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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

MITO E ÍCONE - Por Wilton Bezerra, comentário esportivo da Rádio Verdes Mares e TV Diário

Um antigão foi quem falou: o mito concede à adulteração da verdade.
Já o ícone é a expressão da verdade.
Pense em duas palavras gastas e banalizadas.
Todo rabo de cabra se considera uma coisa ou outra.
A cena política desse país, na área do populismo, é pródiga no uso dessas classificações.
Logo na politica, vejam só.
Com as quase imperceptíveis exceções, pouquissímos são merecedores desse tratamento na história.
Luis Fernando Veríssimo, em crônica sobre religião, diz o sequinte numa passagem:
“Com o tempo, a realidade vira mito. Com o tempo, o mito vira realidade. Dando-se um pouco mais de tempo ao tempo, a verdade aparecerá”.

Demais, não?

Para Fernando Pessoa, “o mito é o nada que é tudo”.
Não sei bem porque estou falando essas coisas, se o assunto que imaginei focalizar é outro.
Me lembrei, já nos descontos. É uma abordagem sobre os canalhas. Ou melhor, as raras vitórias sobre eles.
Por serem raras, merecem uma comemoração, como nas vitórias de virada no futebol.
Se Nelson Rodrigues estivesse vivo, teria dificuldades em escolher o maior canalha do país.
O Palhares, que personificava em sua obra essa qualificação, seria hoje integrante do time de juvenis da canalhice.
Para dar sentido a essa conversa, devo afirmar o sequinte: como habitamos um país onde as leis “não pegam” e a vergonha também não, os canalhas, com apoio dos idiotas, perderam a modéstia.
Se consideram, nos seus delírios, míticos ou icônicos. Inatingíveis. E com direito a acompanhamento quase religioso.
De modo que as vitórias contra os canalhas precisam ser ampliadas.
A lista de espera desses ladravazes para julgamento aumenta de 15 em 15 minutos.
Urgência nisso, antes que prosperem as jogadas de vitimização,
Até greve de fome, que é uma atitude dos bravos, já foi usada com o sentido de causar consternação por parte de político desqualificado.
Memória mística é o cacete, como diria o jornalista Ancelmo Gois.

2 comentários:

  1. Prezado Wilton Bezerra - Muito obrigado por sua contribuição com o Blog. A humanidade se alimenta de comunicação. Carece de um entendimento entre quem transmite e quem recebe a noticia. No momento há um descompasso entre as duas partes. Escreve-se uma coisa e é entendida outra. Qualquer leigo se acha com o direito de ser deselegante, grosseiro, mal educado e contestar a decisão de um tribunal. Escreve-se uma coisa é entendido como uma ação de convencimento, critica-se uma personalidade e é entendido como um elogio a outra. As facilidades que a Internet oferece estão sendo desvirtuadas a verdadeira finalidade. Infelizmente.

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  2. A confusão mental é o problema maior entre outros. De tal forma que se entende que dois errados fazem um certo. Falta discernimento até em pessoas que a gente tinha em boa conta. Momento caótico.

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