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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Independência ou morte! – por José Luís Lira (*)

    Aos 24 anos incompletos, o jovem Príncipe Regente do Brasil e herdeiro do trono de Portugal, cidadão português, Dom Pedro, que chegara ao Brasil em 1808, aos 10 anos, contrariando seus patrícios, proclamou a independência do Brasil e de Colônia o transformou em Império. Corria o ano de 1822, no dia 7 de setembro, o jovem libertador chegava às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, província que apresentava problemas políticos que fizeram o Príncipe ir até lá apaziguar os ânimos.

   No Rio de Janeiro, cinco dias antes, a Princesa Leopoldina de Áustria, Regente do Brasil, presidiu a reunião do Conselho de Ministros, a 2/09/1822.

    Nesta reunião foi aprovado o decreto da Independência, declarando o Brasil separado de Portugal. A imperatriz enviou uma carta a Dom Pedro, além de comentários de Portugal criticando a atuação do marido e de Dom João VI, exigindo o retorno de Dom Pedro e de sua família a Portugal, o que ele rejeitara antes. Ela, então, exigiu que Pedro proclamasse a Independência do Brasil e, na carta, o advertiu: "O pomo está maduro, colhe-o já, senão apodrece". D. Pedro, corajosamente, rompeu os laços que uniam Brasil a Portugal. Doravante, nos tornamos uma nação livre, independente. Passavam-se apenas 322 anos de nossa descoberta e menos de 300 de colonização. Nosso povo já falava a língua que se constitui a última Flor do Lácio, o Português, mas, com tonalidade brasileira. 

   Para celebrar, nossa bandeira foi feita. Musicista que era, o Imperador compôs melodia à letra do poeta Evaristo da Veiga, cujo refrão ainda hoje nos estimula: “Brava Gente Brasileira/ Longe vá, temor servil;/ Ou ficar a Pátria livre,/ Ou morrer pelo Brasil”. O próprio Hino Nacional, em sua estrofe inicial, exalta a grandeza do feito de 1822: “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas/ De um povo heroico o brado retumbante,/ E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,/ Brilhou no céu da Pátria nesse instante”.

   Com a instauração da República no Brasil, se tratou de ofuscar a História Imperial, criando-se estórias fantasiosas etc. A data de 7 de setembro só voltou a ser comemorada em 1922 para se celebrar o centenário da Independência. Depois, a data caiu no esquecimento. Somente em 1934, o cearense Luís Cavalcante Sucupira (Comendador Sucupira como era conhecido, imortal da Academia Cearense de Letras) deputado à então Assembleia Nacional Constituinte, compondo a Comissão de Educação e Cultura, no dia 6/09/1934, apresentou o Projeto de nº 42, propondo a instituição do Dia da Pátria, 7 de Setembro. 

   O Decreto Presidencial nº 7, de 20/11/1934, assinado por Getúlio Vargas, oficializou a iniciativa do notável deputado cearense e passamos a ter o Dia da Pátria. Raramente vemos desfiles de Colégios e Escolas, também desconheço incentivo aos Hinos da Independência e Nacional em momento algum em sala de aula. Parece só existir quando a Seleção Brasileira de Futebol entra em campo ou outros eventos desportivos ou oficias. Não vivi, fisicamente, os dias do Império, já a República... Ah a República, melhor não comentar. A vontade que dá é de dizer: devolvam a Pátria Amada e gritar: 

“Ou ficar a Pátria livre, ou morrer pelo Brasil”.
   Viva o Dia da Pátria! Viva aos pais da Pátria Brasileira, especialmente ao Imperador Dom Pedro I e à Imperatriz Dona Leopoldina de Áustria!
 (*) José Luís Lira, advogado. Professor do Curso de Direito da Universidade Vale do Acaraú. Escritor com vários livros publicados, jornalista, historiador e memorialista.

Um comentário:

  1. A republica já era um regime fracassado. Os governos Lula e Dilma coroaram e puseram fim.

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