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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 23 de agosto de 2017

O terceiro nome - Por Ricardo Noblat

O PSDB pode ganhar um terceiro nome para disputar com Geraldo Alckmin e João Doria a vaga de candidato do partido à sucessão do presidente Michel Temer.

O nome de um político rico, que não precisa roubar para sustentar suas próximas gerações. Que não está envolvido com falcatruas apuradas por tantas operações policiais.

Que dispõe de jatinho para viajar sem escala aos Estados Unidos ou à Europa. Que nacionalmente é conhecido e respeitado pelos que de fato detêm o poder. E que tem o perfil de algo novo, embora seja velho.

O nome é Tasso Jereissati, senador pelo Ceará, presidente em exercício do PSDB desde que seu colega, Aécio Neves (MG), foi abatido pela denúncia de que pediu R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista.

Tasso não trabalha para ser candidato. Depois de um período afastado da política, apesar da oposição da família, candidatou-se ao Senado com a pretensão de cumprir um único mandato. Não mudou de ideia.

As circunstâncias é que mudaram. Uma vez indicado por Aécio para substitui-lo temporariamente, Tasso aliou-se à banda do PSDB que defende o desembarque do partido do governo Temer.

Suas ações nesse sentido culminaram com o recente programa do partido no rádio e na televisão sob o mote “O PSDB errou”, levado ao ar na semana passada. Foi um desmantelo.

A banda do PSDB governista detestou o programa, jurou fidelidade a Temer e conspira abertamente para derrubar Tasso. É possível que lance até um manifesto exigindo a sua renúncia.

Nada disso seria preciso. Basta que Aécio informe a Tasso que retomará a presidência do partido para que ele perca o cargo. O cargo será de novo de Aécio até dezembro, quando expira seu mandato.

Tasso começou a limpar as gavetas da presidência do PSDB. Está pronto para sair como punido por patrocinar um programa que disse não o que as pessoas queriam ouvir, mas o que elas gostariam de falar.

Haverá situação mais promissora para quem apenas pretendia se despedir da política? Presidência da República é mais destino do que escolha.

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