Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Quem foi a primeira mulher a governar o Brasil

(Excertos de longa matéria divulgada nesta 2ª feira, 11 de dezembro pela BBCBrasil.com BBC BRASIL.com/Site Terra)

Que Dilma Rousseff que nada... Antes do descalabro do (des)governo da petista, duas grandes mulheres passaram à história pelas grandes iniciativas históricas e sociais: a Imperatriz Leopoldina e sua neta, a Princesa Isabel, a Redentora
 
     Escritores discutem a importância política da Imperatriz Maria Leopoldina, que ocupou o poder por pouco tempo, mas durante a independência do país, período em que teve papel crucial. A primeira mulher a governar o Brasil ocupou o cargo interinamente por apenas alguns dias, mas em um momento histórico: foi durante os dias de regência da imperatriz Maria Leopoldina que a independência do Brasil em relação a Portugal foi firmada, em 1822.

     "D. Leopoldina ajudou a escrever nossa história política, mas é comum explicá-la apenas como mãe de D. Pedro 2º e esposa de D. Pedro 1º" | Foto: domínio público
      Carolina Josefa Leopoldina de Habsburgo-Lorena nasceu em Viena, na Áustria, em 22 de janeiro de 1797, e integrava uma das famílias mais poderosas da Europa no século 18, os Habsburgo. Terceira filha de Francisco 1º, Imperador da Áustria, a princesa embarcou ao Brasil há 200 anos e mudou os rumos do nosso país.  Aos 20 anos, em maio de 1817, Leopoldina se casou à distância e por procuração com um homem que nunca havia visto: o príncipe português Pedro de Bragança, futuro Dom Pedro 1º, como forma de firmar uma aliança diplomática entre Portugal e Áustria.

    Em 1822, durante uma viagem do marido a São Paulo, Leopoldina permaneceu no palácio imperial e ocupou o cargo de regente do país, período que inclui a assinatura da independência brasileira, em 2 de setembro. Somente cinco dias depois Dom Pedro 1º foi informado sobre a notícia da independência, dando o famoso grito às margens do rio Ipiranga, sendo essa segunda data a que entrou para os livros de história como o Dia da Independência: 7 de setembro de 1822.

    "O período em que a princesa exerceu o poder foi pequeno, mas fundamental para o Brasil. Além disso, ela foi a primeira mulher a exercer o governo", explica a professora de pós-graduação em História Social da USP Cecilia Helena L. de Salles Oliveira. "As pesquisas das últimas três décadas apontam várias interpretações novas sobre a história do Brasil. Tais descobertas apresentam questões diferentes e revelam situações pouco ou nada conhecidas", explica Oliveira.

   "Em 1822, D. Leopoldina desrespeitou as ordens das cortes constitucionais portuguesas e declarou o 'Fico' antes de D. Pedro, com uma visão muito mais astuta que o marido: a imperatriz tinha certeza que se saíssem do Brasil como os políticos portugueses desejavam, não só Portugal perderia o domínio do Brasil, como provavelmente haveria uma guerra civil aqui", explica seu biógrafo Paulo  Rezzutti.

    Fazia parte da formação da família o aprendizado de línguas - Leopoldina falava 11 idiomas - a formação intelectual em diversas áreas do saber, além de aulas de teatro que tinham a finalidade de ensinar os Habsburgos a desempenhar o papel de monarcas diante do povo. Diferentemente de D. Pedro, Leopoldina sabia dialogar com o povo brasileiro, mesmo sendo este tão diferente das suas raízes germânicas: a princesa incluiu o nome de Maria, passando a ser conhecida como Dona Leopoldina ou Maria Leopoldina, e adotou o catolicismo, muito forte em Portugal, como forma de estabelecer relações com a cultura nacional.
 Reunião de Leopoldina com o Conselho de Ministros em 2 de setembro de 1822; escritores têm reivindicado a ela uma imagem menos passiva na história nacional | Foto: domínio público
Foto: BBCBrasil.com
Legado
    Durante a vida, Leopoldina procurou formas de acabar com o trabalho escravo. Em uma tentativa de mudar o tipo de mão de obra no Brasil, a Imperatriz incentivou a imigração europeia para o país. Primeiro vieram os suíços, se fixando no Rio de Janeiro e fundando a cidade de Nova Friburgo. Depois, a fim de povoar o sul brasileiro, a imperatriz incentivou a vinda dos alemães.

    Dona Leopoldina também contribuiu para a formação da cultura e da educação científica brasileira. Além da Missão Científica Austríaca que trouxe consigo em 1817, também trouxe para o Brasil sua biblioteca particular, dando início a uma biblioteca nas salas do Palácio em que viveu com D. Pedro 1º. A imperatriz também caçava pequenos mamíferos e coletava minerais, ajudando e incentivando estudos sobre a História Natural do Brasil.

    Outro legado de Leopoldina é a bandeira nacional. Embora a história conhecida seja a de que o amarelo representa o ouro e o verde, as florestas brasileiras, as cores do maior símbolo nacional representam as duas Casas que deram origem ao Brasil independente: o verde representa a Casa de Bragança, de D. Pedro 1º, e o amarelo representa a Casa de Habsburgo, de Leopoldina.

Fonte: BBC.Brasil.com

2 comentários:

  1. Outro dia, um petista disse que o Lula e a Dilma libertaram os escravos, os pobres e o povo brasileiro. Eu disse que pensava que pelo menos os escravos tinha sido a Princesa Isabel. Ele disse que não, e foi além : "Alderico lhe ensinou errado". Fiquei certo que além de tolos e idiotas agridem a memória alheia de forma gratuita.

    ResponderExcluir
  2. Ela nasceu numa família católica. O pai dela era imperador do Sacro Império Romano Germânico.

    ResponderExcluir