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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 11 de março de 2018

Correios: a imagem da decadência republicana no Brasil

Esta postagem foi feita semana passada. Em face de nova greve dos funcionários dos Correios, a partir desta 2ª feira, dia 12, a mesma está sendo republicada.
A antiga sede do Departamento dos Correios e Telégrafos nos primeiros anos da República brasileira, ainda conservava resquícios da aristocracia e seriedade dos tempos da Monarquia

     Enviei uma correspondência para um amigo em Guaraciaba do Norte, cidade deste Estado do Ceará, no dia 2 de janeiro de 2018. Ele recebeu a carta no dia 15 de fevereiro, 45 dias após a postagem em Crato.  É de domínio público que na época do regime militar uma carta de São Paulo para Crato era entregue em 48 horas. Recentemente recebi um “Sedex” vindo de Brasília, da Embaixada da Colômbia, com atraso de 18 dias. Note bem: era um "Sedex", postagem cara, por ser encomenda urgente e deveria ter sido entregue, no máximo, em 3 dias úteis.
       O  tempora! o mores! (Ó tempos! Ó costumes!) já exclamava Cícero, contra a decadência de seus contemporâneos.
      A decadência da eficiência dos Correios é a ponta do iceberg, do caos administrativo da Republiqueta brasileira. A cada dia mais nos distanciamos da eficiência dos “Correios e Telégrafos”, empresa respeitada até anos recentes quando resvalou para a atual empresa desacreditada, que atrasa a entrega das correspondências, que teve a influência nefasta de políticos corruptos, culminando com a quase falência do fundo de pensão dos seus funcionários: o Postalis.
A filmagem de um emissário do PTB recebendo propinas nos Correios
detonou a existência do "Mensalão", o primeiro de uma série de esquemas de corrupção
 que resultou na Operação Lava Jato. Tudo de domínio público.

      Em 2016, o prejuízo dos Correios se aproximou dos R$ 2 bilhões, pouco abaixo do prejuízo registrado em 2015. Naquela ocasião, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse que os Correios poderão ser privatizados, se não ocorrer um processo que rapidamente traga de volta o equilíbrio financeiro à empresa.
    Entrevistado, em março de 2017, e questionado sobre os motivos que levaram os Correios a essa situação, Kassab disse que diversos foram os fatores que levaram ao cenário atual. Ele destacou ainda que a União não pretende sustentar os prejuízos da estatal. "Má-gestão é corrupção, loteamento, não ter capacidade de recursos adicionais, não fazer os cortes necessários para manter o equilíbrio. […] A empresa está correndo contra o relógio, porque o governo não tem recursos", disse o ministro em entrevista coletiva à imprensa.
      E imaginar que os Correios já foram um orgulho para os brasileiros. No tempo do Brasil-Império ser funcionário dos Correios era um privilégio e dava status. Os Correios era uma empresa eficiente e confiável. Mesmo na República, foi, por muito tempo, reconhecida como uma empresa de renome, uma empresa de alta credibilidade, uma empresa que realmente atendia a necessidade da sociedade. O grande Presidente Juscelino Kubitschek, para citar um único exemplo, foi funcionário dos Correios em Belo Horizonte. Quem entra na Agência Central dos Correios na capital mineira, na Avenida Afonso Pena, defronta logo com um enorme retrato de JK no saguão, e abaixo a legenda: “Funcionário modelo dos Correios”.
      Entretanto, com a chegada do PT ao poder, em 2003, os Correios começaram a dar prejuízo. Hoje é uma empresa deficitária e ineficiente. O aparelhamento político da empresa, feito pelo PT de Lula e Dilma,  foi sem nenhuma dúvida, a causa maior da sua decadência.

2 comentários:

  1. Por trás do roubo do Correia tinha um partido, do Banco do Brasil tinha outro, da Petrobras tinha vários, e, por trás dos partido tinha um presidente ladrão.

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  2. Como se dizia antigamente: É a pura verdade!

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