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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 5 de março de 2024

Eu não escrevo para os outros - Por Antônio Morais.


Eu não sou escritor, não sei escrever, nunca me preocupei com isto. Não escrevo para os outros. Escrevo pra mim. Quando a saudade bate, quando o ausente se faz presente. eu escrevo pra eu ler depois. 

Pouco importa o resto. Hoje estou com saudade de meus amigos várzea/cratenses. O Ponto de encontro era o "Bar Alagoano", chegava eu, o Clementino, Pedro Morais, o Manga murcha e haja cerveja gelada e arizia. 



De bar em bar saiamos nós, despreocupados com a vida. Conversas as mais diversas existiam. Se você não sabe o que é "arizia" procure saber com os mais velhos. São coisas que não existem mais, foram substituídas por vaidades,  orgulho e prepotência.

Nossa noite terminava no "Restaurante Guanabara", caracterizado por não ter portas, era aberto dia e noite. Lá se servia a melhor canja de galinha do Crato. 

Sentamos numa mesa e pedimos "canja" como de costume. Em pouco tempo chega a garçom com uma bandeja completa de batata frita, carne de sol, linguiça torrada, picanha assada e salada numa enorme fartura.

O Clementino, na sua singeleza e humildade habitual se dirigiu ao garçom: O senhor está servindo a mesa errada - nós pedimos canja, esse pedido deve ser de outra mesa.

O garçom, não senhor não há engano, a mesa a ser servida é essa mesma, quem mandou está atrás daquela cortina. 

Lá, na parte reservada,  estava o "Trio Nordestino" - Lidu, Coroné e Cobrinha,  passamos a fazer parte da mesa e, até o amanhecer o dia foram glórias, festas e louvores as custas da amizade e do prestigio da figura humana de José Clementino do Nascimento. 

Quando digo que não escrevo para os outros, não minto. Eu escrevo pra mim.  Essa história do Zé. do Pedro, do Manga Murcha e minha eu leio, leio e leio e não me cansa a leitura.

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