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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 31 de outubro de 2017

A condescendência de Lula - Por O Antagonista.

No final de sua caravana por Minas Gerais, Lula disse o seguinte à claque que reuniu em Belo Horizonte:

“Eu fiquei oito anos na presidência e a Dilma ficou seis. 

A gente foi muito condescendente com os meios de comunicação.”

“Condescendência”, na linguagem do condenado, talvez signifique comprar aliados e financiar a esgotosfera com dinheiro desviado da Petrobras. 

Lamentamos dizer que não funcionou.

Prefeito de Rio Branco é alvo da Operação Buracos, da Polícia Federal.

O prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre Viana (PT), pré-candidato ao Governo do Acre pela Frente Popular, é um dos alvos da Operação Buracos, da Polícia Federal, que apura o desvio de R$ 700 milhões, dinheiro que seria usado para a reconstrução de rodovias federais e ramais.

Deflagrada nesta segunda-feira (30), a Operação Buracos tem o envolvimento de mais de 150 agentes da Polícia Federal (PF), Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), Receita Federal e Ministério Público Federal (MPF).

Nas primeiras horas do dia, Marcus Viana teve a casa acessada por policiais federais. De lá, o prefeito petista seguiu para a sede da Polícia Federal, onde vai conversar com a equipe da operação e prestar esclarecimentos. Viana chegou em um comboio cercado por seguranças e não pôde ser visto dentro do carro.

Agentes da Polícia Federal cumprem mandados de busca, apreensão e conduções coercitivas nos estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso e São Paulo nesta segunda-feira.

O esquema investigado envolve servidores do Departamento Estadual de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit-RO), além de empresários. Os valores eram pagos por serviços não executados e materiais que nunca seriam entregues. O grupo também se utilizava de funcionários fantasmas.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

BRASIL REIMOSO - Por Wilton Bezerra.

Se existe um mal incurável é o da desilusão.

Essa sentença recorrente me persegue.

De fato, não existe vazio maior para um ser humano do que não ter mais razões para lutar.

Ou para existir.

Faulkner, um pensador, disse há um bocado de tempo que entre o vazio e a dor prefere a dor.

Sofrência muita.

No Brasil atual, temos encontros permanentes com o susto, a dor e a falta de perspectivas.

A cada pesquisa eleitoral para presidente deste país, amostragens deploráveis.

O que se percebe é o crescimento de uma tendência suicida da população.

Talvez se explique aí o silêncio das ruas.

A última pesquisa aponta que se a eleição fosse hoje, teríamos o pódio disputado entre gente ruim e gente que não presta.

É muita reima junta.

Mas, a esperança é que daqui a pouco o satanás resolva concorrer.

Pode reunir boas chances.

Temer e os áulicos vivem ilusão da ‘normalidade’ - Por Josias de Souza.

Segundo a superstição de Michel Temer, revelada a aliados que lhe telefonaram para saber como estava sua saúde, o governo inaugura nesta semana uma nova fase. Um ciclo de “normalidade” administrativa. A percepção de Temer é compartilhada pelos áulicos do Planalto.

Falando do leito do Hospital Sírio Libanês, Temer informou que voltará ao batente na quarta-feira. “Ele está muito animado”, disse ao blog um parlamentar que conversou com o paciente. Tudo faz crer que o congelamento das denúncias da Procuradoria fez com que o presidente voltasse a acalentar o pior tipo de ilusão: a ilusão de que preside.

Na área econômica, a prioridade de Temer é colocar em pé a reforma da Previdência. O mandarim da Câmara, Rodrigo Maia, declarou que, numa escala de zero a 10, a chance de ser aprovada uma versão lipoaspirada da mexida previdenciária oscila entre 2 e 3. O comandante do Senado, Eunício Oliveira, afirmou que não é a melhor hora para tratar do tema.

Na área político-penal, Temer terá de tourear o inquérito em que figura como suspeito de beneficiar uma empresa no Porto de Santos. E não pode descuidar dos humores de Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala de R$ 500 mil, e de Geddel Vieira Lima, o amigo do cafofo com R$ 51 milhões. Loures arrasta uma tornozeleira eletrônica em casa. Geddel puxa cana na Papuda. Por ora, guardam obsequioso silêncio.

Numa conjuntura assim, tão sujeita a delações e trovoadas, se Temer consegue manter a cabeça no lugar enquanto tanta gente perde a sua, provavelmente já não sabe onde colocou a noção do perigo. Ou está exercitando o seu cinismo.

Escravidão dos desponíveis - Postagem do Antônio Morais.


Thomas Sowell.

Negros não foram escravizados porque eram negros, mas porque estavam desponíveis. A escravidão existiu no mundo a milhares de anos. Brancos escravizaram outros brancos na Europa durante séculos antes do primeiro negro ser levado ao hemisfério ocidental. 

Asiáticos escravizaram europeus. Asiáticos escravizaram outros asiáticos. Africanos escravizaram outros africanos, e, ainda hoje, no norte da África, negros continuam a escravizar negros.

sábado, 28 de outubro de 2017

Crato Republicano? Algumas Considerações… (por Armando Lopes Rafael)

(Excertos de um artigo publicado há 17 anos na revista A Província – nº 18, ano 2000) 
   O “ôba-ôba” tão característico destes tempos medíocres, quando a maioria das pessoas não tem profundidade em nenhum assunto; quando a televisão “faz a cabeça” da massa ignara; nos obriga a ouvir, vez por outra, falar sobre a “tradição republicana” de Crato. Não existe essa alardeada “tradição republicana em Crato”. É mera falácia!

   O leitor me conceda só um tempinho, para eu justificar o meu pensamento. Começo por lembrar que o aniversário do golpe militar que implantou a República – em 15 de novembro de 1889 – nunca foi comemorado em Crato. Nesta cidade o povo comemora muitas datas: 7 de setembro, 21 de Junho, 1º de setembro (Nossa Senhora da Penha), 19 de março (São José) festeja as datas de São Francisco, dentre outras. Agora, “comemoração” no dia 15 de Novembro – data da “Proclamação da República” – nunca se viu.

     E por que isso acontece? Ora, o  Crato, durante 149 anos (de 1740 quando foi fundado,  a 1889, quando houve o golpe militar que empurrou goela abaixo da população a forma de governo republicana) viveu sob a Monarquia. Não se apaga facilmente um século e meio na vida de um povo. Basta dizer que dos 70 anos que o comunismo dominou a Rússia com chicote e baioneta não restou nada de concreto. Imagine 149 anos. Por isso, no imaginário popular,  persiste a ideia de que a Monarquia é algo de elevado nível, respeitoso, honesto e bom.

     Tanto isso é verdade que, ainda hoje, quando o povo reconhece numa pessoa certos méritos ou qualidades acima do comum, costuma dar-lhe o título de “Rei”. Por isso temos ou tivemos; “O Rei Pelé”, “O Rei Roberto Carlos”, “O Rei do Baião”, “O Príncipe dos Poetas Populares” (o repentista Pedro Bandeira) etc. E o que dizer dos concursos que se realizam para escolha da “Rainha do Colégio”, “Rainha da Exposição”? e de nomes de lojas como “O Rei da Feijoada”, “O Império das Tintas”? Ou nomes como “Rádio Princesa FM”, “Colégio Pequeno Príncipe”?

     Portanto, é um mito sem consistência essa alardeada “tradição republicana” de Crato. Precisamos ter coragem para proclamar isto, pois ela não reflete a realidade. Ainda não se conseguiu sensibilizar as camadas populares para comemorar, em Crato, o golpe militar que impôs no Brasil essa fracassada República. Sempre foi assim. Vai ser assim, também, no próximo dia 15 de novembro, quando o país vai parar – num feriado nacional artificial e inútil – em comemoração à pseudo “Proclamação da República”.

      No duro – no duro mesmo – “República” para o povo é sinônimo de "república de estudante", ou seja, uma casa bagunçada, desorganizada.  Ou serve para lembrar as notícias que vêm da Capital da República, a triste Brasília, Capital Mundial da Corrupção.  “República” continua a ser, no imaginário popular, a lembrança da roubalheira, das propinas pagas aos políticos, da incompetência, da demagogia, da falta de segurança, da falência da saúde pública, da precariedade da educação pública, das filas dos aposentados (expostos ao sol e à chuva) na fila das calçadas dos Bancos para receber suas míseras aposentadorias, das obras públicas inacabadas, da falta de respeito para com a população, do grosso do noticiário que chega pela televisão aos nossos lares: "Mensalão", "Petrolão", Lava Jato, Delação Premiada, malas com milhões encontradas em apartamento...


Texto e postagem de Armando Lopes Rafael

Ataques à família e propaganda da imoralidade -- por Dom Fernando Arêas Rifan (*)

Junto com a divulgação da imoralidade, fantasiada de arte, e a propaganda maciça do homossexualismo, travestido de respeito à diversidade, reaparece a doutrinação da Ideologia de Gênero, também com ares de liberdade e de orientação sexual.
 
Configura-se, visando sua destruição, um verdadeiro ataque à família, santuário da vida, que vai perdendo seus direitos na educação dos seus filhos, os quais se tornam alvo fácil dessa onda destruidora da moral. Os bons ficam acuados. E os meios de comunicação, através de novelas e entrevistas direcionadas, vão divulgando essa mentalidade de modo bem orquestrado.

Se a crise social, política e familiar por que passamos é, sobretudo, moral, essa propaganda em nada a faz diminuir, mas, pelo contrário, aumenta-a rompendo todas as barreiras éticas que deveriam pautar o comportamento humano.

    Ao repetir o Mandamento divino “Não pecar contra a castidade”, a Igreja nos ensina a vencer a luxúria e evitar tudo o que a ela conduz, como a pornografia e a indecência no vestir. A castidade faz parte da temperança, conduz ao domínio de si, que exige um esforço constante em todas as idades da vida, especialmente quando se forma a personalidade, durante a infância e a adolescência (cf. Catecismo da Igreja Católica – CIC - 2331-2356).
São Paulo já advertia: “Fostes chamados à liberdade. Porém, não façais da liberdade um pretexto para servirdes à carne” (Gl 5, 13).

    Sobre a propaganda da imoralidade, recordo as graves palavras do saudoso Cardeal Dom Lucas Moreira Neves, acusando a Televisão, o que poderíamos aplicar também a certos sites da Internet, devido à onda de impureza que traz para dentro dos lares: “Acuso-a de ministrar copiosamente a violência e a pornografia. A primeira é servida em filmes para todas as idades. A segunda impera, solta, em qualquer gênero televisivo: telenovelas, entrevistas, programas ditos humorísticos, spots publicitários e clips de propaganda. A TV brasileira está formando uma geração de voyeurs, uma geração de debilóides. Acuso-a de ser corruptora de menores”.

E não é só contra essa imoralidade que a Igreja levanta a sua voz. Ela também repudia o assassinato de crianças e adolescentes, a prostituição infantil, a morte de crianças para o roubo de órgãos, a mortalidade das crianças nos hospitais públicos, a violência doméstica, o estupro e o feminicídio. 

(*) Dom Fernando Arêas Rifan, Bispo católico da Administração apostólica São João Maria Vianney--Campos (RJ)

No aniversário de Lula, o ‘parabéns’ é uma ironia - Por Josias de Souza.

Lula fez aniversário nesta sexta-feira. Deveria ter presenteado a si mesmo com o silêncio. Mas percorre Minas Gerais em caravana. Faz comícios diários. Seus lábios não desgrudam do microfone. Assim, sem medo de ser patético, declarou: ''Não é aos 72 anos que vou roubar um centavo para envergonhar milhões e milhões de pessoas que a vida inteira confiaram em mim''.

Lula discursou num comício na cidade de Montes Claros. Apresentou-se à plateia como um símbolo, seu papel predileto: ''Estão tentando me destruir desde que nasci. Tentem destruir o Lula, vocês nunca vão conseguir, porque o Lula não é o Lula, é uma síntese daquilo que são milhões e milhões de mulheres e homens. Lula é uma idéia criada por vocês.''

O pajé do PT, de fato, pode se dar ao luxo de falar como símbolo. Deixou de ser qualquer um quando virou líder sindical em plena ditadura. Perdeu eleições como símbolo, chegou ao Planalto como símbolo, invocou a condição de símbolo para sobreviver ao mensalão e como símbolo imaginou-se invulnerável no petrolão. Agora, responde pelo que passou a simbolizar.

Suprema ironia: coube ao companheiro Antonio Palocci formular a pergunta que explica por que muitos brasileiros deixaram de respeitar os cabelos brancos do símbolo: “Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do ‘homem mais honesto do país’ enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos e até o prédio do Instituto Lula são atribuídos a dona Marisa?”, indagou Palloci na carta que enviou ao PT para se desfiliar da legenda.

Lula tornou-se um símbolo completo. Fez-se sozinho na vida. E se desconstrói sem a ajuda de ninguém. O símbolo discursa como se fosse uma estátua de si mesmo. E age como um pardal que suja sua própria testa de bronze. Costuma-se dizer que Lula virou um político como todos os outros. Bobagem. Aconteceu algo pior. Lula tornou-se um símbolo completamente diferente de si mesmo.

Certas frases —“Não é aos 72 anos que vou roubar um centavo…” passam a impressão de que o autor será símbolo do cinismo até o fim. No aniversário do símbolo, um simples “parabéns” soa como ironia.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Em VEJA desta semana

Exclusivo: O roteiro da propina entregue a Gleisi Hoffmann

Em vídeo, advogado reconstitui o trajeto que percorreu para entregar quatro pacotes de dinheiro desviado da Petrobras para a senadora do PT

Um vídeo produzido pela Polícia Federal reconstituiu quatro crimes sequenciais de corrupção e será usado pela Procuradoria-Geral da República como prova contra a senadora Gleisi Hoffmann, atual presidente do PT.

Acompanhado por um investigador, o advogado Antônio Carlos Pieruccini percorreu as ruas de Curitiba para mostrar como fez chegar à senadora quatro pacotes de dinheiro derivados do esquema de subornos montado na Petrobras. No vídeo, o advogado, que fez delação premiada, vai com o agente aos locais onde entregou quatro pacotes de 250 mil reais cada, além de dar detalhes sobre o que conversava quando contava o dinheiro da senadora.
Leia mais em VEJA desta semana.

Maia diz que Temer poderia ter caído se comandante da Câmara fosse o Cunha - Por Josias de Souza.

Um dia depois do sepultamento da segunda denúncia criminal contra Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), revelou detalhes dos bastidores da crise que drenou as energias do governo. 

Em entrevista, o deputado disse ter recebido vários “convites” para derrubar Temer. “Voce tem que assumir, você tem que assumir”, diziam. Embora reconhecesse a fragilidade do governo, Maia afirma ter resistido: “Você tem que assumir o quê? Assumir que eu sou candidato a derrubar o Michel Temer? Não tenho condições de fazer um negócio desses.” Se o presidente da Câmara fosse Eduardo Cunha, Temer teria caído?, quis saber o repórter. E Maia: “Pode ser que sim.” 

“Poucos teriam tido a posição institucional que eu tive, de entender que ninguém pode ser candidato a presidente através de uma denúncia”, declarou Maia. ''Tive a tranquilidade de entender que, apesar de todos os convites que foram feitos de forma legítima, muitos achando que o governo Michel Temer não tinha mais condições de continuar eu continuei dizendo a todos: acho até que o presidente Michel tem muitas dificuldades, mas isso tem que acontecer de forma natural. Como eu sentia que não era essa a vontade natural da Câmara, entendi que não cabia a mim fazer nenhum movimento, porque acho que eu geraria uma instabilidade.”

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Barroso para Gilmar: ‘Não transfira para mim a sua leniência com a criminalidade do colarinho branco’ - O Antagonista.


Os ministros do STF julgavam nesta tarde, no plenário, um ação sobre a extinção do Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará.

Mas dois deles preferiram bater boca.

Primeiro, Gilmar Mendes disse que Luís Roberto Barroso soltou José Dirceu.

“Vossa excelência não trabalha com a verdade”, rebateu Barroso. “Dirceu só está solto porque a Segunda Turma o soltou. Não transfira para mim a sua leniência com a criminalidade do colarinho branco.”

Barroso ainda acrescentou, voltando-se para Gilmar:

“Vossa excelência só destila o ódio, não julga. Apliquei a Zé Dirceu a lei. Não fui eu, foi o Supremo.”

Cármen Lúcia, a presidente da corte, optou por encerrar a sessão. 

FOGO! SOCORRO! ACUDAM! -- por Dom Fernando Arêas Rifan (*)

         Junto com a divulgação da imoralidade fantasiada de arte e a propaganda maciça do homossexualismo travestido de respeito à diversidade, reaparece a doutrinação da Ideologia de Gênero, também com ares de liberdade e de orientação sexual. São Paulo já advertia: “Fostes chamados à liberdade. Porém, não façais da liberdade um pretexto para servirdes à carne” (Gl 5, 13). A família está sendo alvo de ataques que visam a sua destruição. Se a crise social, política e familiar por que passamos é, sobretudo, moral, essa propaganda em nada a faz diminuir, mas, pelo contrário, aumenta-a rompendo todas as barreiras éticas que deveriam pautar o comportamento humano. Os bons ficam acuados. A família perde seus direitos na educação dos seus filhos, que se tornam alvo fácil da propaganda destruidora da moral. E os meios de comunicação, através de novelas e entrevistas direcionadas, vão divulgando essa mentalidade de modo bem orquestrado.

            É preciso dar um basta! É preciso que as forças morais de toda a humanidade se levantem e deem o seu brado de inconformidade com tudo isso. É hora de gritar com São Luiz Maria Grignion de Montfort: “Fogo! fogo! fogo! Socorro! socorro! socorro!... Socorro, que assassinam nosso irmão! Socorro, que degolam nossos filhos!...”.

           A Igreja levanta a sua voz de repúdio a tudo isso: sua doutrina clara já condena esses erros. É preciso que os católicos sejam lógicos e coerentes com o que a Igreja lhes ensina.

            É hora, principalmente de os leigos agirem. Não fiquem se perguntando: o que a Igreja vai falar ou fazer sobre isso? Vocês também são a Igreja. A pergunta deve ser: o que nós estamos fazendo contra tudo isso? Não fiquem esperando pelos pastores. As ovelhas têm o direito de se defenderem dos lobos que as atacam. Falem, protestem, escrevam, alertem os filhos, os amigos. Gritem nas redes sociais! Pais de família, reajam! É preciso que o mundo escute a voz dos bons e saiba que ainda existem famílias corretas, pessoas de bem e de coragem que não concordam com a imposição dessas ideologias.

            Dom Prosper Guérranger (L’Année Liturgique), sobre o episódio em que um leigo, Eusébio, levantou-se em meio à multidão contra a impiedade de Nestório, salvando assim a fé de Bizâncio, comenta: “Há no tesouro da Revelação pontos essenciais, cujo conhecimento necessário e guarda vigilante todo cristão deve possuir, em virtude de seu título de cristão. O princípio não muda, quer se trate de crença ou procedimento, de moral ou de dogma. Traições como a de Nestório são raras na Igreja; não assim o silêncio de certos Pastores que, por uma ou outra causa, não ousam falar, quando a Religião está engajada.  Os verdadeiros fiéis são homens que extraem de seu Batismo, em tais circunstâncias, a inspiração de uma linha de conduta; não os pusilânimes que, sob pretexto especioso de submissão aos poderes estabelecidos, esperam, pra afugentar o inimigo, ou para se opor a suas empresas, um programa que não é necessário, que não lhes deve ser dado”.

(*) Dom Fernando Arêas Rifan é  Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

Fazendo o povo de otário - Por Antônio Morais.


Quem teve a ventura ou a desventura de assistir a votação  do julgamento da  denuncia contra o presidente Temer observou uma situação  interessante, deprimente :

Deputados do PT, PSB, PCdoB, Psol aos gritos na tribuna  contra a  corrupção  e a  favor do retorno  de Lula, a maior corrupto brasileiro de todos os tempos.


Chegou também a vê os deputados do PSDB  votando  a favor  da abertura  contra o Temer, ao tempo em que  defendem abertamente a corrupção  do Aécio Neves. 

Jogo de cena diante da TV. Fica Claro que esses deputados  tratam o povo como idiotas,  como imbecis. 

A Rede Globo  e seus  apresentadores e comentaristas subservientes, que  inicialmente pretendiam  derrubar o presidente americano Donald Trump, se contentou  em derrubar  o Temer, e,  não conseguiu. Se o Temer der uma de Leonel Brizola  a Globo vai se ferrar.

RUIM DE SE VER - Por Wilton Bezerra.



“Seu” Antônio, de Juazeiro do Norte, era um velho bronco que vivia constantemente de mau humor. Estava sempre a observar os cartazes de filmes nos cines Eldorado e Capitólio, ambos na rua Santa Luzia.

Certa feita, sentou-se numa poltrona vizinha à que eu estava. Quando apareceu na tela o famoso leão da Metro Goldwyn Mayer anunciando o filme, “seu” Antônio levantou-se abruptamente da cadeira e reclamou alto e bom som: “Eu já assisti essa porra”!

Imaginava ele se tratar de uma película já havia visto em função do leão famoso da companhia cinematográfica americana. Se seu Antônio fosse vivo e acompanhasse o futebol brasileiro de hoje, certamente acharia os times muito parecidos uns com os outros. Provavelmente se levantaria da poltrona imaginando se tratar de um tape.

Quando um jogo desagrada é comum o torcedor brasileiro xingá-lo com a famosa e antiga frase: “Ô dois times parecidos”! Esquemas e jogadas são repetidos exaustivamente. O líder enfrenta o lanterna e as diferenças na qualidade do futebol não são facilmente percebidas. Uns melhoram ao longo de um campeonato porque os outros pioram.

Até os debates se tornam vazios. Sem dúvidas padecemos da falta de grandes times.
Botafogo de Garrincha, Didi, Nilton Santos, Quarentinha e Zagalo; Santos de Pelé, Coutinho, Gilmar e Pepe; as várias academias do Parque Antártica formadas pelo Palmeiras de Valdir, Djalma Santos, Zequinha, Chinezinho, Dudu, Ademir da Guia, César, Vavá; Flamengo de Zico e cia. e outros grandes esquadrões, não passam de retratos amarelados na parede.

Essa é uma das muitas causas do empobrecimento do futebol bonito de se ver que sempre tivemos.
Não se trata de má vontade, ou saudosismo, da crônica e do torcedor, nessa constatação.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O interesse do brasileiro pela Monarquia

Segundo o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, em cada brasileiro (a) existe um monarquista adormecido. “Não há um brasileiro que não considere Dom Pedro II o melhor chefe de Estado que nós tivemos. Você não encontra um brasileiro que diga de boca cheia que a República deu certo. A índole do povo brasileiro é monárquica, porque a ordem natural das coisas é monárquica”. 

Dom Bertrand tem razão. É por isso que o feriado da “proclamação” da república (proclamação que nunca houve, pois Deodoro gritou foi: “Viva o Imperador”) nunca foi comemorado. Por uma razão simples: O Brasil deu certo na Monarquia. Não deu certo na República. Ademais, as crianças nascem monarquistas porque a primeira influência que recebem é dos pais. Depois vão sendo corrompidas pelas escolas (está aí a “Ideologia de gênero” para provar) pelos meios de comunicação, pela decadência moral da sociedade, pelo falso ideologismo e ficam republicanas. Mas o interessante é que hoje no Brasil de 2017, o sonho monárquico está muito mais vivo do que estava em 1993, quando houve o plebiscito. Em toda parte do Brasil, de norte a sul, o sentimento monárquico está renascendo na juventude.

Aliás, o interesse pela monarquia aumenta em escala mundial. Quando o Príncipe de Gales, herdeiro da Coroa Britânica, casou-se com Lady Diana Spencer, em julho de 1981, 750 milhões de pessoas, nos cinco continentes, acompanharam atentamente a cerimônia, pela televisão. Quase um quinto da população da terra! 

No Brasil, a cerimônia foi transmitida ao vivo pela televisão, às 7h da manhã. Tantas foram as pessoas que, desde os dias anteriores, solicitaram ao serviço de despertar da Companhia Telefônica de São Paulo que as acordasse na hora da transmissão, que esse serviço – pela primeira e única vez desde que foi instituído – não conseguiu atender a todos pontualmente.

Já às 5h30 da manhã, a TELESP começou a telefonar para muitos lares, desculpando-se por estar telefonando tão cedo. Mas, se não começasse a chamar muito cedo, não conseguiria acordar a todos...

Trinta anos mais tarde, em abril de 2011, quando o primogênito do casal, o Príncipe William, Duque de Cambridge, desposou a jovem Catherine Middleton, as projeções indicaram que um total de dois bilhões de pessoas – um terço da população mundial! – acompanhou a cerimônia, ao vivo, pela televisão. No Brasil, as pessoas acordaram antes do sol nascer para assistir ao início da cobertura, com o Ibope registrando um aumento de 48% na audiência da TV aberta entre as 6 e às 9h da manhã naquele dia.
Príncipe William, Duque de Cambridge, no dia do casamento com Catherine Middleton
As ruas de Londres nunca estiveram tão cheias pelo povo como no dia do casamento do
Príncipe William com Catherine Middleton

Esses fatos são bem significativos para demonstrar o quanto, até hoje, tudo o que diz respeito à Monarquia desperta interesse em larguíssimas faixas da opinião pública. Tal não ocorre apenas nos países que conservam essa forma de governo; mas também em países que há muito a aboliram – é bem esse o caso do Brasil –, e até mesmo em países que sempre foram Repúblicas.

- Estas observações são baseadas em trecho do livro “Parlamentarismo, sim! Mas à brasileira, com Monarca e Poder Moderador eficaz e paternal”, do Prof. Armando Alexandre dos Santos.
Postado por Armando Lopes Rafael

“Vão ter que enfrentar mesmo!”, diz o tucano Luiz Pontes em resposta a Cid Gomes - Por Eliomar de Lima

 A oposição de Camilo Santana (PT) reagiu com desembaraço ao comentário de Cid Gomes (PDT) sobre o enfrentamento de Tasso Jereissati (PSDB) na disputa para o Governo do Estado. “Eles vão ter que enfrentar mesmo”, reforçou o presidente estadual do PSDB, Luiz Pontes.

“Não tem nenhum problema se Tasso for candidato. Quem deve estar preocupado é o Ciro (Gomes)…”, sugeriu o tucano, sem esclarecer os motivos. Pontes reforçou a tendência de candidatura de Jereissati para o executivo estadual, após a indefinição de Eunício Oliveira (PMDB) sobre quem deve apoiar nas eleições de 2018.

O presidente do partido tucano, conforme publicado ontem pelo O POVO, afirmou que o senador peemedebista tem de definir as alianças para 2018 até o fim de novembro.

Também opositor ao governo, o deputado estadual Capitão Wagner (PMDB) reagiu à declaração de Cid e apoiou a candidatura de Jereissati. “Eles (Ferreira Gomes) não temem (Tasso), porque imaginam que os eleitores vão se comportar como nos últimos anos. Mas o sentimento do povo agora é diferente. Se eles acham que podem derrotar usando as mesmas armas, estão enganados”, disse o parlamentar.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

A ESTUPIDEZ - Por Wilton Bezerra.



Uma entidade ou revista, não me lembro, escolhe anualmente uma palavra que sintetiza o momento vivido pelo mundo.
Os primeiros escrutínios apontam a palavra ódio como favorita no páreo.
Fiquei a ruminar e não demorei a fazer minha escolha.

A palavra é ESTUPIDEZ.

Sim, acho que subestimam a força da estupidez.
Na minha habitual dificuldade de decifrar as coisas, fico sem entender a estupidez do ser humano em certos comportamentos.
Como as pessoas entregam suas almas e valores materiais a pastores picaretas de igrejas que se destinam a explorar os incautos com suas falsas curas?

E ninguém quer saber de fraternidade.
Como se explica a diáspora, sem razão, no mundo em fuga?
É uma brutalidade superior a de certos animais.
Porque torcedores de um mesmo time escolhem o local de um jogo de futebol como palco para se matarem?

E o pior. Jogadores e treinadores, antes reverenciados, agora são agredidos em estádios e aeroportos na cobrança de resultados.
Ginásios, estádios e outros equipamentos construídos para depois serem abandonados após Panamaericanos, Olimpíadas, Copa e diabo a quatro.
Como alguém pode achar ser a crise financeira do país culpa do combate à corrupção?
Que Moro e a Polícia Federal estão prestando um desserviço com suas salvadoras intervenções.

Dá para entender que políticos e executivos roubem tanto dinheiro sem condições e tempo para gastá-lo?
Mais grave é a população induzida a se acostumar com o que não presta por políticos que usam a mentira como instrumento de trabalho.

Que estado psicológico têm essas pessoas?
Morrer por uma balada perdida, ou achada na barriga da mãe antes de nascer.
Qual a razão da população eleger quem não trabalha para ela?
Basta esse pequeno relato para justificar a minha escolha.
É tudo muito estúpido.

Câmara de Vereadores de Crato rejeitou a implantação da “Ideologia de gênero” nas escolas públicas e privadas deste município – por Armando Lopes Rafael


A sessão de ontem na Câmara teve grande participação popular: "O povo unido, jamais será vencido"

  Comecemos por saber que diabo é essa “Ideologia de gênero”. Faço minhas as palavras do estudante de História, Jefferson Viana, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro quando escreveu: “A ideologia de gênero não é nada mais que a negação de que existem sexos ao nascimento, com a afirmação que a sexualidade é uma construção social, onde a pessoa escolheria o que deseja ser. É também implantada na linguagem, com a negação de gênero nas palavras, com a substituição das letras o e a pela letra x; para dar um exemplo, a palavra menino, ou a sua variação no feminino, que seria a palavra menina, transformam-se em meninx, visando a neutralidade”.

    Bom, agora que já sabemos o que é a “Ideologia de gênero”, o leitor pode perguntar: “E como surgiu essa coisa estrambótica?”. Esse desvio acentuado do padrão normal, ou seja, a chamada “Ideologia de gênero” na verdade, tem suas origens nas ideias dos pais do comunismo, Karl Marx e Friedrich Engels. Sacou agora porque todo esquerdista se manifesta a favor da “Ideologia de gênero”? Dou novamente a palavra ao Jefferson Viana: “No livro “A origem da família, da propriedade privada e do Estado”, o último livro escrito por Marx e terminado por Engels, esses autores afirmam que a família não é consequência da biologia humana, mas sim do resultado de uma “opressão social” produzida pela acumulação da riqueza entre os primeiros povos agricultores. Eles não utilizaram o termo gênero, que ainda não havia sido inventado, mas chegaram bastante perto”.

     Pois bem, foi contra todos esses erros (que têm origem na velha “ luta de classes”) que a Câmara de Vereadores de Crato aprovou –  na última segunda feira, dia 23 –  um projeto de lei, regulamentando o Plano Municipal de Educação–PME. Em síntese: 14 vereadores cratenses, no artigo que trata sobre “Infância sem Pornografia” proibiu a inclusão – no currículo escolar da rede pública e privada – da famigerada disciplina “Ideologia de Gênero”.

     É claro que não foi uma aprovação pacífica! A “Associação de Defesa, Apoio e Cidadania dos Homossexuais (Adacho)”, A Comissão da Igualdade Racial e Diversidade Sexual da OAB/CE, Subseção de Crato, a Secretária de Educação de Crato, Otonite Cortez (PT), lideranças da arcaica “esquerdona” cratense, professores universitários (sempre eles!), protestaram contra a aprovação desse projeto de lei pelos vereadores cratenses. E não se engane. A imensa maioria do povo cratense não deve cantar ainda  vitória. O projeto só será realidade se o prefeito de Crato, José Ailton Brasil, sancioná-lo. E como o prefeito é muito ligado à esquerda jurássica (ele ainda hoje, acredite, defende Dilma Rousseff), essa minoria pode influenciar o prefeito e ele pode vetar o projeto. E toda a luta terá de ser recomeçada. Mas se for o caso será recomeçada. Somos maioria!

       Atenção, portanto, pais de família, fiéis da Igreja Católica e das Igrejas Evangélicas, lideranças comunitárias e toda a sociedade civil: fiquemos alerta. Essa minoria é capaz de qualquer artimanha para – ignorando totalmente o direito de escolha dos pais em relação à metodologia de ensino dos seus filhos – impor à maioria da população essa anomalia chamada “Ideologia de gênero”...

PS- Parabéns ao vereador Roberto Anastácio (Podemos) por ter apresentado o projeto de lei aprovado, que representa - por baixo - a aprovação de 90% da população cratense. Valeu, nobre vereador. O Sr. cresceu  no respeito da população por sua coragem  cívica.

‘Eleitorado se sentiu traído’, afirma Lula, o traidor - Por Josias de Souza.


Em entrevista ao diário espanhol El Mundo, Lula falou sobre os erros de Dilma na gestão da economia. O maior deles “foi exagerar na política de desonerações das grandes empresas.” O outro foi ter anunciado depois das eleições de 2014 um ajuste fiscal que não ornava com os compromissos que assumira em campanha. Numa primeira versão da entrevista, o jornal havia anotado que Lula dissera que “Dilma traiu o eleitorado”. Incomodado com a reprodução da frase no Brasil, Lula esclareceu que dissera algo diferente: “O eleitorado que a elegeu em 2014 se sentiu traído.” O jornal espanhol fez a correção no seu site.

Corroborada pelo áudio da entrevista, a emenda de Lula conseguiu piorar o soneto. Antes de saber que o entrevistado esclarecera que o eleitorado é que é meio imbecil e “se sentiu traído”, gravei um comentário defendendo Dilma das críticas do seu criador à forma como conduzira a economia. Nele, afirmei que, a essa altura, a maior empulhação que Lula pode cometer contra a inteligência alheia é atribuir a Dilma a responsabilidade pelos desacertos do país. Dilma foi o efeito, não a causa. (assista abaixo)

Se o eleitorado se sentiu traído, quem o traiu foi Lula. Numa época em que ostentava popularidade acima dos 80%, Lula vendeu uma incompetente como administradora impecável. Essa gerentona de mostruário afundou o país já no primeiro mandato. Fez isso ao criar uma nova matriz econômica, voluntarista e intervencionista. Cavou um pouco mais fundo ao pedalar o Orçamento para se manter no poder. E Lula dobrou a aposta, reelegendo o descalabro em 2014.

Presidente, Lula governou firmando alianças partidárias tóxicas financiadas à base de mensalões e petrolões. Chamou a rendição à oligarquia empresarial de amadurecimento político. Ao eleger e reeleger uma incapaz como se fosse uma supergerente, Lula produziu uma espécie de conto do vigário no qual a maioria do eleitorado caiu. Tenta reeditar o estelionato ao atribuir todas as culpas a Dilma. Lula sabe que o verdadeiro culpado está escondido no seu espelho.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

O Príncipe que renunciou ao Trono Brasileiro (postado por Armando Lopes Rafael)

Príncipe Dom Pedro de Alcântara e a Princesa Dona Elisabeth de Orleans e Bragança com seus quatro filhos, foto feito em Petrópolis onde ele viveu seus últimos anos

 No mês de setembro último estive no artístico mausoléu onde estão sepultados o Imperador Dom Pedro II, a Imperatriz Teresa Cristina, a Princesa Isabel e o Conde D’Eu. O jazigo está localizado no lado direito da entrada da catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis.

   Vi, naquele respeitoso e histórico sepulcro, uma placa assinalando que ali também se encontravam os restos mortais do filho mais velho da Princesa Isabel, o Príncipe Dom Pedro de Alcântara, bem como os da esposa deste, a Baronesa Elisabeth Doberzenky von Dobrzenicz.

O filho primogênito da Princesa teria sido o nosso Dom Pedro III, não houvesse ocorrido o golpe militar de 15 de novembro de 1889, bem como e ele também não tivesse renunciado ao Trono.
Vale a pena conhecer algo desse príncipe. Para tanto, valho-me do livro “Dom Pedro Henrique, o Condestável das Saudades e da Esperança”, de autoria do Prof. Armando Alexandre dos Santos. A conferir.

“O filho primogênito da Princesa Dona Isabel e do Conde d’Eu, o Príncipe Dom Pedro de Alcântara, Príncipe Imperial do Brasil enquanto herdeiro dinástico de sua mãe, era grande amante de caçadas, de esportes e de viagens. Propendia mais para a vida em família, com as amenidades próprias do lar doméstico, e para a vida social em escala privada, não se sentindo particularmente afeito aos incertos vaivéns da política e aos embates da vida pública.

“O Príncipe Dom Pedro de Alcântara se apaixonou, por volta de 1900, por uma jovem dama checa, a Baronesa Elisabeth Doberzenky von Dobrzenicz, filha do Barão João Wenzel Doberzensky von Dobrzenicz e da Condessa Elisabeth Kottulinsky von Kottulin. A Baronesa Elisabeth pertencia a uma Família da pequena nobreza, há muito estabelecida na Boêmia, mas não era Princesa de sangue real.
“Portanto, a Princesa Dona Isabel, enquanto Chefe da Casa Imperial e Imperatriz “de jure” do Brasil, não viu com bons olhos o pretendido matrimônio de seu primogênito e herdeiro.

Sua posição não se devia, como poderia parecer, a um antipático “orgulho de casta”. Sem dúvida, pesavam no espírito da Redentora razões de prestígio para a Família Imperial Brasileira – e, por extensão, para o próprio Brasil – relativamente ao nível das esposas de seus filhos. Mas, muito acima disso, sua posição se explicava, sobretudo, pela preocupação que Sua Alteza tinha de que seus filhos se casassem em Famílias que cultivassem o mesmo espírito de sacrifício dos Príncipes em favor de suas pátrias.

“Assim sendo, a Chefe da Casa Imperial e o Conde d’Eu pediram que o Príncipe Imperial, durante alguns anos de reflexão, pusesse à prova seu amor pela Baronesa Elisabeth, retardando o casamento. Após a prolongada espera, afinal, o Príncipe Imperial, “tendo maduramente refletido”, “por muito livre e espontânea vontade”, renunciou, no dia 30 de outubro de 1908, “não só por mim, como por todos e cada um dos meus descendentes”, a todo e qualquer direito à Coroa e Trono do Brasil.

“Com seu ato de renúncia, que constituiu ato jurídico perfeito e acabado, cuja inteira validade ninguém pode por em dúvida, o Príncipe Dom Pedro de Alcântara perdeu a condição de Príncipe Imperial do Brasil, que passou ao seu irmão, o Príncipe Dom Luiz (este, por respeito ao irmão mais velho, também havia prolongado seu próprio noivado, com a Princesa Maria Pia de Bourbon-Sicílias, com quem veio a se casar pouco depois da renúncia de seu irmão, no dia 4 de novembro de 1908).

"Em meados da década de 1920, após ter sido revogado o injusto banimento da Família Imperial, o Príncipe Dom Pedro de Alcântara se transferiu definitivamente, com a esposa e os filhos, para o Brasil, fixando residência em Petrópolis, sua cidade natal, onde viveram no Palácio do Grão-Pará, um anexo do Palácio de Verão (atual Museu Imperial de Petrópolis). Seu pai, o Conde d’Eu, havia desejado muito fixá-lo no Castelo d’Eu, propriedade adquirida pela Família Imperial na Normandia, França, pois desejava que seu filho primogênito, afastado da sucessão ao Trono do Brasil, estabelecesse um novo Ramo da Casa Real Francesa, os Orleans-Eu. Entretanto, o Príncipe Dom Pedro de Alcântara, após a morte do pai, tão logo que pôde, preferiu retornar ao Brasil, terra onde nascera e pela qual conservava profunda nostalgia".
 Mausoléu da Família Imperial Brasileira, na Catedral de Petrópolis

Descanse, ministro Gilmar - Por Augusto Nunes

O Brasil ficaria mais aliviado se o sabe-tudo do Supremo trabalhasse menos. 

Gilmar Mendes, o onisciente, onipotente e onipresente ministro do Supremo Tribunal Federal informou há dias que sua rotina é estafante: “Acho que me submeto a um trabalho exaustivo, mas com prazer. Eu não acho que faço trabalho escravo”. 

Não faz mesmo: escravo obedece, Gilmar só dá ordem. Mas é verdade que a agenda do juiz dos  juízes está permanentemente congestionada.

Além de manifestar-se sobre todos os assuntos que chegam ao STF, sejam essenciais ou irrelevantes, o operário de toga dá palpite em qualquer tema, cuida de uma próspera instituição de ensino, almoça com o presidente da República e janta com parlamentares, intromete-se em miudezas políticas, preside o Tribunal Superior Eleitoral e administra pessoalmente a mais produtiva usina de habeas corpus do mundo.

Mesmo com tanta trabalheira, o ministro vem encontrando tempo para combater com crescente intensidade a Operação Lava Jato. O Brasil ficaria mais aliviado se Gilmar Mendes descansasse.

domingo, 22 de outubro de 2017

Democracia pode estar dando seus últimos suspiros - Por Jovem Pan.

Marco Antonio Villa.

"Os que detêm os três poderes estão solapando o estado democrático", afirmou o comentarista Marco Antonio Villa comentou os principais assuntos do dia no Jornal da Manhã deste sábado (21).

Sobre a tramitação da denúncia contra o presidente Michel Temer, Villa disse que “se (Temer) tivesse a consciência de que não cometeu nenhum tipo de ilícito, iria para o STF, seria analisada pelo plenário e o Supremo rejeitaria a denúncia”

Villa lembra ainda acusação recente sobre Marcos Pereira, ministro da Indústria e Comércio de Temer, e diz que “há uma fratura entre a sociedade civil e os políticos”.

“As pessoas querem um outro Brasil. A pergunta é como”, diz.

Sobre novas acusações reveladas pela Folha de S. Paulo contra o filho do ex-presidente Lula, Villa diz que esse é um “tema nebuloso”, mas que “assistimos a tudo isso passivos”.

“No máximo a gente pode vaiar ou aplaudir o filme, independente da vontade da plateia”, compara, em relação ao cenário político. “A gente aplaude, vaia, ou fica indiferente”.

Sobre os casos de corrupção em geral, Villa também entende que o “poder judiciário assiste passivamente” e o “estado democrático de direito está caminhando para o fim”.

“Os que detêm os três poderes estão solapando o estado democrático”, afirmou. “Não vemos ninguém dos poderosos indo para a cadeia”.

Ele ressalva que “nunca teve tanta gente com poder indo para a cadeia no Brasil, mas é graças à primeira instância”.

Sobre Lula, Villa diz: “o criminoso sentenciado continua na rua atacando o estado democrático de direito”.

“A democracia pode estar dando seus últimos suspiros”, afirmou.

sábado, 21 de outubro de 2017

O SUICÍDIO DA GLOBO - Por Percival Puggina.

Há uns dois meses assinei a revista Época, do Grupo Globo. Já no primeiro exemplar pude perceber para que lado soprava o vento editorial. Aumentei minha contribuição semanal ao lixo seco.

 Na edição desta semana, três colunistas dão sermões e excomungam a opinião pública em virtude da reação nacional à presença de crianças em museus e mostras ditas "de arte" cujos conteúdos e "performances" qualquer pessoa responsável reconhece totalmente impróprios a esse público. O noveleiro Walcyr Carrasco, a sei-lá-o-quê Ruth Aquino e o professor de jornalismo Eugênio Bucci desfiam sua ira nada santa contra a população. Este último, num assomo de cólera que raia o tipo "Sai de perto!", calcou as dianteiras no teclado e jogou as traseiras em sucessivos coices contra quem diverge de seus gostos socioculturais. Não se alarme. Estou sendo moderadíssimo, leitor. Veja se não. No texto que tem por título "A sanha moralista nas redes sociais", o professor Bucci produz frases assim:

• O conservadorismo está à solta, com sua tara furibunda para encarcerar a política, banir a alegria e matar a imaginação.
• Podem considerar a hipótese de que elas (as redes sociais) nos levem de volta aos calabouços do passado.
• Não dá mais para esconder. O que está em marcha nesta terra é o Festival de Besteiras Reacionárias que assola o País.
• A turba virtual baba de saudade da repressão política e moral dos anos 1970.
• O conservadorismo pátrio é um lobisomem que uiva em surto.
• No campo da Cultura e da Arte o conservadorismo também uiva. Prega censura, execração, castigo. Prega a ordem dos cemitérios como ideal de vida.
• Quando sente o cheiro de imaginação e prazer, vitupera sobre os "bons costumes sem libido".
• O discurso moralista, além de rabugento e barraqueiro, é mistificador: acredita que a televisão tem o poder satânico de programar o pensamento dos seres humanos.

Não informem ao referido professor de jornalismo, mas é claro que a TV exerce influência sobre a opinião pública. Esse é o negócio dela, aliás. Não fosse assim, as emissoras não viveriam de patrocínios comerciais que apostam alto nessa possibilidade, ora bolas! Tampouco digam ao inspirado mestre das artes que não dá para comparar o Davi de Michelangelo ou Leda e o Cisne de Leonardo da Vinci com desenhos de sacanagem produzidos com traços infantis para atrair olhares de crianças. E o boicote, sabemos todos, é filho democrático e sadio da mesma liberdade que ele diz defender.

Foi para justificar essas investidas contra a inocência infantil que a Globo, no último dia 8, arrastou para o programa Fantástico todo o peso da emissora e de seus atores para, em nome da diversidade e da liberdade, atacar uma "censura" e defender uma laicidade do Estado que em momento algum estiveram em jogo. A sociedade tem todo o direito de se interrogar sobre por que o fez o Grupo Globo, dado que nenhuma reação teria acontecido se crianças não estivessem sendo atraídas a tão maliciosas arapucas. Para completar o serviço, a empresa praticamente promulgou como plataforma sua a ideologia de gênero que, por motivos óbvios, o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas estaduais e as Câmaras Municipais erradicaram dos respectivos planos de educação.

A "Vênus platinada" tomou mau caminho. Jogou-se contra a opinião pública em matéria gravíssima

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Princesa Isabel, outra grande devota de Nossa Senhora Aparecida -- por Armando Lopes Rafael

   A mídia divulgou, à exaustão, durante as recentes comemorações alusivas aos 300 anos do achado da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que foram doados à imagem da Santíssima Virgem, pela Princesa Isabel, tanto a coroa de ouro, como o primeiro manto de veludo cor de anil, este ricamente adornado, bordado em ouro, incrustado com pedrarias, usado na milagrosa escultura de terracota.

Com efeito, em 1884, arcando com todas as despesas do material e da confecção, ambos os ornamentos – símbolos da realeza – representavam uma forma de agradecimento por uma graça alcançada pela a Princesa Isabel, através de Nossa Senhora Aparecida.


      Ressalte-se que a coroa, com 14 centímetros de altura por 11 de largura, foi confeccionada por um famoso ourives do Rio de Janeiro, a pedido da Princesa Isabel. Impressiona a beleza dessa coroa! Com 300 gramas de ouro 24 quilates, ela é cravejada com 40 diamantes. A sagrada imagem de Nossa Senhora Aparecida foi coroada com essa valiosíssima joia numa cerimônia pública celebrada em 08 de setembro de 1904, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil.

     Uma curiosidade pertinente: qual a graça alcançada pela Princesa Isabel, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida? A Princesa não conseguia engravidar, ou seja, não conseguia dar ao Trono Brasileiro um sucessor. Depois de dez anos do seu casamento com o Conde d’Eu, o casal ainda não tivera filhos. Isabel Cristina de Orleans e Bragança era a sucessora imediata do pai, o Imperador Dom Pedro II. Ela teria sido a nossa primeira imperatriz, não fora o inopinado golpe militar, que extinguiu a monarquia e implantou a forma de governo republicana no Brasil, em 15 de novembro de 1889.
    Num site da Internet, “História da Princesa Isabel”, podemos ler o texto transcrito abaixo com rápidas abreviações, para melhor compreensão do leitor:

“A Princesa Isabel era devota fervorosa de Nossa Senhora Aparecida e tinha o sonho de ser mãe de um menino que herdasse o Trono Brasileiro. Nas tentativas de ser mãe a qualquer custo, a Princesa Isabel sofreu vários abortos e a primeira gravidez que conseguiu levar a cabo até os nove meses foi frustrante, porque resultou no nascimento de uma menina morta, após um parto difícil e muito doloroso que durou 50 horas. Quatro obstetras não conseguiram extrair o feto e foi necessária uma craniectomia, um procedimento rotineiro na época, que consistia na perfuração da cabeça da criança com o objetivo de reduzir o volume cerebral para a passagem do bebê.

“Como podemos imaginar esse foi um momento muito triste na vida da Família Imperial Brasileira. Mas, muito persistente, a devota de Nossa Senhora Aparecida pedia com muita fé o favor de a Santa lhe conceder um filho. Por isso, durante os meses de maio, consagrado à Virgem Maria, a Princesa dedicava, todos os dias do mês, limpando e adornando – com flores frescas – o altar de Nossa Senhora, existente na Igreja de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis (RJ). Um ano após perder a filha, a princesa deu à luz ao herdeiro do trono. No dia 15 de outubro de 1875, após 13 horas de trabalho de parto, nasceu Dom Pedro de Alcântara, que veio ao mundo asfixiado em consequência do fórcipe e sofreu lesões no braço esquerdo, que ficou paralisado, deixando sequelas ao príncipe durante toda a vida.
 Casa da Princesa Isabel em Petrópolis. Fica bem próximo à Catedral de São Pedro de Alcântara, este Padroeiro Principal do Brasil e da cidade de Petrópolis.

“Foi com muita fé que a princesa Isabel conseguiu realizar o sonho de ter um filho, após 11 anos de casada. Nos anos seguintes, o casal Princesa Isabel– Dom Luiz Felipe de Orleans– o Conde D’Eu ganhou mais dois herdeiros: Dom Luiz e Dom Antônio.

“Por duas vezes, durante o reinado de Dom Pedro II, a Princesa se fez romeira de Nossa Senhora Aparecida, dirigindo-se até a capela existente no distante município de Guaratinguetá, para oferecer régios presentes à miraculosa imagem. Em dezembro  de 1868, a Princesa presenteou à Mãe Aparecida com um rico manto de veludo, bordado com fios de ouro, contendo belo desenho representando as províncias do Império do Brasil. Em 6 de novembro de 1884, a Princesa voltou à igreja, acompanhada do marido e dos três filhos, onde era venerada a santinha morena, e doou a coroa de ouro, cravejada de brilhantes – acima mencionada – a qual continua sendo usada até os nossos dias”.

    O exemplo deixado por esses dois membros da Família Imperial Brasileira certamente influenciaram a muitos brasileiros – de todas as classes sociais – a ter uma fé mais forte em Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Fé e confiança que fizeram parte da vida da Igreja Católica em todos os tempos. E que iluminam ainda hoje, a nossa caminhada, principalmente nestes dias difíceis do século XXI.


A crônica do fim de semana

Pouca vergonha: Não são só os políticos, a população brasileira também adere à prática de roubar o que pode  -- por Paulo Sampaio (*)

Morador há quase 20 anos de Higienópolis, na região central de São Paulo, costumo frequentar diariamente as confeitarias da área. Recentemente, me surpreendi com a informação dada por uma atendente da Cristallo (fundada em 1953) do Shopping Patio Higienópolis, onde um doce de tamanho médio pode custar R$ 8,50, e uma empada, quase R$ 9: na hora em que a moça me trouxe o café, eu disse na maior ingenuidade que tinham esquecido de colocar o açúcar e o adoçante na mesa. Ela perguntou quantos envelopes eu queria, enfiou a mão no bolso do uniforme e tirou a quantidade. “Se precisar mais, só pedir”, disse.

Perguntei se era uma nova política da casa, ela me informou que “mais ou menos”: “Os clientes começaram a pegar (envelopes de adoçante e açúcar) para levar, então foi preciso tirar da mesa.”
Levar? Pra onde?

A assessora da Cristallo confirma o afano, meio na defensiva: “Experimenta colocar o adoçante e o açúcar na mesa, e depois faz as contas para ver o que levam por dia, por mês, por ano. Imagine o custo disso!”

No dia seguinte, provoco uma funcionária antiga da confeitaria para saber mais detalhes do fenômeno. Ela diz que “pegam inclusive o porta-açúcar, as xícaras, os talheres; levaram até a ‘caixinha’ que as meninas deixam em cima do balcão para as gorjetas. E levaram quando estava cheia”.Digo: “A senhora trabalha aqui há muito tempo, deve saber quem são esses clientes…” Ela: “Claro! Tudo velhinho aqui do bairro mesmo! Outro dia, judiação, até morreu um.”

Eu: “O café aqui não é o mais barato do bairro. Quem pode pagar, precisa levar a xícara?” Ela: “Esses que levam não consomem muito não. Enrolam um tempão só num cafezinho.”

Muito dessa desinibição dos “velhinhos” da região ela atribui à idade. “A gente vai ficando velho, piora né? Quer dizer: eu espero não ficar assim.” Ela conta que antes, “era colocar as coisas na mesa e em cinco minutos já não tinha mais nada”.

Um andar abaixo, no café da grife de chocolates Kopenhagen (89 anos de existência), a balconista me diz a mesma coisa. “Ih, levam tudo..” e enumera.  No caso específico desta loja, há um agravante. As mesas ficam num terraço em uma área externa do shopping, fora do ângulo de visão das atendentes. “Nem sempre a gente tem condição de vigiar as mesas”, diz uma. Quem “leva” o adoçante é o cliente de uma loja onde barra de chocolate de 100g custa até R$ 24.
Procurada, a assessoria da Kopenhagen não comentou.Kopenhagen: terraço foge do ângulo de visão das funcionárias (Foto: Paulo Sampaio/UOL)

Uma semana depois, me sento na Dulca (inaugurada há 66 anos) da Rua Itacolomi, onde um sonho pode custar R$ 10. Mesma coisa. Converso com um dos donos, Bruno, ele ri.  Pergunto se os que “levam” são mais homens ou mulheres. Ele resiste, e então responde: “Olha, eu não quero ser sexista, mas pelo que eu observo, cabe mais coisa numa bolsa…”

Na padaria Benjamin Abrahão, de novo, a atendente pergunta quantos envelopes de adoçante eu preciso.  Será possível? “Sim”, diz ela, temos a orientação de não deixar na mesa. A assessora de imprensa faz uma expressão de espanto: “Quando foi isso? Deve ter sido engano do funcionário. Vou verificar agora mesmo.”

Uma notícia razoavelmente apaziguadora para os “velhinhos de Higienópolis”.  Eles não estão sozinhos. De acordo com Cristallo e Dulca, o racionamento de açúcar e adoçante nas mesas é extensivo a outras unidades deles da cidade.

 (*) Sobre o autor:
 Nascido no Rio de Janeiro em 1963, Paulo Sampaio mudou-se para São Paulo aos 23 anos, trabalhou nos jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, nas revistas Elle, Veja, J.P e Poder. Durante os 15 anos em que trabalhou na Folha, tornou-se especialista em cobertura social, com a publicação de matérias de comportamento e entrevistas com artistas, políticos, celebridades, atletas e madames.

PSDB descobre que tem vocação para a morte - Por Josias de Souza.

Finalmente, o PSDB descobriu sua vocação política. O partido está vocacionado para a morte. O tucanato faz tudo para morrer o mais depressa possível. As práticas da legenda, suas ambiguidades, suas contradições mal disfarçam a vontade, a urgência da morte. Protagonista do seu próprio cortejo fúnebre, o PSDB caminho rumo ao fenecimento carregando as alças de dois pesos mortos: o caixão do governo Temer e o caixão de Aécio Neves.

Temer é um defunto com caneta e Diário Oficial. Com a ajuda de um coordenador político tucano, ele compra na Câmara mais um ano de sobrevida. Aécio, trancado em casa e em seus rancores, parecia fora de combate. Mas o Senado deu-lhe uma sacudida. E o personagem, insepulto, tranforma o PSDB no primeiro partido da história a ter como presidente um defunto.

O nome mais cotado para representar o PSDB na disputa presidencial de 2018 é Geraldo Alckmin. Jurado de morte até pelo seu pupilo João Doria, Alckmin se finge de vivo. Mas revela-se um vivo pouco militante. Não consegue se posicionar com clareza sobre o rompimento com Temer e o expurgo de Aécio. Não é à toa que frequenta as pesquisas como um sub-Bolsonaro. É como se Alckmin pedisse aos eleitores não votos, mas coroas de flores.

LOUCURA E CINISMO - Por Wilton Bezerra.

Não foi só o gerente que endoidou nesse país.
Tá todo mundo louco.
O cinismo vem a reboque e produz uma mistura letal.
Os luminares da crônica esportiva descobriram, depois de um clássico, que a qualidade do futebol brasileiro foi pro ralo.
Ora, eu quero é novidade.
Um narrador, voz dos interesses do patrão, dá uma de oráculo pedindo para passar o esporte a limpo.
A partir de quando as estruturas esportivas no Brasil foram salubres?
Inocente. Está notando agora?
Negócio bom é seduzir os idiotas.
Cusparada no prato, depois do bucho cheio.
O povo, ou melhor, a população bebe para disfarçar a humilhação terrestre.
Os políticos vendem a alma em módicas prestações.
O reacionarismo de volta e a pleno vapor.
A multidão atordoada a golpes de loucura e cinismo não sabe contra quem protestar.
Perde-se entre as vaias e aplausos.
Sabe-se que o brasileiro sempre aplaudiu o que não entende.
Também, um país que admite ter sido descoberto por acidente não pode ser levado a sério.
Pelo menos por enquanto.
Esse é apenas um pequeno flash da vida louca e cínica que levamos.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Um fato histórico que merece reflexão: O moinho de Sans-Souci

Um episódio muito curioso ocorreu com o Rei Frederico II da Prússia, cognominado o Grande, que reinou de 1740 a 1786, sendo um dos Soberanos mais absolutistas que a Histórica conheceu, protótipo do déspota coroado, mas que considerava normal respeitar a propriedade privada de um pobre moleiro.

Aconteceu que o Rei mandou construir, inteiramente segundo seu gosto, um Palácio, ao qual deu o nome francês de Sans-Souci. Concluída a construção do Palácio, quando se tratou de proceder o ajardinamento das áreas que o cercavam, aconteceu que um moleiro, velho e teimoso, não quis vender ao Rei o seu moinho... que ficava bem no meio da área que, nos planos régios, seria ocupada pelo parque.

O Soberano ofereceu pagar a quantia que o moleiro estipulasse, por mais elevada que fosse. Mas este, obstinado, recusou. Qualquer governante republicano atual não hesitaria: imediatamente fulminaria um decreto de desapropriação por interesse público. Tal solução não foi adotada pelo déspota coroado.

O Rei simplesmente se resignou a ter, bem no meio do seu parque, a companhia incômoda do moinho, que fazia barulho e sujava a área com a farinha que o vento levava. E o célebre moinho acabou por se incorporar definitivamente ao parque régio.

Conta-se que, mais de cem anos depois, os descendentes do moleiro, necessitando de dinheiro, procuraram o remoto sucessor do Rei Frederico II, para lhe perguntar se não desejaria adquirir o moinho. O Rei Frederico Guilherme IV se recusou fazer a compra, mas ordenou que fosse entregue aos moleiros, como presente, a quantia que eles pretendiam receber pela venda.

Isso porque a permanência daquele moinho, como propriedade privada encastoada dentro do Palácio de Sans-Souci, era um símbolo das liberdades prussianas, era um monumento nacional, que permanece de pé até os dias de hoje.

- Baseado em trecho do livro “Parlamentarismo, sim! Mas à brasileira, com Monarca e Poder Moderador eficaz e paternal”, do Prof. Armando Alexandre dos Santos.

Foto: o Moinho do Palácio de Sans-Souci.


Família Imperial Brasileira, devota de Nossa Senhora Aparecida (por Armando Lopes Rafael)


     Por meio de vários gestos e ações, membros da Família Imperial Brasileira contribuíram para a propagação da devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, neste país continental. O ramo brasileiro da dinastia dos Bragança era considerado, a seu tempo, o mais católico, entre as diversas famílias reais existentes no mundo, reinantes no século XIX. 

     Aliás, mesmo antes de o Brasil conseguir a sua independência de Portugal, alguns membros da família Bragança já eram afeiçoados a Nossa Senhora Aparecida.  Dois deles se destacaram, de maneira especial, na propagação dessa devoção. Legaram para os registros históricos testemunhos da fé e confiança que depositavam na Mãe Aparecida. Foram eles: Dom Pedro I e a Princesa Isabel.

O devoto Dom Pedro I
      O Pe. Gilberto Paiva, no seu livro “Aparecida 300 anos” (citando José Luiz Pasin, no artigo “A viagem histórica do Príncipe regente Dom Pedro pelo Vale do Paraíba, em agosto de 1822”– in Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Vol. LXX, 1973, p.581) escreveu:

 “Na viagem que empreendeu para o Rio de Janeiro, por ocasião da Independência do Brasil, Dom Pedro e comitiva eram esperados em Guaratinguetá no dia 17 de agosto. No dia 20 de agosto de 1822, a comitiva real seguiu viagem para a Vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Pindamonhangaba, acompanhada por algumas autoridades do lugar. Segundo a tradição, ao passar pela Capela de Nossa Senhora Aparecida, o príncipe entrou no recinto e, ajoelhando-se, orou, pedindo à santa proteção para o Brasil e sucesso na jornada que se propunha”.

Princesa Isabel, outra grande devota de Nossa Senhora Aparecida
   A mídia divulgou, à exaustão, durante as recentes comemorações alusivas aos 300 anos do achado da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que foram doados a imagem da Santíssima Virgem, pela Princesa Isabel, tanto a coroa de ouro, como o primeiro manto de veludo cor de anil, este ricamente adornado, bordado em ouro, incrustado com pedrarias, usado na milagrosa escultura de terracota. Com efeito, em 1884, arcando com todas as despesas do material e da confecção, ambos os ornamentos – símbolos da realeza – representavam uma forma de agradecimento por uma graça alcançada pela a Princesa Isabel, através de Nossa Senhora Aparecida.

      Ressalte-se que a coroa, com 14 centímetros de altura por 11 de largura, foi confeccionada por um famoso ourives do Rio de Janeiro, a pedido da Princesa Isabel. Impressiona a beleza dessa coroa! Com 300 gramas de ouro 24 quilates, ela é cravejada com 40 diamantes. A sagrada imagem de Nossa Senhora Aparecida foi coroada com essa valiosíssima joia, numa cerimônia pública celebrada em 08 de setembro de 1904, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil.

(Texto de Armando Lopes Rafael)