre as críticas que os números do IBGE sofreram, por não refletirem a melhoria da economia que o governo estava vendendo.

Algumas revisões para melhor de números setoriais, que ele considerou normais, também foram criticadas, mas ele se bateu pela competência técnica do IBGE, e acabou sendo recompensado com a designação para presidir o BNDES. Mesmo ao sair Paulo Rabello fez questão de deixar claro que não considera que teve uma promoção, e se diz “um ibgeano com uma nova missão”.   

sábado, 27 de maio de 2017

Presidente perfeito é um monstrengo improvável - Por Josias de Souza.

No momento em que um Congresso Nacional sujo não consegue encontrar um personagem mal lavado para colocar no lugar de Michel Temer, surgiu o candidato perfeito à Presidência do Brasil. 

Foi criado num processo de fusão de imagens a frio.

É diferente de tudo o que se conhecia em matéria de presidenciável fora dos manuais de marketing: careca, olhar triste, orelhas miúdas, narigudo e boca desproporcional. Um monstrengo improvável.

O presidente perfeito jamais venceria um concurso de beleza. Em compensação, nunca seria deposto nem receberia voz de prisão. Sua estética é a ética.

Ou seja: em tempos de Lava Jato, o presidente perfeito não teria a menor chance de prevalecer numa eleição indireta no Legislativo.


Fila pra marcar exames em Crato dobra quarteirão - POR PAULO DIMAS.


Uma fila que chamou a atenção foi registrada nesta quinta-feira na Secretária de Saúde do Crato. Centenas de pessoas tiveram que dormir na porta do prédio para conseguir uma ficha e esperar o dia inteiro para ser atendido.

A alegativa do município é  informatização dos serviços. O certo é que a população está sofrendo com essa falta de ação por parte da Saúde do Município do Crato


Câmara Federal em peso entoa ‘Lula na Cadeia’ - Veja.


Cada cidadão deve dar a sua colaboração no sentido de fazer eco ao clamor popular. Uma minoria infame de militantes petistas não pode suplantar ao apelo da sociedade.

Diante dos crimes cometidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a exigência da população é Lula na cadeia.

Os deputados federais, sentindo na pele o clamor popular e a efervescência do momento político, deram uma resposta à altura aos políticos que querem transformar o Brasil numa Venezuela.

Veja  no Youtube :

https://www.youtube.com/watch?v=-GYVgTTmlPY

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Maria Silvia renuncia à presidência do BNDES - Veja.

Maria Sílvia Bastos Marques renunciou à presidência do BNDES.

Ela já comunicou sua decisão ao presidente da República. 

Na conversa com o presidente, que ocorreu às 15h, Maria Sílvia alegou questões pessoais. 

Sua gestão vinha sendo criticada por muitos empresários, mas Michel Temer a prestigiava sempre que podia. 

No primeiro pronunciamento que fez após a delação da JBS, Temer a citou como uma das peças que estava funcionando no governo.

Cármen Lúcia a senadores de oposição - POR CAROLINA BRÍGIDO.


'A hora é de serenidade, de calma e de cumprimento da lei', diz Cármen Lúcia a senadores de oposição'.

Parlamentares se reuniram com a ministra nesta quinta-feira, em Brasília. Ministra do STF, Cármen Lúcia chamou a atenção para o cumprimento do que está na Constituição.

Cármen Lúcia afirmou que o STF não é um espaço político, e sim “uma Casa em que aplicamos o direito” e recomendou prudência e racionalidade a todos. “Ou o Brasil se salva com a Constituição, ou vamos ter mais problemas”, afirmou. Para a ministra, os agentes públicos têm uma responsabilidade para com o cidadão, “que está angustiado, sofrido, alarmado com tudo”. E concluiu: “Se não se acreditar mais nas instituições, poderemos, aí sim, ter crises institucionais sérias”.

A imprensa não assistiu à reunião, mas a assessoria do tribunal divulgou os assuntos tratados à tarde. Aos senadores, a ministra disse que o STF está sempre aberto ao Legislativo e à sociedade. “Recebo os senhores quantas vezes precisarem”, disse. “Este prédio é do povo, não é de nenhum de nós”, acrescentou.

Participaram do encontro os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA), João Capiberibe (PSB-AP), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e o deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ).

COLOCA QUALQUER UM, GASPARI! - Por Wilton Bezerra.

Em artigo deste domingo, 21, o jornalista Elio Gaspari coloca como titulo uma indagação:

Fora Temer, ok, mas para colocar quem?
O assunto me fez lembrar uma história verdadeira no âmbito futebolístico local.

O América cearense, campeão estadual de 1966, era dirigido por Gilvan Dias, o técnico-repórter.

Mesmo atuando como cronista, Gilvan já vinha sendo convocado, aqui e ali, para treinar nossos times profissionais.

Em um dos períodos à frente do alvirrubro da Dom Manoel, contava no elenco com um jovem jogador chamado Carinha, portador de um sério problema de flatulência.

O odor fétido de cada "pum" do Carinha era capaz de produzir fugas em massa e alta velocidade por parte de quem estivesse próximo dele.

Por ocasião de uma partida em que figurava no banco, o atleta estava num “daqueles dias”, incomodando o treinador e seus parceiros de suplência, numa sequencia de bufas insuportáveis.
De repente, sem ter mais como aguentar o mau cheiro, o técnico ordenou:
- “Entra, Carinha!”.
O jogador perguntou:
“No lugar de quem, “seu” Gilvan”?
A resposta foi:
“De qualquer um. Eu quero é que você saia daqui!
Então, Élio Gaspari, coloca qualquer um no lugar do Carinha para comandar o Brasil.

Tasso afirma que apoio do PSDB ao governo dura até decisão do TSE - Por Silvia Amorim, O Globo


Cotado para disputar uma eleição indireta no caso de saída do presidente Michel Temer, o presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, afirmou nesta quinta-feira que o apoio do PSDB ao governo Temer está assegurado somente até o julgamento da chapa Dilma/Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), previsto para o próximo dia 6. Até lá, o partido não deve tomar nenhuma decisão sobre um possível desembarque do governo.

Após reunião com caciques da sigla em São Paulo, no apartamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador afirmou que esta posição poderá ser reavaliada a partir do que for decidido pelo TSE.

Estamos dando como data importante o julgamento do TSE (para tomar uma decisão dos rumos do partido). Vamos ver o que acontece no dia 6 — disse Tasso.

A primeira paróquia criada no Cariri – por Armando Lopes Rafael

Muitos pensam que a primeira paróquia criada no Vale do Cariri foi a de Nossa Senhora da Penha de Crato, fato ocorrido em 1768. Entretanto, em 28 de janeiro de 1748 – vinte anos antes da ereção da paróquia de Crato – foi criada a Freguesia dos Cariris Novos (hoje cidade de Missão Velha), tendo como padroeira Nossa Senhora da Luz.

Em 1759, o acanhado templo que abrigava a única igreja-matriz do sul do Ceará, a Paróquia dos  Cariris Novos, estava arruinado. O seu vigário, padre Manoel dos Prazeres de Sousa Magalhães, obteve então a autorização do bispo de Olinda, Dom Francisco Xavier Aranha, para erguer uma nova igreja em Missão Velha. Mas, fato curioso, a paróquia teria um novo padroeiro:  São José. E assim aconteceu.  Desconhecem-se as razões que motivaram a troca de Nossa Senhora da Luz por São José, como patrono da primeira paróquia do Cariri.

Restou para a história este fato: Nossa Senhora da Luz, em passado remoto, foi a primeira padroeira oficial das terras caririenses. Infelizmente, nos dias atuais, nada mais resta para lembrar aquela antiga devoção, hoje totalmente desconhecida pelas novas gerações missãovelhenses. Para saber algo sobre a devoção a Nossa Senhora da Luz,  damos a palavra ao historiador Murilo Zampieri.

“Foi em Portugal, no decorrer do século XV, que a devoção a Nossa Senhora da Luz floresceu e, dali, veio para o Brasil. Pedro Martins, simples agricultor da pequena vila portuguesa de Carnide, levava uma existência tranquila com sua esposa. Mas eram turbulentos os tempos em que viviam. As crônicas não relatam exatamente como, mas ele teve o infortúnio de cair prisioneiro dos mouros da África. Do ambiente de afeto de sua família, caiu na desgraçada condição de escravo, sujeito a um regime sem compaixão de trabalhos pesados, sob clima atroz e, sobretudo, privado por completo do conforto da religião cristã. Passavam-se os anos, e nenhuma esperança humana restava ao infeliz cativo. Vendo-se de tal modo desamparado pelos homens, Pedro Martins se voltou então, com mais intensidade do que nunca, para Deus.

“Numa noite, isolado em sua cela, resolveu rezar com mais fervor e fé. Após horas de oração, vencido pelo sono, adormeceu. Então lhe apareceu em sonho uma Senhora cheia de luz, a qual lhe prometeu voltar mais vezes para consolá-lo e, após sua última visita, fazê-lo voltar para Carnide. Acrescentou que, lá chegando, ele deveria procurar algo que pertencia a Ela e fora escondido perto de uma fonte. Deu-lhe também a incumbência de ali edificar uma capela, cuja localização exata Ela lhe indicaria por meio de uma luz.

“Trinta noites consecutivas passou ele consolado pela própria Mãe de Deus! As dores sofridas durante o dia se desvaneciam pela luz e a suavidade das horas passadas aos pés de Maria. No entanto, ele continuava cativo. Ao despertar da trigésima noite, oh surpresa! De modo milagroso e inesperado, estava ele de volta em sua boa aldeia. Tomado de emoção, encontrou-se com os seus entes amados, os quais muito se admiravam por vê-lo salvo.

“Mas ele não se esqueceu do pedido da Virgem, e logo se pôs a procurar aquilo que, segundo a indicação d’Ela, tinha sido escondido “perto de uma fonte”. Na verdade, num local chamado Fonte do Machado, há tempos uma luz misteriosa andava aparecendo, e de toda parte vinha gente curiosa para ver tal fenômeno. Decidiu então Pedro ir à noite, acompanhado de um primo, para ali fazer a busca. Realmente, ao chegar à fonte avistaram uma luz a se mover diante deles. Seguiram-na até um matagal, e ela parou sobre umas pedras. Eles não pensaram duas vezes. Retiraram as pedras e com encanto se depararam com uma lindíssima imagem de Nossa Senhora. A notícia dessa milagrosa descoberta correu por todo o país, e naquele mesmo ano – 1463 – deu-se início à construção de uma capela, conforme fora ordenado pela Santíssima Virgem. Anos mais tarde, ela seria substituída por uma magnífica igreja.

“Atravessando os mares, a devoção a Nossa Senhora da Luz estendeu-se pelo mundo inteiro, frutificando também no Brasil”.

Essa devoção a Nossa Senhora da Luz floresceu – por pouco tempo no Cariri –  em 1748, com a criação da Freguesia de Nossa Senhora da Luz dos Cariris Novos, a qual, em 1760, receberia a nova denominação de Paróquia de  São José dos Cariris Novos.

Texto e postagem de Armando Lopes Rafael

Rodrigo Maia vira a principal alternativa a Temer - Por Josias de Souza.


Enquanto Michel Temer derrete, os partidos procuram uma pessoa para colocar no seu lugar caso o Tribunal Superior Eleitoral se anime a cassá-lo. O substituto seria escolhido pelo Congresso, em eleição indireta, para tocar o governo até as eleições de 2018. O recomendável seria promover um entendimento para a escolha de um nome respeitável. Mas talvez isso seja esperar demais de um sistema político apodrecido.

Inaugurou-se no Cogresso uma disputa autofágica. O PSDB empina o nome de Tasso Jereissati. O pedaço do PMDB que já trata Temer como página virada torce o nariz. E contrapõe a opção Nelson Jobim, que faz cara de nojo. Apoiado apenas por si mesmo, o ministro Henrique Meirelles se insinua como alternativa.

Aproveitando-se da atmosfera de desentendimento, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, se posiciona como pretendente ao trono. Se Temer cair, cabe a Rodrigo assumir a Presidência para convocar a eleição indireta em 30 dias. Ele quer permanecer no cargo. E sua candidatura, veja você, cresce, ganha adeptos, vira realidade.

Nas planilhas da Odebrecht, Rodrigo é o Botafogo. Na articulação que trama substituir um presidente sujo por um cúmplice mal lavado, Rodrigo é a prova de que política brasileira, com seu comportamento de alto risco, tem uma tendência para o suicídio.
  

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Governo encurralado: Família real está disposta a cooperar em crise, diz trineto de Dom Pedro II

Publicado na edição da "Folha de S.Paulo", 24-05-2017

 Dom Luiz de Orléans e Bragança, trineto de Dom Pedro II e herdero de jure do trono brasileiro

A profunda crise política do governo de Michel Temer ganhou o comentário de um personagem que questiona a própria existência do cargo de presidente da República.

Dom Luiz Gastão Maria José Pio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança e Wittelsbach, trineto do imperador dom Pedro 2º e herdeiro do trono extinto em 1889, decidiu romper o silêncio que afligia monarquistas brasileiros desde que vieram à tona os áudios e delações da JBS.

Em nota divulgada nesta terça-feira (23), dom Luiz, que assina como chefe da Casa Imperial do Brasil, diz que a "família imperial está disposta a cooperar na busca das soluções ponderadas que sejam uma saída para a crise que angustia os brasileiros".

O Brasil caducou - Por O Antagonista.


O destino do Brasil está sendo decidido por septuagenários e octogenários.

Em particular, Fernando Henrique Cardoso, Lula e José Sarney.

“As articulações para a substituição do presidente Michel Temer evoluíram nas três principais forças políticas do país –PMDB, PSDB e PT– e agora envolvem diretamente três ex-presidentes da República : Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e José Sarney”.

O país só vai voltar a andar depois que os velhos forem jogados no mar.

O exército de baderneiros bateu em retirada - Por Augusto Nunes.

O remédio para a insolência das tropas liberticidas formadas por arruaceiros profissionais é a aparição de tropas militares

O que houve nesta quarta-feira em Brasília nada tem a ver com manifestação política, coisa rotineira em países democráticos. Foi uma explosão de violência concebida para transformar a capital numa versão brasileira da Caracas embrutecida e desfigurada por Hugo Chávez e seus filhotes liberticidas. Foi uma celebração da insolência arquitetada pelo ajuntamento de bolivarianos que se expressam em português de cortiço.

No Congresso e na Esplanada dos Ministérios, viu-se em ação pelegos apavorados com o fim da vida mansa garantida involuntariamente por trabalhadores sindicalizados, parlamentares corruptos em pânico com a Lava Jato, vândalos sem cérebro movidos a mortadela e tubaína, vadios profissionais atraídos pelos pixulecos oferecidos a incendiários amadores e outras abjeções a serviço da seita que quase destruiu o país.

As afrontas ao Estado de Direito alcançaram dimensões tão desafiadoras que, tratada inicialmente como caso de polícia, a ofensiva selvagem virou um caso para as Forças Armadas, cujas funções constitucionais incluem a garantia da ordem pública. Tropas formadas por baderneiros aparentemente incuráveis têm cura: os ataques criminosos são interrompidos pela aparição de tropas militares.

Neste 24 de maio, o remédio produziu efeitos imediatos. Previsivelmente, os vigaristas disfarçados de guerreiros do povo brasileiro bateram em retirada, ou saíram em desabalada carreira, tão logo toparam com soldados de verdade. Países civilizados confiam às Forças Armadas a preservação da normalidade democrática. Assim deve ser num Brasil resolvido a enterrar a era da canalhice.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Lula quer esperar num palanque o embarque para Curitiba - Por Augusto Nunes.

Os devotos de Lula hastearam a bandeira das diretas-já em obediência ao chefão que morre de medo de cadeia

Num Brasil convulsionado pela crise agravada pelas denúncias dos irmãos Batista, torna-se ainda mais pedagógico recordar as turbulências que esquentaram o fim do inverno de 1961, desencadeadas pela renúncia de Jânio Quadros na tarde de 25 de agosto. 

Se o Brasil fosse menos primitivo, teria substituído o presidente que acabara de renunciar pelo vice João Goulart, como determinava a Constituição. O respeito às regras democráticas bastaria para reduzir a fuga de Jânio a mais uma prova de que o eleitorado brasileiro frequentemente se apaixona por estadistas de galinheiro. 

A manobra política concebida por um populista doidão  só ganhou contornos dramáticos porque o veto dos três ministros militares à posse de Jango estimulou a imaginação cretina de deputados e senadores.

Em sete dias, Deus fez o mundo. Também em sete dias, o Congresso brasileiro contentou-se em fazer o Brasil parlamentarista, inaugurado em 2 de setembro de 1961. Deu no que deu. 

Meses depois, um plebiscito ressuscitou o presidencialismo e, em 1964, Jango foi deposto por golpistas convencidos de que no Brasil, como havia reiterado a aventura parlamentarista, a Constituição existe para ser violada. 

Passados mais de 50 anos daquele agosto, a agonia política de Michel Temer atesta que não cessaram os surtos de inventividade imbecil. A Constituição determina que, caso se consuma o afastamento de Temer, seu sucessor será escolhido pelo Congresso no prazo de 30 dias. Os netos dos golpistas de 61 preferem exigir aos berros a eleição direta do novo presidente.

Só falta o nome - Por Ricardo Noblat

Da noite da última quarta-feira para cá, políticos de todos os partidos, em Brasília ou fora de lá só têm feito uma única coisa: examinar o que pode uni-los para superar a crise que agora atende pelo nome de Michel Temer.

Os principais pontos para um grande acordo parecem a essa altura definitivamente assentados:

* Se a crise culminar com a saída de Temer, seu substituto será escolhido pelo Congresso como manda a Constituição. Diretas, já, só em 2018;

* O futuro governo se comprometerá com as propostas de reformas defendidas pelo atual que ainda respira por meio de aparelhos;

* A crise Temer não poderá se arrastar por muito mais tempo, onerando o país. O ideal seria que tivesse seu desfecho até o final da primeira semana de junho próximo;

* O Congresso não abre mão de eleger um novo presidente entre seus membros. O vice-presidente poderá vir de fora;

* Se a Justiça Eleitoral, em julgamento marcado para começar no dia 6 de junho, impugnasse a chapa Dilma-Temer, faria um grande favor a Temer e aliviaria o Congresso do peso de forçá-lo à renúncia.

Só falta um ponto para que o acordo seja dado por completo: o nome. O nome do eventual sucessor de Temer. Ou melhor: os nomes.

Podem ser dois ou três: um para presidente, outro para vice, e caso Rodrigo Maia (DEM-RJ) venha a ser o escolhido para completar o mandato de Temer, um nome para presidir a Câmara dos Deputados na vaga dele.

Se a oposição (PT, PC do B, PSOL, REDE e frações do PPS e do PSB) quiser participar do acordo, será bem-recebida. E parte dela, pelo menos, encontrará abrigo no novo governo. Do contrário, que fique onde está e que cumpra o seu papel.

Isso tudo quer dizer que há uma grande conspiração para derrubar Temer? Não. Apenas política se faz assim.

O objetivo final é a conquista ou manutenção do poder. Os partidos que hoje estão com Temer poderiam até preferir seguir com ele. Se impossível, que ele saia e eles fiquem.

Naturalmente, o acordo está sujeito a chuvas e trovoadas. E haverá muitas nos próximos dias. Os mais pessimistas dizem que o dilúvio sequer começou. Os otimistas...

Não há otimistas

Lembrando Monteiro Lobato (por Armando Lopes Rafael)


Fico a imaginar o que escreveria Monteiro Lobato – caso vivesse nos dias atuais – sobre a série de escândalos que vêm grassando nos três poderes da república brasileira, bem como sobre a corrupção e a decadência dos costumes, que se alastra por todas as camadas da nossa desnorteada população...

   Para quem não sabe, Monteiro Lobato foi um dos bons intelectuais brasileiros do século passado. Ele abraçou, na juventude, ideias marxistas; escrevia muito bem e era conhecido pela coragem de dizer o que pensava, sem preocupação de desagradar. Mas era um homem intelectualmente honesto! Foi também ardoroso defensor das ideias republicanas – antes, e nos primeiros dias pós-golpe militar de 15 de novembro de 1889 – mas quando viu os frutos advindos daquela "proclamação" da República, escreveu, em 1918, um artigo com o título de “Dom Pedro II era a luz do baile”.
   Permita-me compartilhar com o caro leitor a dois trechos do artigo citado:

   “O fato de existir na cúspide da sociedade um símbolo vivo e ativo da Honestidade, do Equilíbrio, da Moderação, da Honra e do Dever, bastava para inocular no país em formação o vírus das melhores virtudes cívicas. O juiz era honesto, se não por injunções da própria consciência, pela presença da Honestidade no trono. O político visava o bem público, se não por determinismo de virtudes pessoais, pela influência catalítica da virtude imperial. As minorias respiravam, a oposição possibilizava-se: o chefe permanente das oposições estava no trono. A justiça era um fato: havia no trono um juiz supremo e incorruptível. O peculatário, o defraudador, o político negocista, o juiz venal, o soldado covarde, o funcionário relapso, o mau cidadão enfim, e mau por força dos pendores congeniais, passava, muitas vezes, a vida inteira sem incidir num só deslize. A natureza o propelia ao crime, ao abuso, à extorsão, à violência, à iniquidade – mas sofreava as rédeas dos maus instintos a simples presença da Equidade e da Justiça no trono”.

    “Ignorávamos isso na monarquia. Foi preciso que viesse a república, e que alijasse do trono a Força Catalítica para patentear-se bem claro o curioso fenômeno. A mesma gente, o mesmo juiz, o mesmo político, o mesmo soldado, o mesmo funcionário até 15 de novembro (de 1889), bem intencionado, bravo e cumpridor dos deveres, percebendo, na ausência do imperial freio, a ordem de soltura, desaçamaram a alcateia dos maus instintos mantidos em quarentena. Daí o contraste dia a dia mais frisante entre a vida nacional sob Pedro II e a vida nacional sob qualquer das boas intenções quadrienais que se revezem na curul republicana”.

     Ah! Monteiro Lobato! O que escreveria você, se ainda fosse vivo, sobre os dias atuais desta decadente, caótica  república brasileira, no estágio terminal?

Coisas da República: Ameaças e agressões ontem no Senado Federal

Na Monarquia o Senado do Império era uma escola de estadistas; na República da Lava Jato o Senado virou uma casa de negócios e brigas de vandalismo
Fonte Agências de Notícias
Senado do Império: Homens de bem debatiam civilizadamente as crises
Senado da República: palavrões e brigas! Senadores se agridem, manifestantes protestam e sessão sobre reforma é suspensa

Senadores da base aliada e de oposição se envolveram em tumulto com os dedos uns contra os outros. Manifestantes que acompanhavam a reunião gritavam palavras de ordem dentro do plenário. Após intenso bate-boca e muito nervosismo, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), desistiu de retomar a reunião em que estava prevista a leitura do relatório sobre o projeto de lei da reforma trabalhista. Jereissati deu como lido o relatório e marcou a votação da reforma na comissão para a próxima terça-feira.

Antes, contudo, Jereissati tentou reabrir a reunião da comissão para a leitura do relatório após 50 minutos de interrupção, mas foi impedido pelos senadores de oposição. Exaltados, os senadores que se posicionavam contra a reforma puxaram os microfones do presidente – um dos aparelhos chegou a ficar avariado – e colocaram as mãos sobre a mesa, impedindo a continuidade dos trabalhos.

Queixa de agressões

Após a desistência de retomada dos trabalhos, os senadores da base aliada se queixaram de que houve tentativa de agressão por parte dos oposicionistas, que não aceitaram a derrota pelo voto. “Não podendo ganhar no voto, senadores e senadoras quiseram ganhar no braço, no grito”, disse o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). “Aqui só existe uma arma: a palavra. O que se viu foi a tentativa de impedir o funcionamento físico, por agressões físicas, por agressões verbais.”

Também no plenário, Tasso Jereissati fez ao presidente Eunício Oliveira um relato do que houve e disse que se sentiu fisicamente ameaçado e injuriado tanto por senadores quanto pelos manifestantes que estavam dentro da comissão.

“Não lamento por mim, lamento por esta Casa. E chamo Vossa Excelência [Eunício Oliveira] à responsabilidade, porque isso não pode acontecer, porque acaba-se não só o que eles querem acabar, que é o governo – o que é outra questão –, mas acaba-se o Senado; acaba-se o Parlamento; acaba-se o contraditório; acabam-se as discussões; acabam-se, inclusive, as votações, e os vencidos não aceitam o resultado”, afirmou.

Em resposta, o senador Humberto Costa (PT-PE) alegou que houve agressões de parte a parte e pediu uma reunião de lideranças para superar os problemas ocorridos na CAE. “Esta aqui é uma Casa, por excelência, política, e acho que tudo que aconteceu hoje, e posso falar aqui com autoridade, porque eu era um dos que estavam tentando serenar os ânimos, apesar de ter levado um empurrão de um senador da base do governo, que ficou apoplético lá. Então, houve agressões, de parte a parte, acho que este não é um bom caminho. Temos que superar este episódio”, afirmou.

Também em discurso, a senadora Gleise Hofffmann (PT-RS) disse que a oposição não vai aceitar a decisão de dar o relatório como lido. “Nós vamos resistir, para não ler o relatório, até porque o senador que está apresentando o relatório [Ricardo Ferraço] tinha dito no seu Facebook que não apresentaria o relatório, porque estávamos vivendo tempos anormais, de crise, com o que aconteceu com o presidente da República [Michel Temer] e também com um senador [Aécio Neves (PSDB-MG), que foi afastado] desta Casa. Aí, depois muda de ideia, e vão para cima na força, para fazer a leitura de um relatório”, alegou.


FAMÍLIA IMPERIAL BRASILEIRA: ANTE A CRISE QUE ANGUSTIA A NAÇÃO, UM CHAMADO À COOPERAÇÃO EM BUSCA DE SOLUÇÕES PONDERADAS



Nos últimos dias o Brasil entrou numa das etapas mais agudas da crise que o assola gravemente. É uma profunda crise moral, de valores, ideológica, com dramáticos reflexos institucionais e até econômicos.

Não escapa a um observador atento da realidade que uma série de movimentações, propostas e artimanhas oportunistas tentam semear o clima de desconserto e de caos nesse cenário, alimentando soluções mágicas e imediatistas de salvadores da Pátria, bem ao estilo do republicanismo vigente.

As convulsões provocadas por políticos, altamente desmoralizados, distantes dos anseios e esperanças das faixas mais sadias de nossa população, tornam muito difícil um caminhar confiante do País rumo a um futuro de paz social, de prosperidade, de grandeza e de Fé, que a grande maioria almeja.

É alentador perceber que, uma vez mais, a perspicácia de nossa gente tem levado o País a desconfiar de tais movimentações e a permanecer distante das manobras com que os fautores do caos parecem querer envolvê-lo.

Neste momento crítico é compreensível e natural que muitos olhares se voltem para a Família Imperial, que, desde o golpe republicano de 1889, sem qualquer ressentimento pelo passado, tem mantido sua postura de serviço à Pátria, dentro da mais estrita legalidade, cônscia de seu alto papel social.

O momento, carregado de muitas incertezas, exige antes de tudo grande vigilância e argúcia, a fim de não permitir que comoções momentâneas conduzam a Nação para choques que só interessam aos que buscam semear a discórdia e retalhar o Brasil, inclusive em seu território.

Através de inimagináveis esquemas de corrupção, o Brasil tem sido vítima de um projeto de dominação socialista do Estado, de destruição e aviltamento das instituições, de adulteração completa dos mecanismos de representatividade do chamado regime democrático, e de financiamento do socialismo do século XXI por toda a América Latina. A instituição da família tem sido triturada, a economia sufocada, com um cerceamento da propriedade privada e da livre iniciativa e nossos valores cristãos espezinhados em todos os campos.

Contra todas as expectativas, e numa demonstração de sadia reação, milhões de brasileiros fizeram sentir, de Norte a Sul do Brasil, num clima de serenidade e de paz, que querem seu País de volta e que sua bandeira jamais será vermelha. Muitos, inclusive, proclamaram sua convicção de que um retorno às benéficas, equilibradas e moralizadas instituições da Monarquia seria o caminho de resgate da grandeza Pátria.

No presente momento, acentua-se o divórcio desse Brasil profundo que trabalha e vive em harmonia, com políticos que em acertos espúrios pretendem encaminhar o País para as vias do autoritarismo, da discórdia e miséria socialista, como bem podemos penalizados observar na nossa vizinha e irmã Venezuela.

Torna-se necessário, pois, encontrar soluções sábias que congreguem de modo consensual os diversos setores da sociedade. A Família Imperial, juntamente com a crescente corrente monárquica espalhada pelo Brasil, está disposta a cooperar na busca das soluções ponderadas que sejam uma saída para a crise que angustia aos brasileiros, na certeza de que não faltará ao Brasil, uma vez mais, a proteção de sua Padroeira, Nossa Senhora Aparecida, a quem, por ocasião da Independência, Dom Pedro I consagrou esta Nação.

São Paulo, 23 de maio de 2017
Dom Luiz de Orleans e Bragança
Chefe da Casa Imperial do Brasil

terça-feira, 23 de maio de 2017

Aliados cozinham Temer à procura do ‘Plano B’ - Por Josias de Souza.

O derretimento político de Michel Temer deflagrou em Brasília um enredo novo. Os aliados do Planalto passaram a tratar Temer como chefe de um governo que chegou ao fim com o presidente ainda no cargo. Nesta terça-feira os caciques governistas se esforçarão para reativar as votações no Congresso. Mas fazem questão de dissociar a iniciativa da estratégia concebida por Temer para passar a impressão de que ainda preside.

“Não devemos deixar o país degringolar em função de uma crise de governo”, disse Tasso Jereissati, presidente do PSDB. Estamos avaliando a situação do governo separadamente.” Agripino Maia, presidente do DEM, ecoou: “Os três poderes precisam funcionar. O Judiciário faz o seu papel. O Executivo precisa fazer o dele. A nós cabe colocar o Legislativo em funcionamento. Faremos isso em nome do interesse do país, que não pode ser paralisado pela crise.”

No momento, os governistas parecem menos preocupados com Temer e mais ansiosos por encontrar uma saída que os redima do fiasco de ter subido numa ponte com aparência de pinguela sem ter um plano de contingência. O Plano A era trocar Dilma Rousseff por Temer e aprovar no Congresso reformas que reacendessem as fornalhas da economia. Reativado o PIB, os apologistas do governo seriam os primeiros a se beneficiar eleitoralmente da volta do crescimento.

A delação da Odebrecht indicou que era ilusória a ideia de que Temer seria um presidente em condições de dirigir os rumos do país nesta ou naquela direção. Ficou claro que lhe faltava uma noção qualquer de ética. A delação da JBS teve para Temer o peso de uma lápide. Grampeado pelo delator Joesley Batista, o pseudo-presidente tornou-se personagem de uma história fantástica, passada num país à beira do imaginário. Uma história bem brasileira.

Aliados em geral —PSDB e DEM em particular— puseram-se a matutar: “O Plano B era, era, era…'' Perceberam que não havia um Plano B. Abraçado ao PMDB sem projetar uma saída de incêndio. Agora, improvisam um Plano B em cima do joelho. Consiste na repetição do Plano A, só que com outro cúmplice no papel de presidente. Falta-lhes consenso quanto ao nome ator substituto a ser escalado para salvar as aparências até a eleição de 2018. Por isso, cozinham Temer por mais algum tempo.

Ficou fácil identificar os apoiadores de Temer no Congresso. Eles estão nas rodinhas em que as conversas terminam sempre em especulação sobre os nomes dos hipotéticos substitutos de Temer.

As menções a Henrique Meirelles chegam acompanhadas do aviso de que o ministro da Fazenda já trabalhou para a J&F, holding que controla a JBS do delator Joesley Batista. Nelson Jobim? Virou banqueiro, sócio do BTG Pactual. Rodrigo Maia? É o ‘Botafogo’ das planilhas da Odebrecht. FHC? Não tem mais idade. Tasso Jereissati? Irrrc… Cármen Lúcia? Vade retro!

A esse ponto chegou o país. Temer, como um disco arranhado, repete incessantemente: “Não vou renunciar.” Na sua penúltima manifestação, veiculada nesta segunda-feira pela Folha, o suposto presidente acrescentou: “Se quiserem, me derrubem.” Seus aliados avaliam que talvez não seja necessário empurrar.

Os pajés da aldeia governista enxergam Temer como uma espécie de cocheiro de diligência que deixou as rédeas dos cavalos escaparem de suas mãos. Pode espatifar-se a qualquer momento. No dia 6 de junho, por exemplo, quando o Tribunal Superior Eleitoral retoma o julgamento sobre a cassação da chapa Dilma Rousseff—Michel Temer. Isso, evidentemente, se até lá não for encontrada no interior da diligência desgovernada a mala com R$ 500 mil que a JBS entregou a Rodrigo Rocha Loures, o ex-assessor que Temer credenciou como interlocutor junto a Joesley Batista, o ''falastrão''.