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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

HORRORES - Por Wilton Bezerra.


Quando procuro escrever, ou falar, na verdade estou buscando respiração.

Diante do horror da matança que os meios de comunicações nos oferecem, ficamos como aquele zagueiro que sai no combate ao atacante e lhe falta ação para obliterar a jogada.

A sensação é de impotência. Mas, como ficar silente ?

Se o mundo está feio por causa da violência o Brasil está muito parecido com ele.
O assassinato da cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, parece ficção.

Mata-se por diletantismo ou crueldade nos bairros, na periferia mais miserável, nas favelas e até na zona rural.
Qualquer lugar é palco para os horrores.
É duro reconhecer que o balanço dessa violência já não comove tanto.

Os representantes do nosso precário sistema de segurança se apresentam sempre com as indefectíveis estatísticas que a tudo banalizam.
É um processo que assemelha ao ato de enxugar gelo.

Se não temos condições de fazer melhor diante dessa tragédia, devemos procurar escapar da mediocridade.

Para essa conversa não se superar em matéria de chatice, devo dizer que uma letra de Zeca Baleiro revela o meu estado de espírito:

“Eu não sei dizer, o que quer dizer e o que eu vou dizer”. Para não “passar em branco” acabo dizendo alguma coisa.

Um comentário:

  1. Prezado Wilton - É a Iniquidade. De tanta permissão para se fazer o que não presta a população perdeu o medo da autoridade, da justiça e o pior de Deus. Mata-se hoje em dia por brincadeira, por diversão, atira-se para ver a queda.

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