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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

As duas faces do PSDB - Por Ricardo Noblat

Qual PSDB merece fé? Aquele que ontem à noite, no rádio e na televisão, bateu no peito, admitiu que errou, criticou o presidencialismo que se mantém na base do toma-lá-dá-cá e defendeu o parlamentarismo que a maioria dos brasileiros já rejeitou duas vezes?

Ou o PSDB que, mal o programa de propaganda eleitoral saiu do ar, criticou-o duramente por meio das redes sociais, soltou notas de protesto, disse que o partido nada tinha a ver com aquilo, e defendeu o governo Temer que, por sinal, não fora atacado?

Os que enxergam mal poderiam se valer de uma lupa e procurar no programa alguma crítica direta ou indireta ao presidente da República. Não encontrarão. Mas os ministros do PSDB reagiram como se o presidente e o governo tivessem sito criticados.

Ou reagiram emocionalmente, na base do ouvir falar, ou reagiram com a frieza de cálculo dos que tentam garantir o próprio emprego. Criticado, e com razão, foi o presidencialismo de cooptação praticado por este e pelos governos anteriores, dois deles do PSDB.

Na única vez em que apareceu um retrato de Temer no programa, ouviu-se o locutor dizer que ele enfrentava uma crise política que marcou os últimos três anos, para em seguida perguntar: melhor do que trocar o presidente não seria trocar o regime?

Depois disso foram quase quatro minutos de defesa do parlamentarismo, proposta que consta do ideário do PSDB desde a data de sua fundação. Exibido como se fosse uma autocrítica do partido, o programa foi tudo menos isso.

Foi uma crítica a um sistema político apodrecido. Pode ter servido para animar os eleitores desencantados com  o PSDB. Mas serviu também para aprofundar o racha do partido, dividido entre os que apoiam Temer e os que defendem distância dele.

Já passou da hora de o PSDB descer do muro.

Um comentário:

  1. Dos dois PSDBs juntos sob o comando do FHC houve um governo corrupto e desonesto cuja resultante foi a revolta do povo eleger Lula. Tudo que vei depois foi oriundo desses malandros, salvam-se poucos.

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