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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 12 de junho de 2017

O DRIBLE - Por Wilton Bezerra. Comentarista esportivo da TV Diário Rádio Verdes Mares.

Se existe uma coisa ausente dos campos brasileiros é o drible.
E olha que o drible é coisa nossa.
O chapliniano Garrincha encantou plateias do mundo inteiro, entortando marcadores com os seus dribles desconcertantes.
O drible resulta de uma sincronia da ginga de corpo com os pés.
O driblador é um fingidor.
Finge que vai perder e dar a bola ao adversário e a recolhe no instante exato.
Diferente, a finta é o drible de corpo sem a bola.
Entre outras, nos parece que essas definições são suficientes.
O drible e a finta vêm de um aprendizado ou de uma memória corporal.
Só pode.
Rivelino, por exemplo, aprendeu com um garoto nissei dos juvenis do Corinthians a forma de aplicar o insuperável “elástico”.
O drible é inseparável do futebol como grande arte.
E a arte, como afirmou Ferreira Gullar, existe porque só a vida não basta.
Seu uso deve ser no sentido de afirmar talento e ganhar território no campo de jogo.
Pelé se valia do drible, não como enfeite para humilhar, mas para isso: ganhar território e afirmar o grande talento de maior do mundo.
No futebol cearense essa deficiência é gritante

Um comentário:

  1. Wilton - Foi a melhor definição que li sobre o drible. Em Várzea-Alegre chamavam "Drimbo do verbo Drimbar". Para muito matuto um "Drimbo" era mais desmoralizante do que um gol. Grande abraço.

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