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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 21 de maio de 2018

Ingratidão é o preço do favor não merecido - Por Antônio Morais.


José de Pedro André, meu pai, o último a direita, disse um dia que as duas coisas mais bonitas do mundo eram uma banda de música tocando um dobrado  e o baixio do Machado amarelo de arroz. Ele reuniu num adjunto em 1967 o prefeito da cidade, Pedro Sátiro, que chegou acompanhado do vigário José Otávio,  do Juiz Dr. Vasco Santiago e do promotor de justiça Aírton Castelo Banco.

Ele gostava de reunir gente, tinha muitos amigos e levou a roça 120 homens, sem nada lhe cobrarem, para colher, num só dia, o produto de sua lavoura de arroz.

Dava gosto de se vê,
Um bando da cabra macho,
Cortando cacho por cacho,
Cantando sindô lelê.

Enviei a foto de outro evento para Luiz Lisboa e eis que foi comentada nos termos seguir pelo senhor Erivan Alves.

Muito sofrimento, também! Produzia-se "muito", mas já de cara deixava-se 20% da produção para os "SUPOSTOS" proprietários das terras, que "FAZIAM O FAVOR" de deixarem os "TRABALHADORES SEM TERRA" produzirem. Eram 20% da produção bruta que ficavam "com o patrão" e isso sem que eles dessem UMA semente de arroz para o plantio! Verdadeiro regime de "escravidão".  A festa era bonita, verdade, mas o que sobrava ao agricultor eram só as mãos cheias de calo, o rosto queimado do sol e, invariavelmente, a humilhação do "dono da terra".

Antônio Morais - Desagravo.
Fui eu quem enviou esta foto para o Luiz Lisboa. O adjunto era de José André, meu pai, a localidade era Lagoa do Ronca que pertencia ao senhor João do Sapo. 

Devo informar ao Erivan Alves que o meu pai nunca foi escravo de quem quer que seja e, que João do Sapo nunca escravizou ninguém. 

"A ingratidão é o preço do favor não merecido". Fica a pergunta para o Erivan : O teu avô foi escravizado?  Eu sempre entendi que havia uma grande amizade  entre a família dele e a de Joaquim Diniz proprietário das terras em que ele sempre trabalhou..

É bom respeitar a história.

Um comentário:

  1. O que mais me admirou foi a expressão - "Suposto dono da terra". Mas, não me causa admiração. Ainda hoje tem gente se apossando de terras que não lhes pertencem.

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