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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 26 de agosto de 2017

128 anos de uma república falida e mentirosa -- por Jhonnatha Fernandes (*)

Há quase 128 anos, a população do Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, acordava sob um novo sistema de governo, a república. Na madrugada anterior uma quartelada derrubou o Império sem a participação popular. Aliás este é um ponto importante já que esta data ficou conhecido como “Proclamação da república” mesmo tendo sido proclamado dentro de um quartel, sem a população.

O orgulho pessoal de um Marechal, o interesse comercial dos grandes produtores de café que haviam tido sua principal força de trabalho do negro liberta no ano anterior pela Princesa Isabel.

A população que dormiu sob um governo Imperial, agora descobria que seu soberano havia sofrido um golpe e agora estávamos sob o barrete frígido da república. Uma república que nascia sem participação popular alguma, esta é, aliás, uma característica que nossa república manteve durante todo este tempo, até os dias atuais.

A população negra, que havia sido liberta no ano anterior, se via desamparada. Agora estavam sob o governo daqueles que buscaram impedir sua libertação. A “Redentora”, título dado à Princesa Isabel pela assinatura da Lei Áurea, não mais intercedia por eles, agora eles estavam sob um governo de grandes produtores de café, seus maiores inimigos.

O medo dos ex-escravos se explicava de forma simples, os escravocratas entraram em verdadeira guerra contra o governo imperial após o 13 de maio de 1888. Hoje sabemos os motivos de tal guerra.
Após ler este registro histórico de valor inegável, vemos os motivos dos grandes fazendeiros terem incitado os militares contra o governo Imperial. Se hoje os negros no Brasil amargam as margens sociais, isso se deve a nossa república que engavetou os planos Imperiais e utilizou um ideal positivista negando aos negros o direito a cidadania.

Mas não foram só os negros que foram abandonados pela nossa república. Ao nascer de uma elite e sem participação popular alguma, toda a população pobre foi marginalizada, seja branca, negra ou parda.

Nossa república, que nasceu sem povo, permanece sem povo até hoje. O 15 de novembro, não é neste sentido um feriado a ser comemorado pelos brasileiros, mas uma data de lamento que precisa ser corrigida.

Uma república que se acostumou a troca de governos através de golpes de estado, que viu em seus 128 anos de história até então, mais períodos autoritários que períodos de democracia.O 15 de novembro realmente é uma data que faz parte de nossa história, mas nem toda data histórica é motivo de comemoração, e com certeza o 15 de novembro não trás boas lembranças ao brasileiro.

(*) Jhonnatha Fernandes, Professor de História. 

2 comentários:

  1. "Sereno, aguardarei no meu jazigo
    a justiça de Deus na voz da história."

    (A frase acima, faz parte de um soneto escrito por Imperador Dom Pedro II, pouco antes de sua morte no exílio).

    E a República (ao longo de 128 anos de desastres) resultou nisso que a mídia publica todos os dias: roubos, incompetência, falta de respeito para com os brasileiros, caos em todos os seguimentos da sociedade.

    E o que sofremos nós, população agredida pela realidade, com as decepções e sofrimentos físicos e morais desses desgovernos da “Ré-pública” corrupta e corruptora.

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  2. A republica no fim do túnel. Executivo, judiciário e legislativo : Lula, Gilmar Mendes e Renan Calheiros. Tá bom?

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