Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Sobre a Marquesa de Santos – por Armando Lopes Rafael

Numa viagem que fiz a São Paulo, há anos,  tive oportunidade de conhecer o Pátio do Colégio. Trata-se do lugar histórico mais importante da capital paulista. Naquele local foi reconstruído – em 1954 – o Colégio dos Jesuítas, tal como existia no início da cidade de São Paulo, em 1554. Naquele colégio viveu e lecionou São José Anchieta, um dos três santos brasileiros já canonizados pela Igreja Católica.

Lembro-me como se fosse hoje. Passando, por acaso, numa rua na área do Pátio do  Colégio, vi, surpreso, um bonito casarão (foto acima) e nele uma placa indicando que o mesmo pertencera a Domitila de Castro Canto e Melo, a famosa Marquesa de Santos. Bom esclarecer que a marquesa ainda hoje  é vista, por seus conterrâneos, como uma pessoa caritativa para com a pobreza da São Paulo antiga. A realidade histórica nada tem a ver com a novela-folhetim da Globo “Mundo Novo”.

Tempos atrás tive oportunidade de ler uma matéria no jornal “Folha de S.Paulo” que transcrevo para os leitores. A conferir.
“Solar da Marquesa de Santos, no centro de São Paulo, reabre para visitação

Depois de três anos de obras, o Solar da Marquesa de Santos, ao lado do Pateo do Collegio, no centro da capital paulista, será reaberto para visitação no dia 19. Na inauguração, a mostra será sobre a própria marquesa Domitila de Castro Canto e Melo, célebre amante de Dom Pedro 1º, com exposição de seus objetos pessoais. A marquesa de Santos foi dona do imóvel de 1834 a 1867 e as festas que promovia se tornaram famosas. Depois de sua morte, em 1867, o solar sofreu reformas que mudaram a estrutura original.

Segundo a prefeitura, não foi possível fazer um restauro que reproduzisse características originais de qualquer uma das épocas de ocupação do solar. Por isso, optou-se por preservar elementos importantes de cada uma das modificações mais antigas. O restauro do casarão do século 18 custou R$ 2 milhões e 700 mil reais.”

Parabéns ao governo e ao povo da capital paulista por conservarem o seu patrimônio histórico arquitetônico. Isso deveria servir de exemplo para as demais cidades brasileiras, com destaque especial para Crato.     

Na verdade, se compararmos a nossa Nobre e Heráldica Cidade de Crato – com outras urbes cearenses do seu porte e importância, como Sobral, Aracati, Barbalha, dentre outras – verificamos que os núcleos urbanísticos cratenses foram – e estão sendo – sistematicamente destruídos.

A começar pelos dois museus públicos da cidade, fechados criminosamente há mais de seis anos. E ainda tem quem denomine Crato de “Capital da Cultura”...Enquanto  outras cidades cearenses são exemplos de eficiência de planejamento na gestão do espaço urbano, com destaque para os monumentos públicos  lá existentes, o Crato é uma lástima completa nesse setor.

2 comentários:

  1. Prezado Armando - Como monarquista que sou te avisei logo no inicio da novela. A Rede Globo é mestre em confundi o povo. Transformando historia em ficção bem ao feitio da desordem que obriga a população assistir.

    ResponderExcluir
  2. Você, mais uma vez, estava coberto de razão, Antônio Morais.

    ResponderExcluir