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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

COMPARAÇÕES - Por Wilton Bezerra.



É mania de quem gosta de futebol buscar saber quais foram os melhores jogadores do mundo, independentemente do tempo em que jogaram.
Fazem isso, ignorando ser muito difícil conversar com épocas.
Domingos da Guia, Zizinho, Pelé, Garrincha, Di Stefano, Puskas, Cruyff, Maradona, Messi e tantas outras estrelas de primeira grandeza reinaram e reinam em seus devidos tempos.

A pergunta recorrente é: gênios do passado jogariam hoje com a mesma qualidade num futebol diferente e sem espaços?
A resposta não é tão fácil assim.
Costuma-se, por exemplo, comparar posição por posição.
Como isso é possível, se hoje temos um futebol cada vez mais coletivo?

Na atualidade, estamos diante de uma enorme diferença qualitativa do futebol jogado na Europa e na América do Sul.
É do conhecimento de todos o que estabelece uma enorme vantagem dos europeus.
Nos confrontos últimos temos levado vareios de bola.
Esquematicamente, nossos times tem sido pálidos rascunhos comparados a Real Madrid e Barcelona, por exemplo.
Circulação de bola mais inteligente e rápida.
O jogo flui.
Mal a bola sai dos pés do jogador que inicia a jogada, ele já se oferece para recebê-la de volta.
Essas situações precisam constar nas comparações e ainda assim não se torna tarefa fácil afirmar quem foi maior ou melhor.
No entanto, para finalizar a crônica, vou dar o meu pitaco com relação a Pelé.
Já pensaram Edson Arantes do Nascimento que era, segundo Tostão, um atleta perfeito, jogando com os gramados, bola e chuteiras de hoje e com os avanços da preparação física?
Não dá nem para saída em qualquer discussão ou comparação.
Sobre a falta de espaço, me aproprio do que disse Juca Kfouri:
Pelé não precisava de espaços, os criava magicamente.

2 comentários:

  1. Prezado Wilton.

    Eu não vejo como comparar. Em 1969 sair de Crato para assistir Santos x Nautico no Recife. O Santos : Claudio, Carlos Alberto, Ramos Delgado, Djalma Dias e Rildo, Clodoaldo e Lima, Edu, Toninho, Pelé e Abel.

    Joel Camargo era reserva do Ramos Delgado no Santos e titular da selação brasileira que disputava as eliminatorias. Na seleção, Claudio, Carlos Alberto, Joel, Djalma Dia e Rildo, Clodoaldo, Toninha, Pelé e Edu titulares.

    Para a copa de 70 houve muitas modificações e apenas três, Carlos Alberto, Clodoaldo e Pelé foram titulares.

    Não tem como comparar.

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  2. Apesar das dificuldades nas comparações há uma conclusão que me parece vitoriosa. Os gênios jogam em qualquer época.Agora, não se pode olhar o presente com olhos do passado e vice versa.

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